Por favor não vá

Capítulo 17

Acordei com meu alarme me ensurdecendo como ele sempre faz, mas pelo menos dessa vez eu acordei e não irei atrasar e continuando olhando o lado bom hoje é quarta, e o que tem de bom nisso? Nada, mas pelo menos não é segunda, então levanto da cama me adiantando antes que a preguiça fale mais alto, vou direto ao banheiro tomar banho e depois desço para cozinha pra comer algo antes da escola.

— Bom dia meu bem. — Fala minha mãe terminando sua xicara de café.

— Bom dia! — Falo surpreso mas sentindo falta de algo, ou mais especifico alguém. — Nossa a senhora por aqui? E cadê o pai?.

— Seu pai foi mais cedo para empresa, eu fiquei mais um pouco para conversar com você sobre aquilo.

Shii lá vem bomba.

— É sobre aquela questão de eu me tornar o modelo que vocês precisam para fotografar dessa vez não é? — Pergunto temendo a resposta mesmo sabendo que ela seria com certeza 99% positiva.

— Na verdade é sim, mas Thays não quero que você se sinta pressionado com isso, eu sei que o jeito que eu falei sobre o assunto ontem pode ter sido um pouco demais e caso não queira eu e seu pai nos viramos para conseguir outro modelo... — Minha mãe fala aparentando estar preocupada e fazendo uma cara que ela sempre faz quando não faz ideia do que fazer.

— Olha mãe para ser sincero eu ainda não sei se sirvo para isso, quer dizer nunca nem fiz algo do tipo e tudo mais... — Eu respiro fundo. — Mas se for para que a senhora e o pai não tenham problemas eu posso tentar ajudar aliás é só umas fotos né.

— Sério? — Minha mãe pergunta toda animada. — AHHHHH que bom filho você não sabe como isso vai ser uma mão na roda para nós. — Ela vem toda empolgada me abraçando e pulando.

— Tá mãe, mas não é para tanto por favor se acalma um pouco se não a gente vai acabar caindo. — Falo me soltando do abraço dela e dou um gole no meu suco de laranja. — Mas eu tenho uma exigência antes de tudo.

— O que é meu bem, o que você quiser só falar?

— Pode não ter nenhuma roupa de manga curta?_ falo pensando nas marcas em meus braços.

— Sem problemas querido, na verdade a maioria das roupas são mangas compridas estilo essas que você costuma usar mesmo, quer dizer não essas blusas xadrez que você nunca tira, mas sim algo mais primavera verão e com muito mais estilo e glamour, aliás não é para qualquer revista que você vai fotografar. — Minha mãe fala toda cheia de se.

— Ah é?

— Ah é querido, mas isso vai ser uma surpresinha.

Depois da minha mãe falar isso sobre as roupas das fotos eu fico mais aliviado, quer dizer, tirando a parte em que quase me senti ofendido sobre as minhas blusas xadrez, o que tem de errado com elas? Enfim não importa, me apresso e termino o meu suco e sigo para encontrar Nícolas na esquina de casa para irmos para escola.

Aquele dia no colégio foi meio insuportável eu diria, Rafael parece que tá me marcando, pelo visto virei a "presa" dele aqui na escola e dos amiguinhos dele, ele principalmente não perde a oportunidade de implicar comigo, o que faz ser suportável é a presença do pessoal. Nós ficamos a maioria das aulas escolhendo um horário bom para sairmos para um karaokê no centro, as vezes Nícolas e eu trocávamos olhares mais íntimos e a maioria eu corava, mas acho que tenho que me acostumar que tá tendo algo entre a gente, mesmo não sabendo o que é direito.

Na saída Nícolas e eu nós despedimos das garotas como já está sendo de costume e pegamos nosso caminho de sempre para nossas casa conversando.