Todo meu corpo doía e minha cabeça latejava. A garganta estava seca, rascante, dolorida. Eu sentia frio e sede. Abri os olhos devagar, confusa. Era fim de tarde e a luz natural ainda não deixara o quarto escurecer. O ar condicionado, ligado de novo, causava o frio.
Eu vestia apenas a camisola branca, curta e fina, que Aurora me entregara naquela manhã. Aurora. Gemi de dor e raiva ao lembrar tudo. A desgraçada me nocauteara. E lá estava eu novamente naquela cama, presa pelo pescoço, machucada e vestindo a droga daquela camisola.
Sentei na cama, tonta. Meu corpo formigava, ainda um pouco trêmulo pelos choques que ela me dera. Meu pescoço doía, onde o aro fora puxado com força. Levei a mão à ponta do queixo dolorido e percebi ali um pequeno curativo A safada ainda cuidara de mim.
Tentei desanuviar a cabeça e passei as mãos pelos cabelos despenteados, morrendo de sede. Na mesinha ao lado da cama havia um jarro de plástico com água e um copo também de plástico. Sorri sem vontade. Nada de vidro, pra eu não quebrar e tentar me matar. Ou matar alguém.
Despejei água no copo e bebi sofregamente. Minha garganta latejava com o movimento de engolir. Mas continuei em frente, sedenta. Pus o copo no lugar Recostei-me nos travesseiros amontoados no espaldar da cama, com as costas e a cabeça sobre eles.
Ajeitei a camisola que mal chegava ao meio das coxas e estiquei as pernas. Fiquei quieta, sem ter o que fazer Então era assim. Eu era uma fracassada, que não conseguira nem fugir de uma mulher com o dobro da minha idade. Porém dura como uma rocha. E com treinamento militar, lembrei. Agora, além de tudo, estava machucada e com o orgulho no chão E o pior: ainda presa.
Eu nem sentia mais vontade de chorar, tamanho o meu desânimo. Fiquei ali, arrepiada de frio, quieta, cansada até para pensar. Os minutos se arrastaram. A tarde foi se acabando e a noite chegando. Por fim a porta se abriu e eu saí daquele marasmo quando Veronica entrou no quarto e acendeu a luz.
Ela estava mais linda do que nunca num elegante terninho azul, Seus olhos brilhavam perigosamente e seus cabelos pretos estavam meio despenteados. Meu coração bateu forte ao vê-la, acelerando bruscamente em meu peito.
- Você está louca, Toni? - A voz dela saiu baixa, fria, fitando meu queixo com curativo e meu pescoço, que parecia estar marcado pelo aro.
- Por tentar fugir? - Fiquei com raiva porque minha voz saiu trêmula. - Ou por ficar aqui, presa como um animal?
-Vocês poderiam ter se machucado gravemente naquela escada. Até quebrado o pescoço!
- Imagino que te daria um grande trabalho explicar tudo as autoridades, não é?
- Não seja debochada. - Ela se aproximou, furiosa. Não me encolhi. Pelo contrário, encarei-a sem desviar o olhar.
- Você merece uma surra para deixar de ser idiota.
- Não sou idiota! Estou presa aqui, olhando para as paredes o dia inteiro, sem poder fazer o que quero! - Gritei.
- Espera que eu ache isso normal e aceite? Mesmo com você escondendo minhas roupas e meus documentos, vou continuar tentando sair daqui!
- Cale a boca, porra! Vai só se ferrar e se machucar se continuar assim!
- Problema meu!
Veronica inclinou-se para mim e agarrou um punhado do meu cabelo.
- Se já não estivesse toda arrebentada, eu mesmo me encarregaria de te dar uma boa surra, Toni!
- E por que não dá? - Segurei a mão dela, me ajoelhando na cama, tentando me soltar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A coleira • Lopaz
Fanfiction𝙇𝙤𝙥𝙖𝙯 | + A jovem Antoinette Topaz, que aos 24 anos vai parar na cama da magnata bonitona Veronica lodge. Por causa de uma dívida de família, ela acaba fazendo da moça Topaz uma escrava sexual. (Com direito à uma coleira). Veronica intersexual...