Gabriel is "Bak"!

8.8K 473 120
                                    

POV CAROLINA VOLTAN

— Ca- ce- te. — Milena exclama após, aparentemente, ler uma mensagem bombástica em seu celular.

Como essa mendiga não tem casa, está na minha, igual a semana inteira.

— O quê? — Pergunto, subitamente curiosa.

Minha melhor amiga me olha, com a boca ainda meio aberta.

— Advinha quem voltou para Denver. — Ela diz, e eu ergo uma sobrancelha.

— Sei lá, já teve algum famoso que saiu daqui? — Pergunto, e ela revira os olhos.

— Bom, não é mundialmente famoso, mas aqui ele com toda certeza é bem conhecido. — Diz, fingindo analisar suas unhas. Eu bufo, e jogo uma almofada nela.

— Qual é, 'pra que o suspense? Só fala de uma vez! — Reclamo, e ela sorri.

— Vou te dizer três palavras e você com toda certeza vai saber quem é! — Se anima, ajeitando-se na cama. Eu reviro os olhos, aguardando. — Bárbara, aposta e porradaria. — Ela finalmente diz, e então eu arregalo os olhos.






O que caralhos o Bak veio fazer por aqui?!

— Mentira que o Gabriel está de volta aqui 'pra Denver! — Digo, bem mais surpresa do que eu achava que iria ficar quando Milena iniciou essa conversa.

— Totalmente verdade, e você não sabe da maior... — Ela faz uma pausa dramática, e eu quase bufo de novo. — Ele vai morar na mansão gigantesca do tão conhecido Brandon Passos Freeman. — Meu queixo cai.

Inevitavelmente meus pensamentos vão imediatamente para a morena mais irritante dessa cidade... Bárbara.

Ela, com toda certeza surtou, ou vai em algum momento. Não quero nem imaginar esses dois juntos com a Bárbara tendo aqueles ataques de ansiedade e raiva dela. Até o fim do ano um dos dois morreu, ou foi morar na rua para não ter que conviver junto...

— Bárbara deve estar surtando agora... — Digo, e Milena nega.

— Por incrível que pareça, ela não surtou, apenas ficou brava, óbvio, e confrontou o pai dela como sempre faz. — Diz, e eu ergo uma sobrancelha.

— E como você sabe de tudo isso? — Cruzo os braços, e ela sorri.

— Bianca Lula, conhece? Minha futura namorada, e melhor amiga da sua futura peguete também. — Eu reviro os olhos, e ela ri.

— Qual é, ainda 'tá nessa de a gente ter ficado sozinhas na sala de jogos aquele dia? — Pergunto com tédio, e ela nega. — E aquieta o facho, não se emociona que a Bianca é da mesma laia da Bárbara.

— Filha, me respeita! — Ela joga uma almofadada em mim, e depois prossegue com as reclamações: — Você achou mesmo que eu não ia descobrir que você beijou a Bárbara? As notícias veem até mim, sou a maior fofoqueira que já pisou nesta cidade. — Ela diz, claramente toda orgulhosa.

Maldito beijo que agora me persegue.

— Foi no calor do momento, não significou absolutamente nada para nenhuma de nós duas. — Afirmo com convicção, e minha melhor amiga ergue uma sobrancelha.

— Diga por si só então, meu bem. Para a Bárbara deve ter sido a conquista do ano! — Diz, e então explode em uma gargalhada.

— Você só pode ter endoidado de vez, a conquista do ano para a Bárbara foi ter comido Casey Fllin no vestiário após conquistar o segundo título seguido no amistoso contra o colégio estadual... Ela fez questão de deixar bem claro no discurso do título. — Reviro meus olhos ao lembrar do dia em específico.

Ela é tão desnecessária quando quer. Ou seja, na maior parte do tempo.

— Ei, não foi bem assim. Os amigos dela que estavam se gabando por ela, lembro muito bem deles gritando várias vezes "nossa prefeita comeu a taça e a rainha da vocês foi sobremesa". — Milena a defende, e eu cruzo os braços.

— Mas ela não fez nada para impedi-los e contou a eles, da na mesma.

— Você só está dizendo isso porque "odeia" a Bárbara, mas nós duas sabemos que ela até saiu na porrada com um dos idiotas que estava gritando, e que pegaram as duas no flagra no banheiro. E mesmo assim depois ela foi uma fofa e fez o maior discurso na frente de todo mundo dizendo para cuidarem da própria vida e pediu desculpas para Casey. — Eu descruzo os braços, e sorrio debochadamente. — E cara, no fim Casey não estava nem aí, ela mesma já tinha dito para todos "dei para a Passos". — Ela divaga sozinha.

— Acabou, advogada da Passos? — Provoco, e ela me mostra o dedo.

— Só estou dizendo, Bárbara não é tão ruim quanto pensam. A crucificam como se ela fosse um macho hétero escroto, porém, ela é mulher e apesar de certas atitudes tem muito mais cérebro que os homens da nossa escola.

— Eu discordo, ela realmente age como um hétero escroto na maior parte do tempo. — Retruco, e Milena bufa.

— Você é igualzinha as militantes nerds da nossa escola, aposto que acha o Victor o maior santinho perto da Bárbara, mas isso porque todo mundo passou pano para ele ano retrasado quando traiu a Suellen e saiu zombando dela com os amiguinhos dele. Mas aí a Bárbara fica com duas garotas em uma festa e é uma canalha desprezível. — Ela finaliza, e então cruza os braços me encarando com desafio.

Não digo nada, apenas reviro os olhos e pego meu celular.

— Ainda acho que ela é infantil e uma canalha desprezível. Pode incluir o Coringa nessas ofensas também. — Digo, por fim.

Miih ri.

— Eu nunca disse que ela não é, só acho que se for pra crucificar ela então que crucifique todos os idiotas da nossa escola também.

No fim, essa nossa discussão se estendeu mais do que eu gostaria. Quando percebi já estávamos falando mal de todos os outros idiotas que se acham naquele bendito colégio.

//

— Céus, eu amo falar mal dos outros. Mas agora preciso ir embora, tenho um encontro. — Milena diz, já se levantando da minha cama.

— Com a Bianca? — Pergunto, e ela me olha com tédio.

— Não, com uma tal de Sophia.

— Não me contou dela por quê? — Pergunto, indignada.

— Porque ainda não sentei nela, meu bem. Amanhã te contarei tudo sobre ela, com detalhes e posições preferidas. — Ela sorri sacana, e eu faço cara de nojo.

— Você é tão depravada, some da minha casa. — Digo e jogo uma almofada nela, que ri devolvendo a almofadada.

— Quero deixar claro que só estou indo embora porque preciso, e não porque você mandou. — Ela coloca as mãos na cintura e me encara, com deboche.

Reviro os olhos, rindo.

— Vai tarde, otaria. — Retruco, e agora é ela quem revira os olhos.

— Você é tão ingrata, eu aqui alegrando seu dia e te tirando dessa solidão terrível em que está para no fim ser "recompensada" com ataques 'palavrísticos' e ingratidão. — Ela dramatiza, e eu rio alto.

— Ataques 'palavrísticos'? Essa expressão sequer existe. — Eu rio de novo, e ela me mostra o dedo médio.

— Olha, melhor eu já ir mesmo. Não sou obrigada a aguentar esse tipo de desaforo. — Diz e então caminha para fora do meu quarto.

Ainda rindo me levanto da cama com um pulo e corro atrás da mais alta para pelo menos me despedir.

No fim, ela ficou mais uns vinte minutos na minha sala falando mal de mim junto com Ayla, e só foi embora quando percebeu que só teria quarenta minutos para chegar em sua casa e se arrumar para ir ao encontro.




Por favor, me diz que todo mundo notou a referência no nome do capítulo 🙏🏻

Não foi muito bem revisado, então me avisem qualquer erro e por favor comentem!
Voltei e já tô indo embora de novo, até não sei quando 🤍

𝐈𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐚𝐬? - [ 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐭𝐚𝐧 𝐆!𝐏 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora