Part 17

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C.

Tinha alguns bons segundos que Joe, estava deitado ao meu lado olhando pro teto em silêncio, enquanto eu me permanecia sentada na beira da cama enquanto lágrimas escorriam por minha bochecha. Eu estava me sentindo mal pela situação, principalmente por atingir meu namorado daquela forma.

Jamais faria algo para magoá-lo, ainda mais desse jeito. Nem consegui segurar as palavras em minha boca, quando pensei já escapou o nome de Maya de meus lábios. Seco as lágrimas, e fungando me viro para o homem em silêncio.

- Desculpe, Joe. -peço sem conseguir parar de chorar. -Eu, eu não sei o que deu em mim. -tento tocá-lo, mas o homem se afasta.

- Não me toca. Mas que merda, Carina. Como você dá uma dessa, falar o nome de uma mulher em um momento tão íntimo nosso?! -arqueio minhas sobrancelhas, seu ego tava ferido não por eu ter falar um nome na hora que gozei, e sim por ter citado o nome de uma mulher. E minhas dúvidas são tiradas quando ela diz a seguinte frase:- O que me deixa mais puto ainda,é o fato de ser o nome daquela garota grudenta.

- Espera? Você esta nem ai por eu ter gozado pensando em outra pessoa, e sim por essa pessoa ser uma mulher, e ainda por cima a Maya.

- Exatamente. Ela é tão obcecada por você, que esta te arrastando para a sua própria sujeira. Nunca tive nada contra ela, até sentia um pouco de empatia, porém agora sinto mais nada,apenas nojo pois ela começou a afetar meu relacionamento.

- Se ouça Joe, Maya nunca fez nada para te...

- Cala a boca, você não tem direito em dizer nada depois da merda que tu fez. Uma mulher,Carina,uma mulher? Ainda por cima uma estranha com um pau entre as pernas -o mesmo se levantou apontando o dedo em minha cara. Eu sei que errei, mas não deixaria que um homem se dirigisse a mim dessa forma,e muito menos que falasse de Maya.

- Primeiramente abaixa a porra do seu dedo. Eu sei que errei, e assumo isso, e nunca, escute só... -me aproximei estando meu rosto a centímetros do seu. -Nunca mais ouse a falar da Maya desse jeito. Como se a sexualidade dela fosse algo errado, horrível e nojento como tu disse, e ela não é uma aberração. Em partes eu agradeço por ter aberto a minha boca e ter saído o nome dela, para só assim perceber o cara preconceituoso que você é, e falso. Pois entrou em nossa casa fingindo uma "amizade" com ela, e agora diz que tinha apenas a porra de uma empatia, então vai se foder. -despejo o empurrando pelos ombros. Começo a recolher as minhas roupas que estão jogadas pelo chão, enfio tudo de qualquer jeito em minha bolsa.

- Você esta distorcendo as coisas. Agora quer me colocar de vilão quando eu fiz nada. -o mesmo segurou meu braço quando fiz menção em me retirar do quarto.

- Tira a mão de cima de mim. Eu não estou te fazendo de vilão, Joe. -neguei segurando as lágrimas. -eu admito o meu erro, sim, estou chateada comigo. E como você falou da Maya, você não tem direito de julgar a sexualidade de alguém.

- Eu não estou julgando meu amor. -o mesmo respirou fundo, passo rapidamente as costas de minha mão por meu rosto. -Se ponha em meu lugar por um momento.

- Me deixa ir pra casa. -peço quando o homem barra minha passagem. -Por favor, eu preciso ir pra casa.

- Você não vai sair assim. Deita naquela cama e dorme, amanhã nós conversamos com mais calma. -sua voz saiu branda. Mas eu sabia que ele estava puto comigo, e não o julgava por isso.

- Não quero passar à noite aqui. -digo firme fazendo um coque em meu cabelo. Minha situação não estava uma das melhores com toda certeza.

- Não complica as coisas merda. -seu punho bateu contra a porta me assustando. -Me responda uma coisa, Carina. Seja pelo menos uma vez na porra de sua vida sincera. -continuou depois de alguns segundos em silêncio. -Você tem algum tipo de sentimento pela Bishop, sem ser de amizade?

Sinto o meu corpo todo tremer, meus olhos transbordam de lágrimas. Eu nunca tinha dito em voz alta que estava apaixonada por Maya Bishop, e ser Joe Yoon a primeira pessoa a ouvir isso me doía. Mas eu precisava ser sincera em questão aos meus sentimentos.

- Sim. Me desculpe Joe, não sei como aconteceu isso, mas aconteceu.

- Ok! - é tudo que o mesmo diz esfregando as mãos no rosto. -Eu to com raiva, não quero te fazer nenhum mal. -fungou me deixando ainda mais péssima pela situação. -pelo qual possa me arrepender amanhã, então você fica no quarto, e eu vou pra sala.

Sem me dar chances de dizer nada, o coreano me deixa sozinha no cômodo. Depois de alguns minutos chorando, decido que não é uma boa idéia passar à noite ali. Retiro meu celular da bolsa e ligo para Emmett, ele seria a única pessoa a acolher em sua casa por essa noite. Não somos tão próximos, como ele é de Maya, mas eu sabia que jamais ele me negaria uma ajuda. E ir pra casa nessa situação estava fora de cogitação, não poderia encarar Maya.

- Aonde você vai? -perguntou Joe que estava sentado no sofá com um copo de uísque na mão.

- Vou pra casa do Emmett. -disse ajeitando a alça da bolsa em meu ombro. -Ele esta lá embaixo me esperando.

- Ok! -foi tudo que saiu dos seus lábios quando seu olhar frio se dirigiu a mim. Sem olhar para trás fechei a porta atrás de mim.

[...] Como esperado minha noite foi péssima, Emmett respeitou meu espaço sem fazer muitas perguntas. O homem me fez um chá quente, e me deixou sozinha no colchão que arrumou para mim em sua sala. Serei eternamente grata a ele por tudo. Me despedi logo pela manhã, indo direto para casa com uma olheira horrível.

Quando entrei em casa, Maya ainda dormia em seu quarto e para o meu desespero ela tinha companhia. O agasalho de Gadot estava na sala juntamente de sua bolsa, respirei fundo e entrei no banheiro para tomar o meu banho.

Aproveitei que teria que lavar meu cabelo, e parei para pensar nos últimos acontecimentos. Levei quase meia hora dentro do box, enrolei uma toalha em meu corpo e outra meu cabelo, retirei o secador da gaveta, sequei apenas por cima meus fios molhados, e deixei o ambiente indo para o meu quarto me vestir. Estava sem nenhuma animação por aquela manhã, e era para eu estar super feliz, afinal estarei em poucas horas indo para Páris me apresentar em uma das melhores escolas de artes do mundo.

Opto em vestir uma calça jeans escura, e uma camiseta de gola alta no mesmo tom, jogando meu sobretudo por cima, logo calçando uma bota de cano alto nos pés. Faço uma maquiagem leve, e bem básica, deixando meu cabelo solto. Quando estou em frente ao espelho colocando meus brincos escuto a porta sendo aberta, e Maya aparecendo ali com o seu pijama dos simpsons, infantil, porém fofo.

- Posso entrar? -assinto com um pequeno sorriso. -Pensei que viria mais tarde. -deixa um beijo em minha bochecha e se senta na beira de minha cama.

- Acabei acordando cedo demais, e preferi vir me arrumar já. -menti.

- Ansiosa? -assenti, a loira sorriu. -Vamos aproveitar cada minuto na cidade da luz.

- Com certeza iremos. Nunca se sabe quando voltaremos.

- Sim.-silêncio- Carina, esta tudo bem? Você me parece tristinha.

- Estou bem. Apenas cansada. -suspiro tendo a outra agora parada em minha frente. -Porque você não vai se arrumar, hum?!

- Eu irei. Você não esta bem, eu sinto isso. -seus dedos tocam minha bochecha. -estarei aqui quando quiser conversar.

E a vontade de chorar me consome com força quando seus braços rodeiam meu corpo me apertado contra si. Me seguro para não me desmanchar bem ali, eu não queria estragar nada em nossa viagem.

- Te amo, May. -murmuro beijando seu ombro.

- Também amo você, Cah, sempre. - seus lábios se encostam em meu pescoço.

Será que ela tinha noção do efeito que ela tinha sobre mim?


I love my best friend | Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora