CAPÍTULO 12

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A loira se sentou na cama ainda perdida, sentia a todo instante o olhar de sua mãe mas não conseguia encara-la. Ela se sentia fraca, frágil, impotente, queria fugir e se esconder de tudo que estava por vir mas sabia que seu pai a acharia e todo o terror voltaria.

Levantou os olhos e deu com sua mãe ainda lhe olhando, os braços cruzados e a expressão neutra e calma, sempre fora assim, desde criança ela havia se acostumado com o desinteresse da mãe. 

— O que é isso no seu rosto ? — Franzio o cenho.

Ela se aproximou da garota e segurou em seu queixo virando o rosto da mesma.

— Isso importa ? — Tentou mudar de assunto.

— Não responda uma pergunta com outra. — A repreendeu.

A garota cerrou os dentes, sempre que estava perto dos pais o momento era frio e nebuloso, nenhum dos dois possuía sentimentos, a diferença era que o pai deixava explícito o quanto era frio e cruel, já a mãe preferia continuar com a pose de dama da máfia e lhe dava pouca atenção e amor.

— Machuquei fazendo maquiagem. — Deu uma mentira deslavada.

Ela estreitou os olhos.

— Desde quando você usa maquiagem ? — Perguntou aproximando o rosto ao da garota.

A mais velha não era burra, conhecia a filha que tem.

— Agora a senhora que esta respondendo uma pergunta com outra. — Retrucou.

A loira maior bufou.

— Não me venha com esse papo, Melissa! — A repreendeu com desdém.

O momento mãe e filha era sempre assim, movido a repreensão e frieza.

— Acredite se quiser. — Não ligou para a repreensão da mãe, ja estava acostumada com tal atitude.

Se deitou na cama e virou para a parede ficando de costas para sua cópia mais velha.

Ela olhava para sua mãe e se via em alguns anos, eram extremamente parecidas, desde a pele branca como papel aos lábios rosados em formato coração, ela não tinha absolutamente nada de seu pai, apenas o jeito curto e reservado de ser.

Sentiu o colchão afundar e bufou, não gostava da companhia de sua mãe, uma hora ela era curta e grossa mas em segundos se tornava calma e compreensiva, a verdade é que ela não gostava de nenhum membro de sua família.

— Olhe pra mim, Melissa. — Começou com seu tom autoritário.

A garota revirou os olhos e virou o corpo focando seus olhos na mãe.

— Vamos resolver isso. — Disse indo até a necessaire em cima da mesa e pegando alguns produtos de maquiagem e uma escova de cabelo.

— Vem! — Ordenou com a voz branda.

Ela se levantou e foi até a mãe, se sentou em frente a penteadeira improvisada e se olhou no espelho, estava com um enorme curativo do lado esquerdo do rosto.

A mãe soltou seus cabelos do coque frouxo que havia feito mais cedo, os sacudiu dando mais volume e pegou alguns grampos dentro de uma caixinha, pegou uma pequena mecha na frente de seu rosto e penteou, enrolou no dedo indicador e o levou para trás prendendo com um grampo.

Fez a mesma coisa do outro lado e penteou as pontas loiras da menina, definitivamente eram iguais. Ela olhava para sua filha e se lembrava de sua juventude, um brilho passou rapidamente por seus olhos azuis quando lembrou dos momentos felizes que viveu antes de conhecer Leon.

Instituto Benfol - Melissa e HunterOnde histórias criam vida. Descubra agora