Capítulo 13

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O homem estava pasmo pela sabedoria da garota, pensara em tudo que precisava, exceto nos documentos. Não poderia prosseguir sua missão se não conseguisse algum avanço.

– Creio ter esquecido em cima de alguma mesa. – disse revirando os bolsos de seu casaco. – vejo que não confia nas palavras das pessoas, senhorita.

– C-Claro que confio! Mas nunca vi o senhor por aqui, então tenho minhas dúvidas. – exclamava.

Aproveitando a fresta da porta aberta Obanai ficava a parte da conversa, dentro disso apenas confirmou suas suspeitas. Sim, era o caçador e estava a qualquer custo tocar suas mãos imundas na serpente.

– Escutar a conversa é falta de educação, Iguro. – disse Uzui enquanto passava segurando dois buquês. – o pessoal desse lugar não gosta nada de quem fica vigiando.

– Eu já captei o recado, Uzui. – suspirou. – vamos mesmo continuar tal briga? Digo... vale mesmo a pena? – aproximou-se do platinado.

– O que quer dizer? – curioso perguntava.

– Mitsuri já fez sua escolha, então não vejo motivos para continuarmos essa disputa. – explicava.

– De fato tem razão. – suspirou. – sempre tive sentimentos por ela, mas não posso obrigá-la a fazer o mesmo. – encarou o mesmo. – então... sem mais brigas? – segurou ambos buquês em uma mão, para deixar a outra livre e a estendeu.

– Sem mais brigas. – afirmou e pegou na mão do mesmo. – posso te pedir um favor?

– Acho que depois de darmos uma surra um nos outros favores são o de menos. Enfim, diga.

– Poderia me ensinar melhor as coisas desse mundo? – Uzui apenas arqueou uma das sobrancelhas sem entender.

– Acho que sim... Gostaria de aprender o que exatamente? – perguntou.

– Tudo. – respondeu sem pensar. – poderíamos começar pela cozinha? – riu nervoso.

– Ah, entendi. Não cozinha bem, né? – riu. – estarei te esperando na entrada da floricultura no fim do dia. – avisou.

Iguro apenas concordou balançando a cabeça e assim que Uzui se retirou, seguiu para a fresta da porta. Mitsuri ainda estava em uma longa discussão com o homem, estava insistindo em que a serpente seria dele, a rosada estava ficando visivelmente exausta.

Cansado de apenas olhar a cena decidiu intervir. Abriu a porta, adentrando na sala, Mitsuri agradecia com os olhos, já o homem gostaria de não ter sido interrompido.

– Precisamos ir, Mitsuri. – mentia apenas para tirá-la dali.

– Certo, meu amor! – seu tom era alto, pois estava feliz por ter sido "salva". – outro dia continuaremos o assunto, senhor. Por agora devo ir resolver algumas coisas.

O homem saiu resmungando algo inaudível, caminhando até a saída. Enquanto Kanroji se jogou nos baços de Obanai, a exaustão de ouvir o senhor estava mais que perceptível.

– Vai ganhar seu bolo de chocolate depois dessa. – disse Mitsuri respirando de alívio.

Iguro sorriu vitorioso, pois teria seu bolo preferido e ainda aprenderia mais sobre o mundo humano. Logo poderia até ajudar sua rosada com as despesas de casa se as coisas continuassem nesse ritmo.

– Tenho um compromisso mais tarde. – avisou. – espero que não se importe.

– Compromisso com quem, Iguro? – a rosada afastou-se cruzando os braços. – por acaso seria uma mulher?

– Mulher? Não. – riu. – é com Uzui. – respondeu.

– Vocês são... – Obanai a interrompeu negando. – oh, mas não estavam brigando?

– Digamos que fizemos as pazes. – sorriu. – e meio que somos namorados, Mitsu. – corou ao se lembrar da conversa com a mãe do platinado. – seu pensamento não fez sentido.

Kanroji corou ao se lembrar do que falou por impulso, mas de fato era como ela o considerava; um namorado. Mesmo não sendo um completo humano, o garoto entendia seus sentimentos facilmente.

Nunca em sua vida imaginara que um ser como o de sua frente seria a pessoa por quem mais nutria sentimentos, e a rosada tinha a certeza que ele fazia o mesmo por ela. Os momentos juntos foram inexplicáveis, apesar de estranhos em sua maioria.

– Tome cuidado. Uzui não é a pessoa mais paciente desse mundo. – avisou Mitsuri.

Minha Pequena Cobra Albina[EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora