Meu pai sempre quis um menino.
Contudo, logo após o meu parto complicado, o médico anunciou quer era melhor meus pais não tentarem novamente. Eu nasci saudável e bem, mas tentar novamente seria abusar da sorte.
Então, eu sabia muito bem que seria filha única para o resto da vida, a menos que meus pais adotassem.
O que, de certa forma, acabou acontecendo.
Sempre foi eu e meu pai para qualquer coisa.
Nos vídeo-games de última geração.
No futebol de pais e filhos do sábado à tarde.
Na feira de tecnologia amadora para construção de robôs.
E nas estreias mais aguardadas dos filmes de sci-fi.
Eu gostava disso e papai sempre pareceu pronto para o momento que viesse alguém e lançasse um argumento ridículo e machista do tipo: "isso é injusto, ela é uma menina, ficaremos com medo de machucá-la"
Eu também sabia me defender e rebatia com um: " não se preocupem, na verdade, vocês deveriam estar com medo de eu machucar vocês."
Tudo começou a acontecer na época que conheci Caitlyn.
Ela morava do outro lado do bairro, os pais dela eram bem rígidos e geralmente nós nos encontrávamos muito mais na casa dela do que na minha.
Benjamim e eu éramos amigos, mas eu percebia que ele era bem fechado. Sempre parecia envergonhado por saber que nós ouvíamos o que acontecia em sua casa tarde da noite.
Não o julgava. O pai dele era um desgraçado em vários sentidos e eu sempre estava na janela pronta para dar um sorriso e um aceno de cabeça encorajador antes que Benjamim dormisse para enfrentar um outro dia.
Enfim, os momentos em que eu estava na casa da minha mais nova amiga, meu pai aproveitava para tirar Benjamim do ambiente tóxico que era a sua casa.
E os momentos pai e filha viraram: os momentos pai e filha e Benjamim.
No começo, eu não me importava de verdade. Era bom ter mais gente.
Mas, quando as piadas internas começaram a me deixar de fora, eu comecei a me sentir meio excluída.
E com toda maturidade dos meus nove anos, transformei Benjamim de meu amigo para meu concorrente e até, por que não?, meu inimigo pessoal.
Reclamava quando meu pai dizia que ia chamá-lo ou inventava dizendo que ele não podia/ não queria vir conosco. Esquecia de estender o convite para o garoto da janela ao lado.
Meu pai, sagaz como poucos, começou a perceber isso depois de um tempo.
Ele me chamou para conversar e disse que era normal eu sentir ciúmes, mas que o lugar que eu ocupava em seu coração ninguém poderia tirar.
Mesmo assim, eu não arriscaria.
Benjamim Marchand não ocuparia meu lugar.
✥✥✥
n/a: esse não é um capítulo regular, apenas um conteúdo bônus <3
espero que tenham gostado!!!
conversaremos mais no sábado!
amo vcs
xx
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A Madrinha || DEGUSTAÇÃO
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