John

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Ao entrar no auditório eu vi-a de imediato. Mas que sorte.

A pedido do Liam sentamos-nos atrás delas. Pelo que ele me disse que ver se a loira lhe diz o nome e lhe passa o número.

Sei que elas não apreciaram a ideia mas ignoraram-nos. Até o Liam as chamar.
Às vezes penso que ele gosta de brincar com o fogo.

Elas não foram lá muito simpáticas mas pelo menos ele já sabe o nome dela. E a conversa continuaria se a nossa diretora de turma não tivesse dado conta.

-Temos de ter o número delas antes que os outros rapazes deem conta do tesouro que nós encontrámos!- diz-me ele baixinho.

-Se já não deram.

-Verdade, não podemos brincar com isto.

Continuámos a ouvir o que as professoras tinham a dizer sobre a viajem ao sul. Já fomos os anos passados, espero que este ano haja algo diferente, porque se é mais do mesmo não vale a pena o dinheiro.

Entretanto toca e nós saímos do auditório. E como era esperado o Liam arrasta-me atrás delas.

-Olha eu vou ao cacifo. Queres ir lá pedir-lhe o número vai. Depois vem ter comigo.

- Vais perder esta chance destas?

-Hei-de ter uma melhor.

Parece que afinal nos nossos cacifos não são tão longe um do outro e eu consigo ouvir a conversa.

E quando ia a chegar à parte divertida...

Sinto o meu telemóvel a vibrar no bolso. Era a minha mãe.

-Alô?

-Desculpa não te ter acordado filho mas já saí de casa à presa, houve um acidente grave e tive de vir para o hospital.

-Sem stress.

-Mas chegaste a horas?

-Acordei tarde mas consegui. Trouxe a mota.

-Sabes que estás proibido...

-Mãe não comeces! Ninguém me acordou, ninguém quis saber. Não ia chegar tarde!

-Falamos mais logo John!

-Tá, adeus.

E desligo a chamada. Falar com a minha mãe é bastante complicado e sei que logo quando chegar a casa vou ouvir por ter trazido a mota. Sim, eu esqueci-me que estava proibido de a usar porque respondi mal à minha mãe que estava há mais de 10 minutos a dizer que eu só fazia asneira.
Mas logo se vê o que vai acontecer. Ela também sabe que a culpa é da Joanne que não me acordou!

Penso nisso depois. Agora tenho de consolar o meu melhor amigo que provavelmente levou com os pés.
Riu interiormente.

Vejo-o a caminhar na minha direção. Sei que não correu como ele queria.

-Então como correu?- pergunto

-Como achas?

-Mal, não é! Tens de ter paciência.

-Acredita John eu ainda vou conquistar a Izza. Dá-me tempo. E já agora escreve isso que eu disse. Vou roubar-lhe o coração.

-Não sei se ela quer.

-Olha o que eu sei é que esta é das complicadas e também sei que a morena não parava de olhar para aqui.

- Já me quer e diz que não.- ambos rimos- Vamos mas é para a aula que eu tenho de te contar o que provavelmente se vai passar lá em casa hoje.

Fechei o cacifo, voltei a deitar a vista na Ella e fomos para a aula.

Amar A Pessoa CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora