CAPÍTULO 5

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Eles foram com a enfermeira até a sala de descanso, entraram e se sentaram nas cadeiras que havia ali. A sala era rústica, as paredes eram de pedras, o chão era de madeira e o teto era forrado por um espelho, nas paredes haviam pinturas famosas e quadros de antigos diretores, no chão um tapete no meio da sala com uma cabeça de urso e mesas e cadeiras espalhadas pela sala, todas de madeira. 

Eles se sentaram uns distantes dos outros e encararam o nada, não tinha nada demais naquela sala, mas era entediante ficar ali olhando para as pedras na parede.

— Vejo que já estão todos aqui. — Disse a professora Nelly ao entrar na sala.

Ela era professora de religião e moral, segundo o diretor aquela aula servia para abrir os olhos das pessoas, para mostrar que nenhum deus existia e que na vida somos nós por nós mesmos.
A mulher andou entre as mesas olhando os alunos ali presentes, percebeu as mãos com curativos e tinha deduzido que Otávio havia lhes mostrado como as coisas funcionavam no Instituto.

— Bom, estou aqui apenas para lhes comunicar que vão passar o final de semana aqui. — Disse batendo com seu chicote na mão.

Ela sempre andava com aquilo, não se sabia o motivo mas onde Nelly estava seu chicote estava também.

 — Por que ? Já não tivemos o nosso castigo !?  — Perguntou Danielle.

Era evidente a raiva em sua voz, ela queria se vingar do diretor e da professora e assim que conseguisse iria o fazer. 

— Não! Essa é a segunda parte do vosso castigo. — Disse e soltou um beijinho do ar. 

Aquela atitude fez Danielle bufa, ela estava doida para pegar aquela professora de porrada mas se controlaria. 

Melissa deitou a cabeça na mesa e suspirou, estava dolorida até o ultimo fio de cabelo e queria sua cama. Ela começou a mexer em seu cabelo e uma lagrima solitária escorreu por sua bochecha, todo dia ela chorava, mas não por dor física, era dor piscicologica, um cansaço  tremendo, uma dor que não cabia em seu peito, uma tristeza sem fim, ela se perguntava por que não havia ido junto com Jonh. Se remexeu na cadeira e sentiu sua cocha latejar, quando criasse coragem mataria Otavio com suas próprias mãos. 

Hunter revirou os olhos no momento que viu a fantasminha aperta uma cocha na outra, ele estava gostando da visão de suas cochas vermelhas e sangrando, elas haviam ficado lindas daquele jeito mas ele estava irritado com o fato de que Otavio havia feito aquilo. Ele ansiava por um grito de dor dela, uma suplica ou qualquer coisa que demonstrasse que ele estava causando dor a mesma e ele teria isso, tinha todo tempo todo mundo para ter aquilo. 

O silencio estava incomodando Alana, em toda sua vida sempre fora alegre e divertida, com todos os protestos da madre ela sempre manteve sua alegria intacta e gostava de passa-la para os outros, ficar ali estava sendo chato demais para ela e se perguntava por que haviam os deixado ali. 

Horas mais tarde. 

Já havia anoitecido e ninguém havia voltado para saber deles, Tymon havia imaginado que eles fariam isso, os deixariam ali largados, esquecidos sem agua ou comida, ele estava puto com o acontecido e faria de tudo para se vingar das garotas, do diretor e da professora. 

Brock sentiu sua garganta doer, estava com a boca seca e precisava urgente de agua. Ela sabia que haviam passado o dia todo ali, a cor escura na pequena janela não escondia que estava de noite, ela queria apenas um copo de agua, um banho e sua cama, talvez assim a dor de sua alma sumisse e ela pudesse morrer em paz, esse era o grande problema de sua vida, ninguém deixava ela morrer em paz, sempre havia alguém para lhe atrapalhar, primeiro sua mãe, depois Robert seu guarda costas e agora Edyn. 

Instituto Benfol - Melissa e HunterOnde histórias criam vida. Descubra agora