Em um reino comandado por um rei tirano, o príncipe Hyunwoo é forçado a um casamento arranjado. Contudo, ele se apaixona pelo enigmático criado Kihyun. Com seus corações entrelaçados, suas vidas são atormentadas pelos segredos obscuros do castelo. E...
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Kihyun despertou primeiro de manhã, no mesmo horário que sempre acordava para o trabalho. Só lembrou de onde estava quando abriu os olhos e se deparou com a figura adormecida e serena do príncipe à sua frente. Ainda estavam de mãos dadas e agora um pouco mais perto, mas isso não o incomodou.
Ele observou as feições bonitas do outro enquanto dormia, desejando poder continuar ali por algum tempo, mesmo que precisasse ir porque tinha suas responsabilidades, porém não faria mal ficar alguns minutos a mais. Seu polegar voltou a acariciar as costas da mão de Hyunwoo, ao que seu olhar desceu para ela, as juntas feridas e avermelhadas, bem como o resto do seu corpo. Kihyun crispou os lábios, aborrecido pela situação e com vontade de poder ajudar a tirar o príncipe dela.
No entanto, Hyunwoo não parecia incomodado nesse momento, dormindo de maneira tão pacífica quanto o próprio criado conseguira fazer, o que era algo inédito; sempre que voltava a ter pesadelos com o abuso que sofrera no passado, eles permaneciam por dias, voltando em noites seguidas todas as vezes, com a única exceção sendo aquela. Era interessante que estar ao lado do príncipe tivera tal efeito sobre si.
Infelizmente, ele de fato precisava se levantar logo e então o fez, soltando a mão de Hyunwoo com o maior cuidado possível. Ele o fitou por alguns segundos, cedendo ao impulso de se abaixar para deixar um beijo muito suave em sua testa, tentando não acordá-lo. Como obteve sucesso em tal tarefa, logo saiu do quarto de maneira silenciosa para poder se refrescar com um banho antes de trabalhar.
Para seu desespero, encontrou Wonho no corredor próximo ao banheiro dos criados. Ele logo o cumprimentou com seu típico sorriso amável, se aproximando de Kihyun.
— Ei, bom dia. Você sumiu ontem — ele comentou com curiosidade, sem querer parecer enxerido.
— É, eu... fiquei trabalhando até agora. — Em sua defesa, ele não achava que isso era de todo uma mentira; havia trabalhado tomando conta do príncipe após cuidar de seus ferimentos, coisa que não tinha feito por obrigação, mas que agora era conveniente fingir que sim.
— Sério? Se quiser, eu cubro o seu trabalho, já que não dormiu — Wonho ofereceu.
Pela primeira vez, ele considerou aceitar a oferta, assim poderia voltar para Hyunwoo e continuar ao seu lado para o caso do pai tentar voltar a lhe atormentar, e também para poder ajudá-lo em seu dia, mas ele tinha Jooheon para isso. Kihyun suspirou e sacudiu a cabeça.
— Obrigado, mas não precisa. Tenho que cozinhar...
— Posso te acompanhar, então? E ajudar nisso — pediu. Os olhinhos quase brilhavam e havia um pequeno bico pidonho em seus lábios fartos. Kihyun engoliu em seco.
