03. Feliz por ficar

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terça-feira

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terça-feira


A única razão pela qual eu ainda não fugi era porque eu precisava de alguém para começar a cuidar de Emma imediatamente e eu senti que essa mulher... Abril, acredito que esse seja o seu nome, deu as respostas mais honestas. Eu não confiava em ninguém que se gabava de si mesmo como se fosse a melhor coisa desde o pão fatiado. Já havia caído nessa antes quando se tratava de funcionários da empresa, e eles sempre acabaram sendo um pesadelo. Todo latido e sem mordida. Não é o que eu precisava na pessoa que cuida da minha filha. Eu precisava de alguém que fosse verdadeiro consigo mesmo.

Mas se alguém não viesse logo, eu não tinha certeza do que faria. Tóquio estava a esperar; eu ainda tinha algumas coisas que precisava fazer no escritório antes de ir. Isso tudo estava a começar a se tornar um pesadelo...

Assim que eu engoli os últimos restos do meu café e estava prestes a empurrar a minha cadeira para trás, a porta do café abriu-se e uma mulher com cachos escuros varridos pelo vento voou para dentro.

– Ó meu Deus ­– os seus olhos castanhos cintilantes caíram sobre mim imediatamente quando me sentei na mesa exata em que disse que estaria ­– Sinto muito. Eu não queria atrasar-me. Esta é minha primeira vez em Nova York e eu não sabia para onde ia. Fiquei meio desviada, pensando ter mais tempo, aí acabei perdida... – de repente ela começou a perceber que divagava, o que não era a melhor forma de começar uma entrevista de emprego, se eu mesmo dissesse – De qualquer forma estou aqui agora. Muito obrigado por esperar-me. Sei como é pouco profissional chegar tarde.

Ela deixou-se cair na cadeira na minha frente de forma muito deselegante. Corri os meus olhos para cima e para baixo, examinando-a criticamente. Ela parecia mais jovem do que eu, eu diria ter pelo menos uma década, e ela tinha uma aparência muito desorganizada, que só foi destacada pelo fato de ela estar atrasada. Eu não gostei disso nem um pouco.

Eu não aguentava atrasos em nenhum dos meus funcionários; foi feito para um trabalho desleixado. Na minha mente eu já recusei, mas eu precisava passar pelas formalidades de qualquer jeito. Era a coisa certa a se fazer.

– Abril Rivera, não é? – ela acenou com a cabeça ­– Sou Leon Anderson. É um prazer conhecê-la – estendi a mão para ela e ela apertou ansiosamente.

Eu encarei a sua pele suada com fios de cabelos colados na sua testa e pescoço. Ela tinha uma aparência interessante, que gritava mais 'mulher de cidade pequena' do que 'nova-iorquina de cidade grande'

– Você tem um currículo?

– Aqui – ela enfiou a mão na bolsa e tirou um pedaço de papel muito transparente que não tinha muito nele – Desculpe é um pouco... fino ­– isso foi um eufemismo – Mas como eu disse no meu formulário, os compromissos familiares sempre foram um problema para mim, então não fui capaz de esforçar-me mais.

Nunca gostei de aprofundar-me nas questões pessoais de outras pessoas que trabalhassem para mim ou não, mas desta vez tive de o fazer. Eu precisava saber se esses "compromissos" seriam uma coisa contínua. Eu realmente não queria ter que continuar o ciclo de contratação de uma seleção de babás agora que a minha mãe se foi. Eu queria apenas uma.

Amando a BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora