Capítulo 11

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Capítulo 11

Era semana de natal.  Leonardo estava uma pilha de nervos. Eu havia convidado ele para passar o Natal com minha familia na nossa casa de praia.

Pra falar a verdade eu também estava nervoso. Era a primeira vez que eu levava alguém para a família conhecer. Não que eu considerasse a vaca da minha madrasta família.

Em casa todos sabiam da minha orientação, aliás essa foi a razão pela
qual quase me expulssaram do colégio no final do último ano do ensino médio.

Me pegaram no vestiário da piscina em situação bem comprometedora com outro aluno. Meu pai ficou transtornado. Me levou ao terapeuta e me trancou em casa por toda as férias. Claro que não adiantou nada. No meio do verão me pegaram com o rapaz que limpava a piscina e antes que o verão terminasse e eu começasse a faculdade fui flagrado novamente, agora com um garoto da casa vizinha.

O que eu podia fazer? Eu estava em plena adolecência, com os hormônios todos à flor da pele.

Claro que minha família não faria nada que ofendesse Leonardo, pelo menos não de forma direta.

Era véspera de natal. Acordamos cedo e pegamos a estrada. Parecia que o mundo estava descendo para o litoral. Lembrava a fábula de Andersen, onde um homem tocava a flauta e todos os ratos esvaziavam a cidade numa caminhada até o mar, ou coisa parecida.

Era hora do almoço quando chegamos.

Marli havia saido para as compras de última hora.

Meu pai nos recebeu com educação, apesar de visivelmente constrangido.

Levamos nossas coisas para o meu quarto.

Onde havia uma grande cama de casal.

Bom! Pelo menos ninguém insinuou que dormiríamos separados.

A casa era grande com decoração moderna.

Tinha vários empregados e todo o conforto necessário.

Pela janela do quarto podíamos ver os outros convidados. Eu explicava para Leo quem era cada um deles, pelo menos os que eu conhecia.

No quintal dos fundos, em meio a um gramado com coqueiros e bananeiras ornamentais, havia uma linda churrasqueira, coberta em terracota,

um bar e uma imensa piscina, onde já estavam meus dois primos por parte de pai e alguns parentes da Marli. No final do gramado havia uma cerca de madeira e um portão pequeno que se abria já na areia da praia. O verde intenso do atlantico, nos chamava para um mergulho.

Meu tio Abraão e minha tia Margda jogavam carta com mais duas pessoas que eu não conhecia, provavelmente parates de Marli, sob um enorme guarda sol. dentro da piscina haviam duas moças. Uma eu reconheci como  sendo Ágata, a detestável sobrinha de Marli que já tentara me beijar por duas vezes. A outra, acho que era Priscila, a irmã mais nova de Ágata,  que eu havia visto poucas vezes.

Eu e Leo trocamos de roupa colocamos speedo e bermudas de praia. Calçamos chinelo e fomos cumprimentar a turma na piscina. Meus primos, um casal de gêmeos, Luíz e Luiza, (Eu sei. Nada original) ficaram felizes em nos ver e vieram me cumprimentar. Eu apresentava Leo apenas com um "Este é Leonardo." Não  que eu tivesse alguma vergonha em gritar para todo mundo que ele era meu. Mas tanto eu quanto ele achávamos que gestos valiam mais que palavras. Qualquer um que prestasse ao menos dois minutos de atenção em nós, logo veria que a forma que nos tocávamos, a forma que nos cuidavamos e até mesmo a forma que nos olhávamos não era como, apenas amigos, fariam.

Nós falávamos animadamente sobre nossas vidas e em especial o campeonato de surf que Luiz vencera no mês anterior na Austrália, quando senti um braço fino e molhado envolvendo minha cintura.

Um Amor DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora