Capítulo 11 ♀

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Este capítulo contém conteúdo de abuso sexual, se não te sentes confortável em ler, estás à vontade para não o fazer. Vou pôr um emoji (⚠️) no início da cena e no final da cena caso queiras passar a frente.

Catherine POV

FLASHBACK ON (2 anos atrás)

A mesma sensação de nojo percorre o meu corpo quando sinto o olhar de um dos funcionários do orfanato sobre mim. não é que eu já não esteja habituada, mas cada dia me sinto mais cansada de ser o alvo do olhar dele. Sei o que vai acontecer assim que sair do refeitório, por isso, sou sempre a última a acabar de comer e por vezes até repito a refeição.

⚠️⚠️

Mal acabo, entrego o tabuleiro à cozinheira e dirijo-me para o corredor à espera que seja desta vez que ele me deixe em paz. Tenho sempre uma pontinha de esperança que isso vá acontecer mas infelizmente não consigo parar despercebida. Em passos rápidos, tento chegar ao meu quarto mas sinto a sua mão grossa a tapar-me a boca impedindo-me de gritar por ajuda e a outra a puxar-me violentamente para a sala de arrumações.

E lá está ele. O sorriso malicioso que me aterroriza desde que sou criança. Não posso parecer fraca senão as consequências serão piores então, fecho os olhos e impeço que as lágrimas caiam. E é aí que ele começa. Ele despe as suas calças e retira de lá o seu cinto. Despe-me a camisola e vira-me de costas agarrando no meu couro cabeludo e puxa-o na intenção de me magoar e eu solto um grito involuntário e ele desfere uma chapada no meu rosto. Respiro fundo ao sentir o ardor na minha face mas preciso de me manter forte. Pega no cinto e começa a desferir chicoteadas nas minhas costas. Neste momento já estou sem forças e tento ficar de pé mas não consigo e deixo-me cair de joelhos no chão. Logo de repente sinto as suas mãos fortes a puxarem-me para cima e encosta-me à parede roçando os seus lábios nojentos na minha orelha enquanto passa as suas mãos pelo meu corpo e aperta a minha nádega. Encosta-se mais a mim e roça o seu pénis ereto em mim. O vómito começa a subir-me pela garganta e eu começo a ficar sem ar. Ele ainda não parou e vira-me de frente para ele, acariciando os meus seios enquanto se masturba. Quando se vem, desfere mais três chapadas no rosto e a última coisa que vejo antes de desmaiar é ele e o seu sorriso presunçoso a irem-se embora completamente impunes pelo que acabram de fazer.

⚠️⚠️

-Catherine! Acorda!

Os meus olhos vão abrindo lentamente e eu vejo a Louise com uma cara apreensiva. Reparo que já me trouxeram para o quarto e um alívio percorre o meu corpo. As minhas costas ainda estão doridas mas não posso demonstrar nenhum sinal de dor.

-Oh Catherine. O que é que aconteceu?

-Tinha ido buscar a vassoura porque precisava de limpar o quarto e quando estava a subir o escadote, pus o pé na escada errada e caí. Provavelmente bati com a cabeça no chão e desmaiei. Mas já estou bem, isso é que importa.

Minto. Ninguém pode saber o que se costuma passar naquele sítio. Aquele homem é capaz de tudo e eu tenho cada vez mais medo do que ele venha a fazer. Felizmente, ele nunca passou além do que me fez hoje. Nunca chegou tirar-me a virgindade, mas continua a ser abuso sexual. Espero que um dia isto acabe. Tenho apenas 16 anos. Não aguento mais viver assim. Sei que ela está desconfiada. Não é a primeira vez que me encontra desmaiada na sala de limpezas, mas ela opta por não opinar e dá-me um abraço apertado. Tento não gemer de dor e quando ela se afasta, sorri-me. A Louise é o meu anjo da guarda. Ela faz tudo para me proteger e trata-me como se fosse sua filha. Palavras nunca serão suficientes para lhe agradecer porque se não fosse ela, provavelmente já não estaria aqui.

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