14. Noite ruim

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Não esqueça do voto! 💗

Aviso: esse capítulo tem uma cena com violência física.

A partir desse capítulo, ele e todos os próximos serão mais longos. Estamos em um período de transição em OSDP, tem muita coisa pra acontecer e achei justo que os capítulos ficassem maiores. Espero que gostem disso!

Nos vemos nas notas lá embaixo :)

— 👑 —

Como o esperado, logo a paz momentânea no castelo se dissipou. Os reis diminuíram bastante a frequência de suas reuniões, porém passaram a incluir Hyunwoo nelas. Não havia um segundo daquilo que não o deixasse extremamente entediado e irritado.

Já havia escutado sobre alianças estúpidas com mais nações, possíveis ataques àqueles que recusassem, pagamento de dívidas, renegociações e todo tipo de coisa que não o interessava. Ambos os reis eram muito parecidos nesse quesito: egoístas e orgulhosos, se importavam apenas com o próprio ego e riqueza e não com os problemas que causavam sendo tiranos como eram. Hyunwoo respirou fundo, mas não conseguiu se conter.

— Por que não discutimos maneiras de ajudar os nossos súditos mais pobres, ao invés de focar tanto nesses detalhes fúteis? — ele disparou no meio do discurso de Kang-Dae sobre estratégias para garantir mais terras.

O rosto de seu pai tomou um tom de vermelho intenso no mesmo segundo. Ele trocou um olhar com Kang-Dae e, em um tom falsamente neutro e calmo, pediu que ele se retirasse. Kang-Dae não parecia muito contente em receber algo que soava quase como uma ordem. Após hesitar por alguns segundos, ele grunhiu e saiu da sala. Seokjin tornou a olhar para o filho, sua vista fria e cortante como uma noite de inverno.

— O que acha que tenho a ver com isso tudo que você disse? — retrucou com uma gargalhada irônica. — São adultos, deveriam conseguir se virar sozinhos. Não é dever meu fazer isso por eles. Caso se esforçassem mais, da mesma forma teriam mais.

— Na verdade, é dever seu sim — Hyunwoo continuou, aproveitando o lapso insano de coragem que tomava conta de si devido à indignação. No fundo, sabia que se arrependeria daquelas palavras, mas naquele momento sua frustração era demais para conseguir segurá-las. — Você governa esta nação, é você quem é responsável por garantir boas condições de vida àqueles que te seguem. Aliás, é culpa sua que estejam assim, por causa de sua mesquinhez que o fez aumentar tanto as taxas apenas para ter mais dinheiro para si. Esse dinheiro nunca foi usado para nada de bom. A economia está desabando, não há empregos, a doença se espalha como fogo em palha, sem ter quem a combata. Nosso povo não possui mais dignidade, e a culpa é toda sua. Ouso dizer que a culpa ainda é de nossa família, de seu pai, seu avô e todos que vieram antes de você, Seokjin.

O rei Seokjin se levantou e, tomado pela fúria, desferiu um tapa no rosto de Hyunwoo. O príncipe mal reagiu, encarando-o com firmeza. Sua bochecha formigava conforme a dor se espalhava e fazia os olhos lacrimejarem, porém manteve-se imóvel.

— Cale essa maldita boca, verme! Não se esqueça que estou acima de você, e não pense que algum dia deixarei de estar. Mesmo que você suba ao trono, quem lhe comandará ainda será eu. Você não tem qualquer direito de falar desse jeito comigo, ouviu? — Hyunwoo simplesmente não reagiu a essas palavras, o que apenas deixou-o mais furioso, mas o príncipe não lhe daria o que ele queria. — Me responda, maldito!

Seokjin não suportava que já não parecia mais assustar o príncipe como antes. Hyunwoo não chorava ou se encolhia mais quando esse tipo de coisa acontecia, não tentava fugir e nem pedia para que ele parasse, simplesmente porque sabia que era isso que ele queria — gerar e ver o medo em seus olhos.

O Segredo do Príncipe | ShowkiOnde histórias criam vida. Descubra agora