Homem de Gelo e os Novos Mutantes (Marvel 717 1)

Arma Biológica

A vida é muito curta para se importar com tudo, oh

Um mundo escuro anseia com um respingo do Sol, oh

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor

Eu fugiria

Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Então eu corro para o que eles disseram que iria me restaurar

Restaurar a vida do jeito que ela deveria ser

Estou esperando esse xarope pra tosse

Fazer efeito

Cough Syrup — Young the Giant

25 de janeiro de 2020

Theo não pensou ao ver a mutante carregando eletricidade nas mãos. Ele saltou para o lado, conseguindo escapar do golpe direto e sentindo apenas alguns resquícios de eletricidade passarem pela superfície de sua pele. Ele estendeu a mão, desesperado, para a arma em seu coldre. Podia não saber por que os poderes dela tinham parado de funcionar antes, e sinceramente, não se importava, mas tinham voltado agora e ele estava em perigo, grande perigo.

Ele se ajoelhou de uma vez, apontando a arma para a frente. Para seu choque, a mutante já não estava mais ali. Não parecia interessada em terminar o serviço. Teria ela ido atrás de seu companheiro de time? Theo abaixou a arma, sentindo-se também um pouco idiota por ter esquecido de que as armas não funcionariam de qualquer forma, tendo sido congeladas pela presença do Homem de Gelo nas redondezas.

Grunhiu, guardando a arma de volta e se levantando devagar. Damon estaria com problemas. Ele não ia conseguir enfrentar dois mutantes com poderes, ia acabar morto!

E por falar em morte...

— Ewa!

Theo se virou para a garota, lembrando-se de repente dela ter sido atingida. A purificadora estava caída no chão, felizmente respirando. Com dificuldade, mas respirando. O garoto correu até ela, colocando os dedos em seu pescoço. Estava com o pulso acelerado, mas ao menos respirava. Ele pegou o telefone, discando um número às pressas. Eram orientados a nunca ir ao hospital em caso de emergência e se enfiar nos acampamentos médicos dos purificadores para tratar qualquer ferimento.

— Ei! Eu preciso de atendimento! Estou num beco ao lado do prédio...

Theo mal acabou de falar, e um pequeno grupo de purificadores veio correndo do fim do beco. É claro. Se os purificadores estavam todos por perto, lutando no prédio, os médicos também estariam, para lidar com emergências. Aquilo definitivamente era uma emergência.

— Dê licença, garoto.

Ele saiu do caminho dos médicos, ainda atordoado. Os observou por um instante, começarem a examinar Ewa, tentando ouvir as palavras deles, mas não conseguia entender muita coisa. E no meio desse choque, de repente, ele se lembrou de Damon, sozinho contra dois mutantes da Irmandade a metros dali.

Theo deixou Ewa aos cuidados dos médicos, correndo de volta para a rua, em direção a onde ouvia mais gritos. Damon devia estar ali. Tinha de estar. Theo atravessou um mar de pessoas, tirando a arma disfuncional do coldre só para assustar as pessoas para longe de seu caminho. Ainda assim, ele não conseguiu chegar a tempo, e quando enfim conseguiu ver Damon ao longe, foi para ver a mutante acertar dois raios nas costas dele.