Ella

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O cheirinho a mar que inunda as minhas narinas acalma-me. Sinto-me bastante satisfeita quando vou à praia ou faço algo que tenha a ver com o oceano. Neste caso vamos andar de barco e eu estou fervorosa.
Já andei bastante vezes de barco, visto que os meus pais são bastante aventureiros, ou eram...

-Ella não quero lá muito ir.

-Izza não digas parvoíces!

-Eu enjoo sempre.

-Eu trouxe comprimidos para o enjoo por causa da viagem de autocarro.

Tiro-os da mala e estico-lhe a mão com a caixa.

-Toma um e vais ver que vais gostar de andar de barco.

-Espero mesmo que isto ajude.

Devolve-me a caixa e eu volto a arrumá-la onde pertence.

-Antes de querem ir para a beira ver o mar quero que se sentem todos. Vai passar um papel e têm de assinar o vosso nome. Quando estivermos a chegar aqui de novo voltam a fazer o mesmo. Não queremos perder ninguém no mar.- comunica-nos uma das professoras.

Todos assinam e só depois do papel ser entregue se veem os primeiros levantarem-se.

Não gosto de ir sentada em barcos. Gosto de levar com o vento e ver o horizonte. Imaginar-me num navio como o Titanic, mas que não afunda claro. Caminho até junto da proa do barco e fecho os olhos. Estou no paraíso. Quando dou por mim tenho os olhos cheios de lágrimas. Quem me incentivou e me levou a gostar imenso de barcos foi o meu pai. Sinto falta principalmente destes momentos que só nós dois tínhamos.
Os meus pensamentos são interrompidos quando me tocam no ombro.
Limpo as lágrimas rapidamente e viro-me.

-Sim?

-Vim ver se estavas bem...

-Ah sim estou.

-Saíste de junto de nós bastante rápido e a Izza apenas disse para te deixarmos estar um bocado sozinha.

A Izza conhece-me, ela sabe do que eu preciso, e agradeço-lhe por me ter dado algum espaço.

A minha falta de resposta e os meus pensamentos ainda bastante recentes fizeram cair uma última lágrima pelo meu rosto.

-Estiveste a chorar?

-Não é nada de mais...

-Como assim nada de mais? Tu estiveste a chorar e isso não é nada.

-John por favor...

-Ella, desculpa... Não me quero meter nos teus problemas. Se precisares estou ali com eles os dois.

Antes que ele vire costas e vá puxo-o pelo braço e abraço-o. Ele retribui e faz-me sentir em casa.

-Não te sacrifiques dessa forma. Eu autorizo a tu estadia aqui comigo.

Ambos rimos. Estar com a Izza e o Liam está cada vez mais complicado.

-Olhem! Golfinhos!- diz uma rapariga.

Meu deus. A natureza é tão incrível.

Pouco tempo depois entramos nas grutas. É um ambiente fresco e com aroma a marisco. É escuro o que permite aos casais "acasalarem" o que deixa poucas pessoas do barco de parte devido a que praticamente todos tenham um par. Foco-me mais em ver o quão bela é a natureza e tento abstrair-me do som dos beijos e das câmaras fotográficas.

Sem dúvida foi dos sítios mais bonitos que já fui. Na saída tem uma pequena entrada de água em terra o que faz com que se crie um lago. É límpido e o azul que reflete é único.

Chegamos de novo ao hotel. Está na hora de almoço. Somos avisados que devemos direcionar-nos diretamente para o restaurante e sentar-nos, e só depois de almoço podemos ir aos quartos.

Sem dúvida a comida aqui é espantosa.

O almoço termina e agora podemos ir diretamente para a zona que nos é restrita na praia ou ir aos quartos e só depois para a praia.
Opto por ir ao quarto para poder vestir um bikini e para ir buscar a toalha. Não tenciono surfar por isso vou apenas apanhar sol.

Amar A Pessoa CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora