Não pude negar que o chalé, apesar de só ter um quarto, era realmente um dos mais espaçosos e um dos mais bonitos — considerando os que vimos no caminho até ali —, mas era frio para cacete.
O "bendito" lago que Benjamim mencionou era bem aberto e trazia uma brisa forte e gélida para dentro das janelas amplas. O aquecimento era razoável, mas obviamente não era implacável. O melhor aquecedor era o do quarto que tinha uma cama de casal bem aconchegante.
Meu acompanhante insistiu, num momento breve e sofrido de cavalheirismo, que eu ficasse com o quarto e ele se viraria no sofá.
Apesar de nossas desavenças, não era justo deixá-lo assim quando eu havia o enfiado nessa situação.
O que eu poderia fazer? Eu tinha um bom coração, inclusive para idiotas como ele.
Então, como os adultos maduros que somos, decidimos que tiraríamos no par ou ímpar, todas as noites, quem ficaria com o quarto e quem ficaria com o sofá.
Como eu já disse, nunca tive muita sorte e dessa vez não foi diferente. Fiquei com o sofá enquanto Benjamim me dava tapinhas condescendentes no meu ombro.
Só esperava que esse azar não perdurasse durante todo o mês.
•
Benjamim dormiu a tarde inteira. Queria ter tido a paz de espírito para fazer o mesmo.
Porém, quando pensei em descansar um pouco, uma mensagem de Logan informando o horário e o local do jantar me deixou desperta.
E um pouco eufórica.
E nervosa.
E com um frio na barriga, como se eu tivesse dezenove anos novamente.
Aproveitei para desfazer minhas malas e arrumar uma roupa decente para a noite com Jane e Logan.
Ainda estava decidindo se deveria arrastar Benjamim ou não. Ou melhor, se ele ia querer ser arrastado.
Eu não estava certa de que poderíamos fingir que sentíamos algo além da implicância um pelo outro.
O único guarda-roupa era o do quarto e Marchand me deu o sinal verde, antes de se deitar, para que eu entrasse lá quando quisesse, se precisasse arrumar minhas coisas.
Ainda assim, me vi hesitando na porta.
Tive ficantes o suficiente para saber que alguns caras gostavam de dormir sem roupa. Apesar de estar bem frio, eu não sabia se esse era um hábito de Benjamim e não estava a fim de ser traumatizada com a visão da sua bunda ou de coisa pior.
Algo dentro de mim me dizia que Benjamim nunca ficaria pelado e me mandaria entrar no quarto quando eu desejasse.
Bati a mão testa, indignada pelo rumo dos meus pensamentos. Como se eu realmente soubesse alguma coisa real sobre aquele cara.
Eu só deveria entrar de uma vez e guardar as minhas coisas.
Girei a maçaneta e senti o aquecimento do quarto envolver meus ossos.
Nossa, ali era tão bom. Maldito par ou ímpar.
Encontrei Benjamim esparramado de bruços no colchão.
Vestido, graças ao bom menino Jesus.
A cama era relativamente grande, mas o homem era enorme e ocupava quase todo o espaço. Ele ainda usava as roupas com que chegara, só tinha tirado os sapatos.
Andei até o guarda-roupa e estoquei minhas coisas de um lado, deixando o outro completamente disponível para Benjamim.
Quer dizer, quase completamente.
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A Madrinha || DEGUSTAÇÃO
Romance- EM BREVE NA AMAZON - saiba mais em @emmiewrites no Instagram Rachel Hensey estava preparada para passar o verão trabalhando na empresa do pai para conseguir uma grana extra. Porém, quando o convite inesperado para o casamento do seu melhor amigo L...