Crenças

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Quem sou eu?

Para que o senhor de toda a terra

Se preocupe em saber meu nome

Se preocupe em sentir minha dor

Quem sou eu?

Para que a resplandecente Estrela da Manhã

Escolha iluminar o caminho

Para o meu sempre duvidante coração

Who Am I — Casting Crowns


03 de fevereiro de 2020


Primeiramente, Nala analisou os arredores. O mutante vermelho cuja cabeça ela bateu na parede estava desmaiado aos seus pés. Ela não fazia ideia de como tinha ido parar ali, ou de onde exatamente "ali" era, mas lentamente, foi somando algumas coisas em sua cabeça.

Estava nos esgotos. Ele teleportara para fugir. O instinto dele seria fugir para casa.

O misterioso homem no comando dos Carrascos tinha razão. Essa era a forma de encontrar aglomerações de mutantes. Ela sentiu a mão coçar, já querendo criar algumas adagas, começar por aquele ali caído aos pés dela e então sair pelos esgotos procurando o resto.

Mas mesmo Nala não era tão impulsiva assim. Ela não sabia atrás de quantos estaria indo, quais seriam as habilidades deles, se seriam capazes de se proteger... Poderia acabar se dando muito mal se tentasse dar conta disso tudo por conta própria.

Não. Precisava voltar para a base e fazer o relatório. Mas, primeiro... Ela ponderou por um instante, olhando para o garoto vermelho de capuz no chão. Se o matasse, o resto dos mutantes se perguntaria onde ele tinha ido parar. Se o deixasse vivo, ele poderia acabar os alertando da presença dela, e os levar embora.

É. Esse risco parecia pior. A garota esticou a mão para o lado, formando uma adaga de cristal. Era só se abaixar sobre ele e cortar a garganta dele. Menos um problema e menos um mutado no mundo.

Mas nesse momento o mutante se mexeu no chão, virando-se para encará-la. Ela viu os olhos dele se arregalarem em terror e, no instante seguinte, ele desapareceu, deixando uma fumaça com cheiro de enxofre no ar.

— Não! Não, inferno! Inferno!

Ela gritou, apertando a adaga na mão com força o suficiente para se cortar e começou a sangrar. Aquilo não era nada bom. Ele ia alertar os amigos, e os Carrascos iam perder a vantagem do ataque surpresa.

Nala respirou fundo. Ok, não adiantava ficar ali xingando agora, precisava voltar para a base e decidir os próximos passos. Ela olhou em volta, procurando alguma placa ou qualquer sinalização indicando um bueiro próximo. Não podia estar muito longe. Era só seguir o fluxo da água fedorenta correndo ali embaixo.

A garota pegou o celular, começando a discar para a sede, mas acabou desistindo no meio do caminho. Não queria precisar falar ali embaixo e acabar denunciando sua presença para mais alguém. Em silêncio, ela continuou andando a passos quietos pelo local, até encontrar uma escada e um bueiro para cima.

Finalmente. A garota subiu as escadas, precisando fazer uma força colossal para empurrar a tampa do bueiro para o lado e enfim sair para a superfície de Nova York. Então ela puxou o celular para usar o mapa e ver onde estava, e constatou, muito irritada, que tinha ido parar em Staten Island. A casa deles ficava em Manhattan.

Homem de Gelo e os Novos Mutantes (Marvel 717 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora