Pétalas

68 22 72
                                    

Sigo embriagado, acompanhado de versos e capuz,
Mas o que me deixa mesmo alucinado são as lembranças que esse efeito produz,
O fato de sonhar acordado ainda me seduz,
Mas o coração acelerado resume a aflição que no fim se traduz.

A questão é que o dia ainda está em seu início,
Muitos são os sinais de mudança, mas me rendo aos mesmos vícios,
O que se torna mais propicio a você jogar fora doses de mim,
Nesse caminho só há indícios de mais um final sozinho.

Por um motivo ainda não descrito,
Carrego uma intensidade a mais e sigo Aflito .
Jogando as pétalas fora pelo caminho,
Me aquecendo na madrugada, mas colecionando os espinhos,
Mas essas cicatrizes não me fizeram não sofrer,
Tive que alterar o que sinto, pra que essa garrafa de absinto não termine  de me absorver.

Agora faço o balanço,
Ainda cansado avanço,
Sobre o que começou e eu não entendi,
Mas aprendi e me surpreendi,
Mesmo que no final me vi ali.

Alucinado, apaixonado, bobo desenfreado,
Adjetivos que na real so faziam sentido a seu lado
Mas não lamento tanto ter sido tão breve,
Agradeço por ter sido tão leve,
A gente devia ter noção de como se atreve,
Depois de fingir tanto sermos frios como neve.

Lembro sua cara de surpresa por cair na sua,
Entendi o seu blefe, mas sou um cara que não recua,
Achei nosso sentido olhando pra lua,
Que eu olhava com carinho indo pra sua rua,
O final não foi feliz e a culpa não é sua,
Também não é minha,
O tempo engoliu nosso tempo,
E fomos reféns seguimos nossos caminhos pra ficar tudo bem.

Sobre o que amei e sua imensidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora