— Cheguei! — Falei assim que entrei em casa mas como era de se esperar ninguém responde.
— Ué será que meus pais não vão vir almoçar de novo? — Eu me pergunto indo me sentar no sofá. — Elisa vem aqui por favor.
— Pois não senhor?
— Meus pais não chegaram do trabalho ainda? — Pergunto mesmo a resposta sendo obvia.
— Eles ligaram mais cedo e pediram para avisar que não irão almoçar em casa hoje senhor, falaram que estão organizando a coleção e selecionando as modelos do desfile da estação que acontecera mês que vem. — Elisa me comunica.
— Ah sim. — Respondo meio triste. — Bom e como sempre eles sempre colocam o trabalho em primeiro plano, não custava nada almoçarem comigo pelo menos, mas eu já deveria ter me acostumado, tem sido assim desde quando mesmo? Ah é sempre.
— Se me permite senhor, seus pais gostam muito do senhor, e provavelmente o motivo de trabalharem tanto é para darem ao senhor tudo que eles não puderam ter um dia, é assim que nós pais agimos na maioria das vezes e não é nossa intenção deixar os filhos magoados. — Elisa fala.
— É pode ser, mas o que eu mais queria que é eles fossem um pouco mais presentes pelo menos e isso eu não consigo deles, as vezes eles deveriam pensar um pouco na minha perspectiva as vezes. — Termino de falar e subo para o meu quarto e Elisa me acompanha.
— Quer que eu faça o seu prato e traga aqui ou o senhor ira descer para o almoçar a mesa?
— Traz aqui para mim por favor Elisa, acho que vou ficar pelo meu quarto hoje, e mais tarde umas 14 horas mais ou menos o Nícolas vai chegar aqui, então manda ele subir para o meu quarto por favor.
— Como quiser senhor. — Elisa fala. — Posso te dar um conselho senhor?
— Claro, o que é?
— Por que o senhor não conversa com os seus pais, talvez você falando que se sente afetado pelo ausência deles possa faze-lós mais presentes com o senhor.
— Não sei Elisa, por mais que eu queira isso eu não acho que deva ser algo a ser dito, isso deveria ser algo a ser notado e partir deles, e por mais que eles falem que gostam de mim tanto assim eu as vezes tenho minhas duvidas sabe.
— Por que diz isso senhor?
— Lembra ano passado no meu aniversario?
— Aquele que eles pediram para fazer um almoço para quase 20 pessoas?
— Esse mesmo.
— O que tem?
— Você lembra se que eu não comi nada praticamente?
— Sim, o senhor mal chegou a tocar em nada que havia lá.
— Pois é, que tipo de pais fazem um almoço que o filho não come nada que estava sendo servido e por falta de amigos dos filhos chamam amigos e filhos dos amigos.
— Mas tenho certeza que fizeram com boas intenções para você ter amigos senhor.
— Acho que o mais próximo que eu tive de conversa com alguém que meus pais convidaram aquele dia foi quando o filho de um dos sócios da impressa me chamou de esquisitão.
— Não seria aquele que a senhorita Helena derrubou a bandeja de vinhos em cima seria?
— Talvez. — Falo contendo a risada.
— Bom pelo menos não ficou por nada, mas agora se me permite senhor vou preparar a sua refeição.
— Vai lá Elisa, e valeu pela conversa. — Falo a lançando um sorriso sincero.
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Por favor não vá
RomanceThales, um garoto de 15 anos, enfrenta a solidão e os desafios de ser um adolescente em sua nova escola. Carregando o peso de problemas pessoais que o isolam do mundo, ele acredita que este será apenas mais um ano marcado pela solidão e pela repress...