Amar A Pessoa Certa

Ella

Não sou de me meter na vida dos outros mas a conversa que o Liam estava a ter ao telemóvel despertou-me algum interesse.
"As melhoras" quem será que está doente?

Dou um ligeiro toque à Izza e digo-lhe baixinho para perguntar o que se passava.

-Ei Liam, o que se passa?

-Parece que o John está no hospital.

Como assim no hospital?

O meu impulso levou-me a perguntar de imediato se ele estava bem.

-Ele está bem? Foi grave?

O rosto deles a olhar para mim trouxe-me um certo desconforto. Eu sei o que eles estão a pensar por isso acrescento:

-Só quero saber quando ele volta para a escola, não aguento mais ficar a mais entre vocês todos os intervalos.

-Ele teve um acidente de mota na segunda e só acordou hoje.- responde-me o Liam.

-Vais lá visitá-lo?- questiona a Izza.

-Estava a pensar ir lá hoje ao fim da tarde. Afinal ele é o meu melhor amigo e quero verificar se ele realmente está bem.

-Queres companhia?

-Se puderes vir tudo bem, eu não me importo. Até pelo contrário, odeio andar em hospitais sozinho.

Não me meti na conversa porque também não tencionava ir lá vê-lo. Realmente a vida é do pior. Espero que ele não fique traumatizado como eu fiquei há cerca de 3 anos por causa de um acidente.
Sou interrompida pelo Liam.

-Devias vir connosco Ella.

-Eu? Porquê?

-Vai-lhe fazer bem ver algumas caras sem ser unicamente a minha.

Não estou segura quanto a isto. Não sei se quero mesmo vê-lo.

-Eu não sei se devia...

-Ella, não comeces!- a minha frase é cortada pela da Izza- Faz um esforço, pelo que sei ele é bastante simpático e não faz mal ires lá e esclareceres tudo.

Se ele for boa pessoa como o Liam é então eu não me importo. Tinha a ideia errada dos dois e um já sei que não é totalmente o que parece. Porque não dar uma chance ao outro?

-Ok eu vou com vocês ao hospital.

-Eu ligo à minha mãe e ela passa cá por volta das 4:30 para nos levar.- diz o Liam

Separamo-nos e vamos para as aulas.

O dia passa a correr e eu só consigo pensar em como lhe vou explicar porque o fui visitar se nós não tínhamos conexão nenhuma. A minha cabeça está uma confusão!

O último toque soa pelos meus ouvidos a dentro. Já não há muito para pensar. Pego nas minhas coisas e saio da sala com a minha melhor amiga. Vamos até ao portão onde encontramos o nosso novo amigo.

A mãe dele não demorou 5 minutos a chegar. Era uma mulher bonita, tal como o filho.

10 minutos depois estamos na porta do hospital. Prontos para entrar e ir na busca do quarto.

Pedimos informações na receção e entramos no elevado já com o nosso destino em mente.

Ao chegar à porta do quarto sinto um ligeiro arrepio nas costas. Honestamente não sei o que se passa comigo. Todas as noites digo a mim mesma que não quero rapaz nenhum na minha vida, bem pelo menos com intenções para além da amizade.

Dou uns passos a medo atrás deles os dois e finalmente ponho o pé dentro do quarto.