Nada escapa

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Fazer o que se eu sequer me lembro como te arranquei do meu peito,
Nem quero saber se foi dolorido,
Passou,
E não, eu não me senti mais leve,
Me senti vazio,
E assim quis mais,
Arrisquei  mais, busquei demais,
Aliás experimentei demais,
Me aprofundei sem paz.

O modo como esse jeito me deixou em cone,
Apontado em qualquer direção,
Sem me aquecer,
Sem esmurecer,
Arriscando a cada segundo,
Sem relembrar,
Mas sentindo não esquecer.

Essa dualidade me serviu de isca,
Cai no erro de achar que eu acharia  algo,
Mas o que eu sonhava eu já tive,
Tinha cor,
Tinha cheiro,
Tinha nome.
Agora não existe mais,
Não pra mim.
Sendo assim,
Uso minha capa e sigo,
Quando alguém quiser ver o que tem aqui dentro,
Sairá surpreso,
Assustado,
Mas é certo que só voltaria por mera curiosidade,
Fui consumido pelo vazio,
O meu horizonte de eventos,
Aonde permaneço.

No meu pensamento,
Penso em tanto sentimento,
Porque me apressei,
Porque não me demorei.

Havia tempo pra voltar,
Eu insisti,
Devia deixar o tempo passar,
Eu insisti.
Assim que vi a chance de encontrar,
Eu me perdi,
Como numa epopeia te amar,
Assim te senti.

Seriamos uma peça de teatro,
Mas o drama nos afastou,
Ficaríamos bem em um retrato,
Mas o tempo se findou,
Vivíamos ligados sem contrato,
Mas a vida nos mostrou,
Que lidar com sonhar em ingrato,
E tudo nos afastou.

Sobre o que amei e sua imensidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora