Ella

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"Pai?"

O quê?

Saio a correr do quarto, componho o vestido enquanto me movo até à entrada o mais depressa que consigo e quando chego lá vejo John parado e embasbacado a olhar para a porta.

Mantenho-me o mais quieta que consigo. Tento que não me veja, porque se eles têm que falar, que é o que me parece, eles devem fazê-lo agora e eu não quero ser uma distração.

-O meu menino.

-O TEU MENINO?

Ouço o John a gritar mais alto do que alguma vez ouvira. Assumo que fiquei um pouco com receio do que se passaria a seguir.

-Tu abandonaste-nos! Tu abandonaste-me!- desta vez não soa tão alto como antes mas ainda é dito num tom elevado.

-Teve de ser filho.

-Teve de ser? A mãe trabalha 3 vezes mais do que devia para podermos ter alguma coisa para comer. Não tens sequer o direito de estar aqui.

-A tua mãe sempre foi uma mulher forte, eu sabia que ela conseguia cuidar bem de vocês.

-De nós? Desde que saíste eu deixei de existir! A Joanne é que tem tudo, a atenção toda.

-Desculpa por isso filho...

-Não me chames filho!

-John, eu precisei de trabalhar fora. Eu queria continuar a sustentar-vos mas a tua mãe proibiu-me e preferiu que nos separássemos.

-O quê? Não, a mãe não faria isso. Ela não se punha na merda por coisas fúteis.

-Mas ela pôs. Nunca soube os motivos da Anne mas ela não me quis mais, ela não lutou por nós, deixou-me ir para fora e acabou por me proibir de estar com os meus filhos.

-A mãe não era capaz!

Sem querer esbarro num vaso que está em cima da mesa do corredor e acabo por fazer um pequeno barulho. Tento parar ao máximo mas quando dou conta tenho quatro olhos focados no que estava a fazer.

-Ella, não te preocupes, este senhor já estava mesmo de saída.

-Não John, não te preocupes, podem continuar. Eu é que devia estar no quarto.

-É a tua namorada filho? É bonita.

-Não me chames filho, já te avisei, e não te metas com ela se faz favor.

-Ok, tu queres que eu saia, eu saio. Não te preocupes. Só queria ver como estava o meu rapaz.

Vejo que ele tem os punhos cerrados juntos ao tronco e tenho medo do que poderá acontecer se ele não sair.

Já só ouço a porta a fechar, com mais força do que devia.

Fico quieta no sítio onde estou enquanto o John se apressa a a chegar perto de mim.

Encolho-me quando ele chega à minha frente e para minha grande surpresa ele desaba num choro que me deixa o coração apertado.

Abraço-o o mais forte que consigo. Coloco-me em bicos de pés e acaricio o seu cabelo com as pontas dos meus dedos.

Depois de cerca de 2 minutos assim sinto as mãos dele puxarem a minha cintura para cima.

Cedo facilmente e subo para a colo dele.
Aos poucos ele vai caminhando até ao quarto e sem me largar fecha a porta.

Devagar deita-me na cama e já não tão calmamente tira o meu vestido.

No meio de muitos beijos quentes ele vai amassando o meu corpo e tirando aos poucos a sua roupa.

Ele vai-me penetrando aos poucos e tal como eu já tinha referido antes ele fala ao meu ouvido enquanto o faz.

-Pequenina, eu sei que estás intrigada com o que se passou mas eu já te conto. Não acho que agora seja o momento certo.

Que coisa mais romântica de se dizer. Olho de lado e vejo que está com um pequeno sorriso na sua cara o que significa que já não está tão abalado.

Foi intenso, se calhar devido à situação anterior, mas mesmo assim não deixou de ser ótimo.

Às vezes ainda fico a pensar como é que aquilo tudo cabe em mim, mas depois caio em mim e deixo os pensamentos menos limpos de lado.

Pego no telemóvel e no ecrã vejo que são 17:04h. Ainda temos tempo para a inconveniente conversa.

-John?

Amar A Pessoa CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora