Trouble as revenge?

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POV BÁRBARA PASSOS

Depois da minha breve discussão com Brandon sobre a chegada e hospedagem de Bak em casa, voltei para o meu quarto e por ali fiquei o resto do dia, não sai nem quando Ary veio me chamar para o jantar, dormi sem comer mesmo.

Sinceramente, é tudo ainda tão irreal que não tive nem tempo de sentir toda a raiva que venho guardando para mim durante todos esses anos. Gabriel apareceu na minha frente, depois de tudo, e eu sequer soquei a cara dele... considero um grande avanço.

— Vamos lá, Bárbara. Eu não quero me atrasar, e o papai já nos alertou antes de sair para o trabalho de que não é para faltarmos de jeito algum. — Victor bate na minha porta pela décima vez, me alertando do horário e nossas responsabilidades do dia.

Reviro meus olhos para mim mesma e passo perfume antes de sair do quarto, meu irmão esta em frente a porta, com uma cara nada boa.

— Toda essa demora para continuar feia? — Ele pergunta, e eu lhe mostro o dedo.

— Vai se ferrar, por que ainda não está no carro? — Pergunto estressada, meu irmão bufa.

— Por que eu estava aqui chamando a senhorita? — Retruca, e eu o ignoro descendo as escadas.

Quando chego no andar debaixo vejo apenas Ary, que sorri vindo até mim.

— Bom dia, querida. Como se sente? — Ela pergunta, após me dar um beijo na testa.

— Bom dia, Ary. Estou mais ou menos, não queria ir para a escola. — Faço bico, enquanto pego um pedaço de bolo de cima da mesa.

— Sei que é chato, mas é uma responsabilidade. Então vá e seja uma boa aluna. — A mais velha diz, e eu sorrio fraco lhe dando um beijo na bochecha.

— Tchau Ary, te vejo mais tarde. — Sorrio fraco e então pego a chave do meu carro no chaveiro, indo para a garagem logo em seguida.

Assim que adentro o local, o que vejo faz meu queixo cair, me deixa totalmente incrédula.

— O que caralhos você pensa que está fazendo? — Pergunto, e o idiota montado na minha moto me olha.

— Bom dia 'pra você também, priminha. Bak diz com sarcasmo, e eu reviro os olhos.

— Tira as patas da minha moto, seu imbecil. — Caminho até ele, que me olha com deboche.

— Seu pai disse que eu posso usar qualquer um dos veículos da garagem e, até onde eu sei, essa moto faz parte da garagem. — Ele se justifica, com um sorrisinho presunçoso nos lábios.

Retribuo o sorriso prontamente.

— Foca-se? A moto é minha, e eu caguei para o que meu pai falou. Desse agora da minha moto ou o único lugar 'pra onde você vai hoje é o hospital. — Ameaço, colocando minha mão no guidão da moto.

MINHA MOTO.

O garoto não responde nada, apenas revira os olhos e sai de cima da minha moto, jogando a chave no chão.

— Agora 'tá explicado o porque do seu pai reclamar tanto de você... quanta falta de educação. — Ele debocha, e eu rio.

— Se pensa que essas suas provocaçõeszinhas me atingem, tira o cavalinho da chuva. — Retruco pegando a chave do chão e subindo na moto.

— Tenho certeza de que te atingem, ou você não teria tanto ódio de mim. — Ele quem retruca agora, e eu reviro os olhos.

— Realmente, Bak. Não tenho ódio de você por toda a merda que você fez no passado, mas sim por conta desse diálogo de alguns minutos que tivemos hoje depois de uns dois anos sem eu nem olhar na sua cara. — Debocho, e antes que ele possa retrucar mais uma vez ligo a minha moto, fazendo com que o ronco dela o interrompa.

Também não dou a oportunidade para que ele responda depois que o barulho cessa um pouco, apenas saio da garagem e guardo a chave do meu carro no bolso. Não faz diferença ir de moto mesmo, o importante é esse imbecil não usar minhas coisas.

//

Fala sério, quem foi o monstro que inventou escola? Adolescentes mal amados, irritantes, depressivos, arrogantes e tudo o que há de ruim no mundo frequentando por horas, durante anos inteiros, o mesmo ambiente. É pra pedir mesmo que ninguém tenha saúde mental.

Nesse momento me encontro na diretoria, pela quarta vez no mês. Motivo? Eu soquei a cara de um idiota do time masculino de basquete, mas ele mereceu! Encheu o saco das líderes de torcida, tirou sarro de Thaiga e o pior de todos... disse que eu não deveria nem fazer parte dos times do colégio, porque não me esforço e só quero saber de festa.

Ele mentiu? Em partes, não. Mas poxa, eu treino todo santo dia na academia e quase nunca falto aos treinos para ele vir e falar isso? Inadmissível, mereceu cada porrada. Lembrando! Ele estava assediando as garotas também...

— Qual foi, Bárbara. Para que todo aquele escarcéu? Papai vai ficar uma fera. — Victor diz, sentando do meu lado no banco de espera.

William, o imbecil que bati, já está na sala da diretora agora junto com os pais dele. Eu sou a próxima, claro. E o meu pai não está aqui, óbvio, até porque ele praticamente manda nesse muquifo de escola. No fim, não vou levar suspensão, como sempre.

— Se ele ficar sabendo... e outra, desde quando ele se interessa pela nossa vida escolar? — Pergunto seca, Victor suspira.

— Ei, você está mais irritada que o normal hoje. O que houve? — Meu irmão pergunta, e eu dou de ombros.

— Acho que é normal se sentir um pouco irritada depois de desmaiar um idiota no soco.

— Já entendi, está fazendo de tudo para irritar o papai. E para isso, arranja encrenca, igual hoje cedo com Bak. — Ele diz, e eu o olho, incrédula.

— 'Tá falando sério? Aquele imbecil queria usar a minha moto! — Digo, um pouco exasperada demais.

— Isso eu entendi, e dou razão a você. Mas uma coisa que não quero é que você fique arrumando encrenca com todo mundo só para se vingar do papai... não vale a pena. — Diz calmo, e eu reviro os olhos.

— Não estou nem aí 'pra ele, soquei a cara desse garoto porque ele me irritou. Não tem nada haver com Brandon. — Cruzo os braços, voltando a me jogar na cadeira enquanto encaro a porta da diretoria.

Bom, talvez eu queira arrumar um pouco de dor de cabeça para ele. Mas não tem nada haver com William, bati nele porque ele é um babaca.

— Não importa, sendo por conta do pai ou não, evite encrencas. E eu estou mandando, mané. — Victor diz, e me acerta um tapa na cabeça enquanto se levanta.

Eu bufo, e olho para ele irritada.

— Bate na sua vó, otário. — Victor ri.

— É a sua vó também, otária. — Retruca, e eu mais uma vez reviro os olhos. — Boa sorte aí, e vê se não arruma ainda mais para a minha cabeça.

Não respondo, apenas mostro o dedo médio para ele, sem sequer olhá-lo. Assim que Victor se afasta a porta da diretoria é aberta, e de lá sai os pais de William e ele, que nem me olha. Respiro fundo e me levanto já indo para a sala, sem nem esperar a diretora me chamar.

𝐈𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐚𝐬? - [ 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐭𝐚𝐧 𝐆!𝐏 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora