Capítulo 19

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Capítulo 19

O dia estava clareando.  Acordei com o canto animado dos passarinhos que viviam no vão do telhado sobre a janela do meu quarto.

Apesar do meu mau humor comum ao despertar, naquele dia eu sorri. Era a manhã do dia da minha formatura. Eu estava muito feliz. Não apenas pelo fato de estar me formando com louvor em um curso que eu amava, mas também por haver conseguido uma bolsa para realizar a minha pós graduação já a nível de mestrado, uma façanha que poucos conseguiram. Como4 bônus d ainda teria a grande vantagem de poder continuar a trabalhar ao lado de Leonardo, o grande amor da minha vida. Aliás a principal razão do meu sorriso na quela manhã, era saber que ele estaria lá com meus outros amigos e minha família para me prestigiar.

Eu estava sentado no terraço navegando com o meu Ipad quando o telefone tocou.

Era Durval. O mordomo dos meus pais. Devia estar ligando para informar o horário da chegada deles.

-Sr. Tomás?

-Diga Durval. A que horas eles chegam.

-Lamento ser eu a lhe dar esta notícia Sr. Tomás. disse Durval em seu habitual modo dramático de dizer coisas simples. O que mesmo eu sabendo ser teatro, sempre me deixava nervoso.

-Diga logo Durval.

-Bom, o Sr e  a Senhora Levy não vão poder comparecer a sua formatura hoje, porque eles foram convidados ao casamento de um conhecido.

Esta foi a gota d'água em um mar de decepção de toda uma vida em relação ao meu pai e sua esposa. Será que eles não poderiam ao menos fingir que se importavam comigo?

-E o meu pai não poderia ao menos ter tido a consideração de dizer que a formatura de seu único filho é menos importante que o casamento de um conhecido qualquer?

-Lamento Sr. Tomás. Permita me congratular lhe pela ocasião.  O senhor tem todo o meu respeito e apreço.

- obrigada Durval dizendo isso desliguei o telefone.

Apertei o número de chamada para o meu pai.Nada. Fora de área.

Resolvi então, pela primeira vez na vida usar o número que eu tinha daquela cadela.

-Alô! Atendeu a voz irritante da minha madrasta.

-Por que vocês não me informaram antes que não viriam. Será que meu pai acha tão insignificante assim ter o seu único filho se formando com louvor na Universidade mais importante do país?

-Ah! é você. Pare de agir com cobranças infantis Tomás.  O mundo não gira ao redor do seu umbigo repazinho insolente.

-E quer saber de uma coisa Tomás?  Você tem razão.  Ser formado em uma grande instituição deve valer algo. Então a partir de hoje Estamos suspendendo todo e qualquer apoio financeiro para você. Considere isso um extímulo e incentivo para a sua independência. Um verdadeiro presente de formatura, não é mesmo?

-Dizendo isso ela desligou o telefone.

Quando eu acreditava não haver nada mais que pudesse me chocar da parte dos meus pais eles me surpreendiam novamente.

-Eu os odiava por isso. - Lágrimas de raiva inundaram o meu rosto. Raiva por passar toda uma vida buscando a aprovação desses dois.

Tudo bem. Se era isso o que eles queriam. Era isso que eles iriam ter. A partir daquele minuto o meu pai e à minha madrasta estavam ambos mortos para mim.

Eu era jovem, com saúde, inteligente e com um diploma universitário que estaria em poucas horas na minha mão.

Eles não sabiam da bolsa do mestrado, mas era boa o bastante para me sustentar por mais três anos. Embora eu teria que começar com algumas economias. A primeira delas seria trocar a caminhonete por um carro mais econômico.

Um Amor DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora