Os Protetores do Infinito

- ATO IX (O Contador)

02h:36min AM - Eastchester, Departamento de Registros da Cidade, Edifício Pearl:

O Edifício Pearl localizado ao Nordeste da enorme cidade de W.W pode facilmente ser considerado um dos maiores arranha-céus entre os demais distritos do Estado de Nova York - perdendo apenas para o One World Trade Center (WTC1) quando comparado com sua altitude. O prédio servia a cidade com um uso estritamente direcionado ao comércio e a economia, abrigando cerca das maiores mentes matemáticas presentes no distrito em seus dia-a-dia de trabalho. Geralmente os cidadãos se encontravam forçados a irem até o Departamento para resolverem seus inúmeros problemas financeiros como: o quanto de dinheiro poderia ser retirado de sua conta bancária, parcelamento/pagamento de impostos e diversas outras cruciais decisões financeiras. O nome "Pearl" traduzido ao Português significa "Pérola" e foi nomeado ao prédio devido ao seu último andar no qual se assemelha a uma pérola gigante – na real, é apenas um andar em formato esférico coberto de espelhos bastante reflexivos, o que chama a atenção de turistas a quilômetros de distância. E devido a essa aparência chamativa não foi difícil para o Arqueiro encontrar sua localização exata, mesmo ainda não tendo se familiarizado com o trajeto nas ruas da cidade. Ainda se sentia "navegando em águas misteriosas" mesmo tendo dado uma breve olhada no mapa da cidade e dela ser um pouco diferenciada de Manhattan. Um luxuoso escritório estava localizado no topo do Pearl no qual parecia pertencer a uma pessoa importante e muito bem sucedida. Aquele ali nada mais era além do escritório particular de Boseman. O que mais chamava atenção naquela sala era o fato das decorações serem infinitamente superiores quando comparadas ao restante. Tudo parecia estar fora dos padrões, como se pertencesse a um milionário ao invés de um simples contador. Acredita-se que os pontos já tenham sido ligados. No meio de toda aquela ostentação, um homem elegante adentra no local por meio do elevador localizado no fundo do escritório. Se assemelhava a um galã de cinema de tão bem arrumado que estava - o excesso de dinheiro não parecia ser um problema para o Senhor Boseman. Pra quem era? Ele não vestia o seu paletó, permanecia apenas com uma camisa social e sua gravata, como o de costume após um longo e exaustivo dia de trabalho. Um estiloso terno acinzentado completava o visual de Boseman, sendo carregado no ombro do mesmo e este sendo acompanhado por um chamativo relógio de pulso prateado, isso sem contar as outras bijuterias espalhadas por todo o seu ser. Esse homem custava Um Milhão de Dólares, praticamente. Estava conversando com alguém em seu celular, seja lá qual fosse o motivo da conversa, parecia meio histérico. Quase chegava a gritar no telefone e podia-se levemente notar uma veia em sua testa tornando-se visível a cada segundo que aquele bate-papo se prolongava. Como se não quisesse que ele estivesse acontecendo. Boseman enfim chegava a sua mesa no outro lado do escritório e arremessava seu paletó em cima dela, continuando a conversar em seu telefone-celular:

(Boseman)-Em nome da Terra, o que diabos tem de errado com vocês, homem? Me ligando uma hora dessas, sabendo que eu ainda estaria no trabalho... Ao menos sabe a merda que daria pro meu lado se uma das minhas secretárias acidentalmente atendessem a essa ligação?

Uma voz masculina e rígida respondia ao atendimento de Boseman com um tom de arrependimento, mas sabia que era necessário.

(Voz no Celular)-Mil perdões, Senhor Boseman! Sim Senhor, nós sabíamos sobre os riscos e acredite que não ligaríamos se não fosse importante.

Podia-se escutar uma voz alternativa no fundo da chamada de voz.

(Voz de Fundo no Celular)-Achou a fedelha? Como é que é?! Merda, o chefe vai surtar...