capítulo 11 • arco 2

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EU ESTAVA com medo. Essa era a verdade.

Eu nunca tive medo de nada desde pequeno. A única coisa que eu temia era a morte após presenciar uma em minha frente, e do meu padrasto. Nada além disso.

Abrindo a porta da casa do meu padrasto e a fechando logo em seguida, vejo o chão empoeirado e funguei.

━━ Cadê você?! ━━ mantive a voz firme, passando pela sala de estar e caminhando pelo chão de madeira que transmitia rangidos ao meu pisar.

Estava tudo bagunçado, com latas e garrafas de bebidas alcoólicas e a casa cheirava a cigarro. Esse sim iria morrer cedo.

━━ Parece que você tomou coragem de vir me ver, hum? ━━ ele surgiu de um quarto, aparecendo no corredor. Parei de andar e fico o olhando.

━━ Cadê minha mãe?

━━ E cadê aquele menino medroso? ━━ ele sorriu, o sol do amanhecer passou pela janela, as cortinas deixaram a luz em seu rosto se tornar levemente macabra. Tudo que eu sinto nesse momento é raiva e nojo.

━━ Nunca existiu! ━━ grunhi. ━━ Cadê a minha mãe? ━━ sibilei, claramente impaciente.

━━ Você vai vê-la... Mas precisamos combinar uma coisa ━━ Fico em silêncio, esperando-o continuar com sua fala. ━━ Você sabe muito bem que só morava naquela casa por causa de sua mãe. Eu sou perdidamente apaixonado por ela. ━━ reviro os olhos, não conseguindo evitar fazer isso. Ele sorriu com escárnio. ━━ Você sabe o que fez seu pai de verdade morrer naquele acidente?

De repente aquele acidente aparece em minha mente em um turbilhão de imagens e pensamentos que eu tive.

Eu tinha oito anos, estávamos em um passeio juntos de família. Eu nunca gostei muito de sair, mas eu aceitei porque vi o rosto deles felizes.

Então uma chuva forte chegou no meio da estrada, meu pai perdeu o controle sobre o volante, o carro derrapou e em poucos segundos pude ver tudo ficar de cabeça para baixo e as expressões dos meus pais ━━ assustados.

Minha mãe desmaiou, cheia de feridas. E meu pai... Estava morto. De uma maneira horrível e tão sangrenta que me deixou com ânsia. Eu lembro de ter vomitado e desmaiar naquela posição desagradável.

━━ Eu sabotei o carro do seu pai. Tudo para que eu pudesse agir e ficar com a sua mãe ━━ seu sorriso se abriu, e eu arregalou os olhos.

━━ VOCÊ O QUE? ━━ precisei me segurar para não matá-lo ali mesmo. Estava muito irritado.

De repente, uma garrafa foi em direção do rosto do meu pai. Por instinto me encolhi levemente mas mantive minha pose séria.

Um corte em sua bochecha foi o suficiente para deixá-lo irritado.

━━ Perdão a demora, Katsuki ━━ ouço a voz de Kagami, me viro e a vejo com um sorriso em seu rosto que não vejo há uns dias. Estava radiante.

━━ O que você tá fazendo aqui? Eu te disse pra ficar!

━━ Você contou que eu te chamei? ━━ gritou o homem, enfurecido. Tinha a sensação de que ele queria me matar.

━━ Não contei! Ela que veio ━━ resmungo, e ouço uma reclamação de Hyuna.

━━ Jura que vai me negar ajuda assim? ━━ ela fez bico.

━━ Não é hora pra discutir sobre isso, Hyuna ━━ respondi, agora segurando a camisa do meu padrasto, furioso. ━━ Você vai pagar pelo que fez!

Kagami tentou me segurar pela camisa, mas eu não deixei. Empurrei-o pro chão, recebendo um soco no queixo, mas eu não deixei isso me abalar.

Segurou um de seus braços e com a outra mão soco seu rosto, várias vezes, e sinto sua outra mão segurar em meu pescoço na tentativa de me enforcar.

Eu comecei a sentir a falta do ar, os olhos lacrimejaram um pouco, mas não parei de socá-lo. Tinha sangue em minha mão e em seu rosto.

Ouvi Hyuna me chamar, mas os sons estavam tão confusos pela falta de ar que eu não entendi.

Acabei caindo no chão, ainda acordado, mas lesado. Meu padrasto se levanta e vai para cima de Hyuna, que já estava em pose de luta.

Usando sua individualidade de empurrar no cotovelo, acertou um golpe certeiro em sua barriga, dando uma grande potência

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Usando sua individualidade de empurrar no cotovelo, acertou um golpe certeiro em sua barriga, dando uma grande potência. Ele provavelmente ficou sem ar, batendo contra a parede bem ao meu lado.

Me sento e subo em cima dele de novo. Eu não iria o deixar assim tão fácil.

━━ ISSO É PELA MINHA MÃE, SEU DESGRAÇADO ━━ novamente soco em seu rosto, faíscas saindo das minhas duas palmas, até vê-lo inconsciente.

Me levantei ofegante, com o nariz escorrendo sangue pelo único soco que levei.

Passou o polegar direito debaixo do nariz, tentando limpar, mas só sujou mais ainda por conta das mãos sujas de sangue do rosto dele.

Olho para Hyuna, que me encarava aterrorizada. Mas logo tratou de mudar sua expressão, quando me percebeu a olhando. Ela sorriu e pegou um pedaço de pano de seu bolso, limpando gentilmente meu nariz. Sinto dor e faço uma careta.

━━ Deixe que eu procuro sua mãe. Fique aqui ━━ ela sorriu calmamente, deixando um beijo em minha bochecha. Enquanto ela se virava para dentro da casa, percebo sua expressão mudar. Estava ainda aterrorizada.

Provavelmente eu a assustei com minha ações, eu deveria pedir desculpas depois.

Provavelmente eu a assustei com minha ações, eu deveria pedir desculpas depois

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