↻ 30. 𝐀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐂𝐨𝐦 𝐀 𝐕𝐢𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐋𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥𝐞𝐬

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𝐒𝐈𝐍𝐀

- VOU MANDAR MENSAGEM para eles quando estivermos no avião. Não quero que minha mãe tenha tempo para escrever plaquinhas com nossos nomes cheios de coraçõeszinhos em volta. - Noah, sentado na cadeira ao meu lado no aeroporto internacional da cidade, falava comigo enquanto digitava no celular.

- Pare de ser chato, eu acho isso fofo.

- Então mude meu voo para mais cedo e diga a dona Wendy para fazer plaquinhas coloridas para você.

- Falando assim até parece odiar sua mãe. - Falo analisando o quão lotado estava o aeroporto em uma simples segunda-feira as sete da manhã.

- Pelo contrário, eu a amo e por isso pareço odiá-la. É uma demonstração de afeto.

- Isso explica aqueles três estarem quase se esmurrando por causa de clips de papel? - Aponto com o olhar para Adam, Logan e Dylan nos bancos a nossa frente brincando, e brigando, com clips coloridos que eles encontraram na minha bolsa quando estavam a procura de balas.

- Claro que sim. Você não sabe pois é filha única. Mas provocar os meus irmãos era a coisa que eu mais amava fazer quando era criança, porque sabia que eles iriam me provocar de volta, e o tanto que eu me divertia, era o mesmo tanto que eles se divertiam.
Os meninos podem brigar o tempo todo, mas aposto que não conseguiriam viver uma semana longe um do outro.
Se tivesse só um deles sentado ali com um clips de papel, ele estaria triste e entediado. Eles são a diversão um do outro, e mesmo não sabendo o que significa de verdade esse sentimento, eles se amam.

- Você deu uma de pediatra terrível agora. - Soltei, antes da risada de Urrea invadir meus ouvidos.

- O que é "dar uma de pediatra" exatamente?

- É quando você diz algo que entrega totalmente que você se formou em educação e saúde de crianças.

- E eu geralmente entrego muito isso?

- Na verdade não, ainda bem, porque é bem broxante.

- Ei, ei! - Ele diz falando por cima da minha voz. - Sua língua tá bem solta hoje, né? O que você tomou?

- Café puro. Muito café puro. Preciso estar de olho naqueles ali. Ainda mais quando você disse que quase não dormiu ficando de plantão e remarcando todas as suas consultas para conseguir viajar.
E falando nisso, acho que você devia calar a boca e descansar um pouco.

- Nessas cadeiras desconfortáveis? Nunca.

Minutos depois o nosso voo foi chamado. Grudei minhas crianças em mim e fomos andando até o portão de embarque. Era somente nós cinco e consegui lugares para Logan e Adam - que agora que fez três anos começou a ocupar poltrona - ao meu lado, e um lugar para Dylan ao lado de Noah.

Heyoon, Joalin, Lamar, Savannah, Sofya, Hina e Elena já estavam em Los Angeles desde ontem a noite, se hospedando no hotel cinco estrelas que eu estaria se não fosse pelo teimoso e insistente Dr. Urrea. Mas quem eu queria enganar, eu estava adorando viajar pela primeira vez para Los Angeles junto dele e dos meninos.

- Achei nossa poltrona, mamãe! - Dylan gritou agora já dentro do avião quando conseguiu achar o assento 5D.

- Isso... - Digo andando pelo corredor atrás do meu filho que correu na frente de todos nós para tentar ser prestativo e mais rápido que eu para achar nossos lugares. - Mas você se lembra que a mamãe disse não pode gritar no avião?

Pediatrician ↻ NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora