Part 20

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M.

Passei o passeio todo me corroendo de como conversar com Carina, eu não podia esperar mais. Eu sei que tinha escolhido o dia errado, sendo que amanhã a italiana teria uma apresentação importante e que teria que estar focada, mas eu não aguentava mais. E ver aquele monte de casais feliz, debaixo da Torre Eiffel se amando por terem tido coragem por se declararem, me motivou a fazer isso além das conversas com Gal, Emmett,Andy e Vic pesarem muito. Eu não podia ficar eternamente nessa com medo, na dúvida e insegura.

Mas uma coisa que eu não esperava era ter Carina me beijando após eu me declarar para ela. Esperava uma morena confusa, me dizendo que eu não poderia ter feito isso com a gente. Mas estava feliz pelo resultado... Senti Carina entre abrindo seus lábios, e eu logo fiz o mesmo, ficamos ali naquela carícia gostosa, antes de serpentear minha língua para dentro de sua boca. Não era a primeira vez que nos beijavamos, mas era diferente pois eu sabia que diferente das outras vezes ela estava ciente, e se lembraria do ato.

Findo beijo com alguns selinhos, após sentir o meu pulmão gritar por oxigênio, mantendo minhas mãos em volta de seu rosto magro lindo, analisando cada detalhe dele, enfim eu digo:

- Você esta tranquila com isso? Digo de eu estar apaixonada por você. É que eu não esperava uma reação sua, não essa para ser sincera.

- E eu não esperava que você fosse se declarar para mim, na verdade nem esperava que vocês me amasse como eu te amo.

E pela última frase dita meu cérebro da uma panic.

- Espera. -digo passando as mãos pelos meus cabelos em uma tentativa falha de me acalmar. -Você realmente disse o que eu ouvi?

Carina sorriu daquele jeito que só ela sabia. Que fazia o meu peito palpitar. Suas mãos se entrelaçaram  com as minhas, beijou os nó dos dedos e encostou nossas testas. Poderia parecer besta, mas eu já chora de alegria por saber que meu amor era correspondido na mesma intensidade.

- Se você ouviu que eu te amo, então sim, a senhorita ouviu certo!

Depois de um breve diálogo sem sentido, trocamos um selinho e resolvemos voltar para o hotel. Durante o percurso no Uber nossas mãos se manteram entrelaçadas em meu colo. Alguns minutos depois estavamos subindo para o nosso quarto, após pagarmos pela corrida, que sinceramente deu uma fortuna. Minhas economias iam para o brejo desse jeito.

Parecíamos aquele casal de adolescente apaixonados. Nossos sorrisos, nossos olhares diziam tudo naquele momento em silêncio dentro da caixa metálica.

- Isso é tão surreal não acha? -pergunto dando espaço para a mais velha passar quando o elevador se abre.

- Sim. Mais surreal ainda é saber que esses últimos dias eu estava surtando ao me ver apaixonada por você, e com medo de ter estragado a nossa amizade.

Acabo rindo retirando meu casaco, após jogar o cartão de entrada em cima da mesinha ao lado da porta.

- E eu que estava surtando à anos.

- Sério? -Carina pergunta de cenho franzido.

- Sim. Talvez a paixonite tenha vindo na adolescência, mas o amor de mulher veio mesmo agora na fase "adulta". -dou um sorriso. Me sento na beira da cama, começando a me  livrar dos meus coturnos.

- Maya, você guardou esses sentimentos por mim esse tempo todo? Céus, como você ficava quando me via com outras pessoas? Maya, eu te torturava com os meus casos, e namoro. Isso é tão cruel. -a italiana me olha com os seus castanhos úmidos, enquanto bagunça o cabelo.

- Não tinha como você adivinhar, Caa. Além do mais somos melhores amigas, é normal contarmos as coisas uma para a outra.

- Mesmo assim. Eu levava Joe para dentro da nossa casa, o beijava na sua frente e ainda te fazia comer na mesma mesa que a gente. -diante da frase da mulher, que eu me lembro do paspalho, Carina ainda tinha ele em sua vida.

I love my best friend | Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora