Toda vez que Kageyama via Hinata na maca da enfermaria reclamando ou fazendo caretas de dor para a enfermeira que vinha vê-lo e dar as medicações, ele se sentia péssimo e culpado.
Hinata não havia brigado com ele, ou xingado, nem o tinha tratado diferente, mas ele achava que merecia isso no fundo por tê-lo machucado. Isso também o deixava aliviado por saber que ele não tinha mudado, havia muitos sentimentos conflitantes em sua cabeça no momento que ele não conseguia ordenar.
Para tentar se redimir, faria tudo que estivesse ao seu alcance para deixar o ruivo feliz.
Ficou durante mais uma noite plantado na enfermaria ao lado de Hinata, seu braço estava enfaixado e a enfermeira descobriu duas costelas quebradas o analisando antes de dar alta, ele teria que voltar lá para que ela o acompanhasse.
— Posso ir, tia? Quero tomar café com minhes amigues! Não aguento mais esse lugar com cheiro de remédio. — Hinata reclamou enquanto a enfermeira passava uma loção curativa nos joelhos e mãos raladas do garoto. — Aí! Isso arde!
— Fica quieto, pestinha. Ainda falta o rosto. — a mulher falou impaciente, sabendo a fama que ele tinha por não gostar de tomar remédios.
— Deixa curar natural, tia! — choramingou Hinata enquanto virava o rosto para evitar os cuidados. Ele queria fazer uma surpresa para es amigues.
— Desisto. Vai logo, tá liberado. — a mulher largou os remédios de lado com um bufado, reclamando que estava muito velha para aguentar aquelas crianças.
— Eba! Você ouviu boboca? Vamo embora daqui! — Hinata comemorou, levantando os braços e fazendo uma careta ao sentir uma fisgada em seu braço.
Kageyama assistia a cena com um sorrisinho vendo o jeito impaciente de Hinata, mas se virou preocupado para a enfermeira.
— Ele precisa voltar depois?
— Sim, só pra acompanhar como tá a recuperação. — ela informou e Hinata murchou, não queria mais voltar ali.
— Eu trago ele. — Kageyama acenou em concordância.
— Tô tão fraco e dolorido. — Hinata jogou a mão boa sobre o rosto com ar teatral. — Acho que alguém vai ter que me levar.
— Quer que eu te carregue? — o moreno piscou para ele.
— Você prometeu que faria tudo que eu quisesse. — Hinata fez um biquinho.
Se fosse antes de tudo aquilo, Kageyama teria reclamado ou xingado, provavelmente reclamado e xingado, mas agora ele não se importava de carregá-lo, não voltaria atrás com sua palavra.
— Tudo bem. — acenou, se aproximando, vendo Hinata lhe lançar um sorriso de alegria quando o colocou nos braços.
— Vê se não me derruba de novo! — o ruivo deu um sorrisinho travesso, passando o braço bom ao redor do pescoço dele, percebeu que Kageyama não era apenas alto e magro, ele também era forte.
— Idiota, eu não vou. — o moreno respondeu, sentindo seu rosto esquentar com o calor corporal que o outro emanava.
Hinata deu uma risada e apoiou seu rosto no ombro dele, nesse momento seu sangue parecia ter se congelado e o coração de Kageyama batia acelerado com a proximidade.
Ainda era cedo, mas o café da manhã já estava sendo servido e o salão principal deveria estar cheio com es alunes. Hinata estava fazendo uma cara pensativa.
— Tobio. — ele chamou.
— Hum? — Kageyama tira parado, ainda segurando ele, tinha escutado certo e Hinata o tinha chamado por seu nome? Isso fez seu coração disparar mais uma vez, ele gostou de como a palavra soou nos lábios dele. Tentou retornar seus pensamentos e se concentrar no garoto.
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Hogwarts, uma história moderna
FanficOnde os estudantes mais certinhos de Hogwarts se veem em uma situação complicada ao lidar com os bruxos mais encrenqueiros da escola.