No dia seguinte, depois da tempestade da noite anterior que assolou os terrenos do castelo, o dia amanheceu com um tempo acinzentado que perdurou durante todo o dia, uma brisa gélida espreitando pelas janelas.
Apesar do tempo fechado, o salão comunal da corvinal parecia possuir uma rara e fina camada de leveza e bom humor juntamente com seus residentes. Todos estavam abismados com o fato de Kuroo estar em tamanho bom humor.
Era notório que Kuroo costumava reclamar e manter sua cara fechada durante todo o dia, falando mal em seus murmúrios para quem quisesse ou tivesse o infortúnio de ouvir e sentar-se ao seu lado.
— Vocês tão sentindo? Essa paz? Nossos ouvidos tendo um merecido descanso! — provocou Akaashi que estava esparramado em um dos sofás azulados que ficavam espalhados pelos cantos do salão comunal da corvinal.
— Quem que a gente precisa agradecer pelo milagre? — Iwaizumi entrou na brincadeira.
— Eu vi você recusando várias garotas, Kuroo, conta o que aconteceu, somos seus amigos. — Osamu falou com um meio sorriso, diferentemente do seu irmão gêmeo que estava na sonserina, ele não exibia aqueles sorrisos enormes.
— Acho que ele nem tá ouvindo, tá muito perdido em pensamentos. — Tsukishima arrancou uma risada dos outros corvinos. Tirando o próprio loiro, todos eles faziam parte do time de quadribol liderado pelo capitão e monitor.
— Querem me deixar em paz? — Kuroo empertigou-se no sofá em que estava, sua voz saiu sem a irritação costumeira o que fez os outros ficarem levemente surpresos.
— Você tá com febre? — Sakusa se levantou, franzindo a testa. — Se você tiver doente, eu te chuto pra fora daqui. — ele se aproximou para checar a temperatura de Kuroo e foi empurrado pelo outro.
— Finalmente você resolveu sua tensão sexual né, Kuroo, parece que a noite foi boa. — Akaashi se segurou para não rir, ele tinha visto Kuroo beijando seu amigo na noite passada e depois para sua surpresa, o corvino passara a noite inteira com um sorriso idiota no rosto.
Aquilo tinha valido muito, já que sua própria noite não havia sido das melhores vendo seu par dançar com várias garotas, mas pelo menos ele havia conseguido uma dança no final.
Todos viraram a cabeça em curiosidade de Akaashi para Kuroo com diversão clara nos olhares.
— Não sei do que tá falando. — Kuroo tentou ser cortante, mas seu olhar afiado para Akaashi dizia muito.
— Ah, Kuroo, não seja assim, vai dizer que você não gostou de beijar ele? — Akaashi limpou seus óculos e os ajustou no rosto casualmente quando todos se viraram para ele novamente.
— Ele? Você tá falando do loirinho que ele vive reclamando? — Osamu questionou.
— Você beijou o Kenma? — incrédulo, Tsukishima se virou para o amigo. Ele não havia prestado muita atenção na festa, e prestou menos ainda atenção ao seu redor quando dançara com Yamaguchi, lembrou-se que o garoto também lhe pedira um beijo e corou, as brincadeiras de Yamaguchi lhe deixavam sem saber como reagir.
— Calem a boca! São vocês que namoram sonserinos aqui! — Kuroo vivia jogando esse fato na cara deles, não conseguia aceitar que metade do seu time de quadribol estava envolvido com aquela casa.
Certa vez ele ameaçou seu time dizendo que quem estivesse envolvido com sonserines estaria fora do time, mas foi lembrado que dessa forma não sobraria quase ninguém ao time.
E ele não iria admitir que beijara Kenma na frente daqueles idiotas, se eles não haviam visto então ele que não iria se entregar dessa forma. Além do mais, agora que a festa tinha passado, estava dizendo a si mesmo que conseguira o que queria, não teria mais porque ficar pensando na boca e no piercing do sonserino agora que já o tinha beijado, com certeza aquilo bastaria para devolver paz aos seus pensamentos.
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Hogwarts, uma história moderna
FanfictionOnde os estudantes mais certinhos de Hogwarts se veem em uma situação complicada ao lidar com os bruxos mais encrenqueiros da escola.