Capítulo 10

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— Claro que vamos, porque mais do que nunca eu estou louco para ver você morrendo de medo para ver se abaixa essa sua bola uma pouco, ainda mais depois de ter feito quase a minha alma ir embora com a situação que sua empregada nos flagrou. — Falo e Nícolas fica me remedando enquanto fala caretas.

— Tá legal, só da play nesse filme logo senhor drama queen. — Resmunga Nícolas.

— Não é questão de drama Nícolas e você sabe disso, eu não sou assumido então qualquer coisa que você possa vir a considerar nada demais ainda me assusta, aliás até onde sei você também não é assumido, ou é? — Pergunto estando realmente curioso sobre o assunto.

— Olha eu acho que nunca precisei falar nada sobre o assunto com os meus pais, eles sempre foram muito abertos a tudo, tipo sério aberto até demais, uma vez eles me deram uma aula de slide da importância do uso da camisinha.

— Não, sem essa.

— Sério mesmo, eu tinha acabado de completar 15 anos, então no final do dia ainda no dia do meu aniversário eles chegaram na sala e montaram uma apresentação em PowerPoint, que começa "Por que é importante usar camisinha da maneira correta" eu quis morrer naquela hora. — Ele fala se aconchegando nos travesseiros da cama e corando.

— Pelo menos eles fizeram isso quando você estava sozinho com eles, meus pais são capazes de fazer isso em meio a sei lá, uma multidão.

— Agora que tal esquecemos um pouco de como os nossos pais as vezes são exageradamente preocupados e assistirmos esse filme.

— Ok, aliás estou louco para te ver berrar de medo. — Falo.

— Queria eu berrar por outra coisa. — Ele resmunga.

— O que? — Pergunto confuso.

— Nada, solta o filme. — Ele fala voltando a corar.

Durante o filme foi tudo muito tranquilo, tirando Nícolas dando vários gritos e levando mais susto do que eu podia contar, nunca pensei que ele fosse tão medroso para esse tipo de coisa, nem meu pai que também morre de medo de filme de terror é assim, quer dizer, eu acho que depende, mas tenho que dar o braço a torcer pois ele fica muito fofo quando está assustado, mesmo algumas vezes acabando sendo puro drama dele.

As vezes durante o filme ele se encolhia próximo a mim assim como ele disse que faria quando me provocava, mas mesmo cheio de oportunidades essas vezes que se aproximou não tentou nada de malicioso, era algo mais como um carinho ou busca amparo por conta do medo, acho que ele respeitou o que eu disse na ligação de madrugada.O filme está quase no fim e Nícolas não para de xingar os personagens por razões que ele julga burras.

— Olha que cara idiota, meu Deus, mata essa doida logo pelo amor de Deus, já viu que não adianta trancar satã no porão filho de uma puta, mata e enterra com uma cruz isso. — Nícolas fala se encontrando totalmente revoltado com o filme.

— Calma aí, tipo assim, poxa, querendo ou não é a irmã dele né, ele não consegue matar ela assim do nada. — Falo tentando convencer ele.

— Mas mano, ele já fez de tudo para ver se essa doida volta, e essa garota só tá matando eles um por um, por que esse povo de filme de terror são todos umas antas quadradas, aí agora esse desgraçado incompetente só tem uma função, matar esse diabo. — Nícolas fala me fazendo rir bastante. — Tá rindo do que Thales? — Me pergunta indignado, — Tá me achando com cara de palhaço, seu palhaço?

— Mais ou menos, é que só é muito divertido o fato de você não notar que todo filme de terror é o mesmo clichê, e por isso que eu gosto tanto, porque chega a ser tão obvio que é engraçado. — Falo e continuo rindo dos caras e bocas de Nícolas.

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