Capítulo 10 ☆

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William POV

Stella Anderson conseguiu tornar-se na minha felicidade num curto espaço de tempo. A verdade é que nunca me tinha apegado a ninguém e com a Stella era tudo diferente. Eu sentia a necessidade de estar com ela e principalmente de saber se ela estava bem.

Há poucos minutos atrás, quando o Blake me perguntou o que eu sentia por ela, não tive escolha a não ser mentir. Claro que tenho segundas intenções com a Stella, é impossível não ter, ela é das melhores pessoas que já conheci. Não é que eu conheça muitas pessoas, mas algumas raparigas já vieram ter comigo na intenção de passarmos a noite juntos e claro, eu dispensei-as. Mas assim que pus os olhos na Stella foi como se tudo à minha volta tivesse desaparecido e ela fosse o foco de tudo. A Stella foi a única que me tentou afastar, mas a primeira a ter a chave para o meu coração.

Agora que estou a observá-la a ler, reparo que ela tem um tique enquanto lê. Ela passa a mão livre para o seu cabelo e mexe nele nervosamente enquanto lê. Solto uma risada mas felizmente ela está tão concentrada que não repara.

O relógio no meu pulso marca 23:15 e eu ainda não quero ir para casa. Quanto mais tempo passar longe daquele sitio, melhor. Tenho uma ideia mas não sei se a minha melhor amiga está disposta a sair de casa a estas horas.

-Hey Stella, quero levar-te a um lugar.

-Ui, tu e os teus lugares misteriosos. Nem sequer vou perguntar porque já sei que não me vais responder- ela afirma fechando o livro

-Se quiseres vai vestir uma roupa mais quente enquanto eu ligo ao meu motorista.

-Motorista? Tu tens um motorista? Não acredito.

-Pois mas acredita. Vai despachar-te porque ele está aqui num instante.

Ela apressa-se a entrar na casa de banho e eu digito o número do George. Ele foi a coisa mais proxima que tive como figura paternal. Ensinou-me a andar de bicicleta, esteve lá na primeira vez que peguei numa bola de basquetebol, ajudou-me a aprender a conduzir mas acima de tudo, levou-me a lugares que eu não imaginava que existiam e eu desabafava sobre todos os meus problemas. Ele sempre foi mais do que a pessoa que me levava à escola. Ele era um pai e eu nunca me esquecerei das coisas que ele fez por mim.

Passado algum tempo recebo uma mensagem dele a dizer que já chegou e nesse momento a Stella sai da casa de banho com um sorriso na cara. Ela está com um vestido vermelho de gola alta e umas collants de vidro e tem os seus all star brancos calçados. Está deslumbrante. Quando ela percebe o meu olhar nela, as suas faces ficam com um tom vermelho e eu desvio o olhar com um sorriso tímido nos lábios. Vou até ela e pego na sua mão levando-a para fora do quarto.

Assim que chegamos lá abaixo, encontro o George de pé encostado à porta do carro e assim que me vê de mãos dadas com a Stella, esboça um sorriso caloroso. Eu vou até ele e abraço-o, deixando a Stella parada atrás de mim. Quando me afasto, ele sussurra um "Estou orgulhoso de ti" e depois cumprimenta a Stella com uma aceno de cabeça. Abre a porta do carro para pudermos entrar e seguimos caminho até à escola. Assim que chegamos lá, a Stella olha para mim curiosa e eu apenas encolho os ombros na esperança de ela gostar da surpresa.

-O que é que estamos a fazer aqui?

-Já vais ver.- eu digo despedindo-me do George e saindo do carro

Sinto a presença da Stella atrás de mim enquanto ela me segue até à minha Harley Davidson que os meus pais me ofereceram o ano passado. Eles pensam que prendas conseguem retribuir a falta de amor que têm para comigo mas a única coisa que sinto, é que os estou a perder cada vez mais com o passar dos anos. A minha sorte é que aprendi a ser independente e a lidar sozinho com os meus problemas. Além disso, se não fosse o George, eu provavelmente já não estaria aqui e nunca teria conhecido a rapariga de cabelos curtos que me encantou desde o primeiro segundo que pus os olhos nela.

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