16. Dia de folga

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sexta-feira

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sexta-feira


Apenas aja com naturalidade, eu avisei-me com os meus olhos fixos baixos. Nem mesmo o reconheça.

Isso quase não fez diferença para a tempestade que se formava lá dentro. Eu não conseguia controlar as minhas emoções. Saber que Leon estava parado na minha frente na cozinha, tomando café, quase matou-me. Já que ele fez questão de não voltar até tardiamente na noite passada e todo o lugar fedia a álcool quando ele entrou — eu sabia porque me arrastei para fora do meu quarto quando o ouvi há que horas, e isso doeu — ele claramente não queria falar sobre isso. E eu tinha que presumir que esse silêncio agudo do rádio seria a maneira como lidamos com isso. Nós nunca discutiríamos o beijo; era como se nunca tivesse acontecido...

Eu não tinha certeza se conseguiria fazer isso; o beijo foi outra coisa. Explodiu a minha mente, e eu tive uma sensação engraçada da sua expressão de choque que ele se sentiu da mesma forma depois. Muito justo: nunca mais poderíamos fazer isso, não havia como começar algum tipo de relacionamento, mas não falar sobre isso também não ia funcionar.

– Você quer algo para comer? – eu perguntei. Eu queria parecer normal, mas havia um tremor na minha voz.

– Sim, por favor. Obrigado – eu não tinha certeza se a rouquidão era devido à madrugada ou por mim.

E se ele saiu ontem à noite? Perguntei-me. Tipo fora, fora. Para um bar... com mulheres, onde conheceu alguém?

Eu não queria que o meu cérebro pulasse imediatamente para essa conclusão, mas foi lá de qualquer maneira. Eu imaginei-o a sair com loiras e morenas sensuais pingando do seu braço, rindo das suas piadas, mandando beijos para ele, passando as mãos por seu corpo... então pensei nele em casa com uma daquelas mulheres, me fodendo do seu cérebro. Uma cobra nojenta de ciúme amargo enrolou-se no meu corpo.

– Tudo bem, vou fazer algumas panquecas então – não pensei que ele merecesse a minha omelete – Está tudo bem com você?

– Claro, claro... – ele olhou preguiçosamente em direção ao quarto da Emma – Devo tirar a Emma da cama?

– Você poderia – seria muito melhor com ela aqui dissipando a atmosfera – Mas ela não tem onde estar hoje. É um dia de treino de professores na sua escola, então ela pode dormir até tarde se quiser.

Mordi o meu lábio inferior, me perguntando se ele já sabia disso. Nunca lhe contei especificamente, mas estava programado e, como ele tinha um relacionamento muito melhor com a Emma, ela poderia ter-lhe contado.

– Eu vejo – não, as suas sobrancelhas franziram em confusão – Então, você tem planos para o dia?

– Sim, vamos ao Museu de História Natural. Emma disse-me que quer ir.

Ele balançou a cabeça lentamente, absorvendo isso. Por um momento horrível, eu perguntei-me se ele iria se oferecer para tirar o dia de folga do trabalho para passar connosco. Eu não poderia ter isso pairando sobre a minha cabeça o dia todo. Eu estava nervosa como o inferno de qualquer forma. Eu não poderia ter esses nervos zumbidos correndo nas minhas veias o dia todo. Isso iria me destruir totalmente.

Amando a BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora