Chuva de vinte minutos.

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•Eu poderia me desculpar, mas não me sinto culpada HAHAHAHA. Foram uns lindos dias para relaxar (。•̀ᴗ-)✧ o lado bom é que jájá domingo chega hahaha
•Às vezes eu tô suave... aí eu lembro o quanto eu amo o Junhui e o Minghao e fico ( ꈍᴗꈍ)✧◝(⁰▿⁰)◜✧(人*'∀`)。*゚+
• Sinceramente, nem eu entendo os títulos do cap as vezes.
• Espero que gostem! 。◕‿◕。
•Contém erros!















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Minghao estava desesperado. Completamente desesperado. Deitado e rolando no próprio desespero. Quase era mais que apenas um sentimento, era uma mão apertada em volta de seu coração, atrapalhando todo o funcionamento de seu corpo. Fumou mais do que deveria esses dias, tentando se acalmar. Tentou se segurar ao máximo, mas, quando percebia, estava com um entre os lábios. Tentou não fumar muitas vezes, pensando que não gostaria de encontrar o Wen com cheiro de cigarro empregado em si. Não que ficasse assim todos os dias, às vezes uma onda de calmaria invadia seu corpo. Sentia que estava em uma montanha russa de sentimentos. Tudo isso pelo aviso que leu dias antes, em um muro qualquer. Escrito com sangue e com uma letra feinha, " Capitão Wen está indo para a cidade B". No finalzinho vinha a placa de um carro. Anotou tudo, obviamente. E logo apagou a mensagem, era perigoso demais, mas estava tão feliz quando leu que nem se irritou com tal descuido.
Depois disso, tudo começou a dar errado.
A esperança de achar o jogador se tornou insuportável, seu coração se quebrava toda vez que via um carro na rua, notando com pesar que não era o que o castanho estava dentro. Todos os sorrisos que abriu naquele dia, murcharam agora. Sentia que poderia morrer se a próxima placa que visse não tivesse nem o número três.
- Dona Banana, estamos perto. - mentiu para o veículo, o sol já estava se escondendo atrás das montanhas distantes e nada de Wen Junhui.
Seria mais um dia de espera para ele e o trailer, ambos acumulando poeira. Dias atrás, quando pensou que logo encontraria o maior, limpou o trailer. Dona Banana estava um brinco. Limpinha da Silva, com nenhuma bolinha de poeira. Até às cinzas dos cigarros Minghao dava um jeito de jogar bem longe dali, só para Jun sorrir ao ver um trailer apresentável. Continuava limpando mesmo que agora doesse pensar nele sorrindo.
- Desculpa. - cochichou para o nada.
Estava tão cansado que apenas parou o trailer no meio da rua, coisa muito comum nesses dias. Jogou a cabeça para trás, pensando se aguentaria não o achar mais um dia. A resposta era, com certeza, não. O amanhã já parecia cansativo.
- Estou cansado, desculpe.
Começou, pensando no Wen. Suspirou, o peito murchando.
- Onde você está? - cochichou, a voz saindo junto com uma lufada de ar, o som quase se perdendo no meio do cansaço- Onde? - perguntou com a voz sôfrega, os dedos correndo entre os fios rubros. - Só me dê mais uma chance, por favor.
Abriu os olhos apenas para pegar mais um cigarro, seria o último do dia. Criou um limite de quatro por dia, e esse já era o número quatro. Teve dias que nem encostou nas caixinhas, mas hoje era um dos dias que respirar era difícil se não fosse com a fumaça tóxica invadindo seus pulmões. O queimando por dentro. Fazendo o desconforto ir da alma para o corpo.
Acabou com o cigarro, olhando o sol se esconder atrás de um morro longe dali. O céu ainda ficando laranja por uns instantes, como se apenas esperasse sua volta. Mas ele não voltou, fugiu para o outro lado do mundo, e o céu não teve opção a não ser se apagar. Se deixando ser tomado pela escuridão da noite, iluminado por poucas estrelas. Minghao realmente esperava que o sol voltasse.
- Vai descansar hoje. - disse para o trailer.
Se deu o trabalho de encostá-lo. Assim que desligou o veículo, foi para o quarto, se perguntando se merecia aquilo. Após se deitar, sentiu o quão tenso estava, os músculos não conseguiam relaxar nem em cima do colchão. Seria bom ficar fora do ar por umas horas.
- Boa noite. - sussurrou para alguém que não estava ali e finalmente fechou os olhos.
Dormiu até o sol raiar, cansado de se frustrar. Os pesadelos não o abalaram mais, agora eram raros e bem mais calmos que no início. Queria poder agradecer o Wen por o ajudar a achar o caminho para superar isso.
Quando abriu os olhos, de manhã, rapidamente voltou a pensar no jogador com os fios castanhos. Como todos os outros instantes do dia.
- Mais um dia! - fingiu estar animado.
Praticamente se arrastou para fora da cama, cambaleando em direção ao banheiro. Fez tudo o que tinha que fazer, desde mijar a pegar as roupas para um banho rápido. Tomar banho era mais engraçado quando podia imaginar como seria a cara de tristeza que Junhui faria quando Minghao o lembrasse desse detalhe. Agora era tão deprimente quanto parecia ser, e tomar banho no meio da rua com a água gelada era horrível. Enquanto se banhava, viu uma monstrinha passar no final da rua. Monstrinha mesmo, a criança não deveria ter nem um metro. Ficou encarando ela por mais tempo que o necessário, pensando. Não nos seus pesadelos bizarros, e sim em Junhui.
Será que ele ficaria triste ao ver que uma criança se tornou um monstro?
Era até engraçado como tudo, de algum jeito mágico, estava relacionado a Junhui. Talvez fosse o charme dele. Minghao logo jogou essas coisas para o fundo de sua mente, se vestindo rapidamente. Engoliu um pouco de milho com sardinha e maionese, bem duvidoso, mas até que era gostoso. E voltou para seu lugar, o banco do motorista.
- Hoje vamos... - nem teve energia para terminar a frase.
Faria a mesma rota de sempre, em círculos na cidade. Rodou bairros inteiros, quase desistindo. Precisava respirar, ver se Junhui saia de sua mente. O nome dele ficava ali o dia inteiro, rodando como um brinquedo em um parque de diversões. Tantas e tantas vezes que ele não sabia mais se era a sua fonte de esperança ou se era uma tortura. Talvez hoje fosse uma tortura, talvez desde sempre fosse isso. Parecia que passava mais tempo debruçado em cima do volante, esgotado, do que passava dirigindo.
Ter esperança era cansativo. Era isto que Minghao pensava às vezes.
Até ele se lembrar do sorriso de Junhui.
- Te odeio. - gritou para o nada, sorrindo um pouco.
A primeira vez em uns dias. Pagaria caro apenas para ver Jun sorrir mais uma vez, e, estranhamente, não tinha medo desse sentimento.
Suspirou, tentando jogar todo cansaço para longe.
Parecia que hoje seria um dia melhor, assim esperava pelo menos. Com esse pensamento, entrou com um trailer em um espaço amplo. Estacionou de qualquer jeito, ansioso para sair logo dali. Quando o motor finalmente caiu em silêncio, quase voou para fora do trailer. Ao pisar em chão firme seus olhos instantaneamente encheram de lágrimas. Inalou todo o ar que pode, sentindo seu pulmão se encher.
- Junhui...- pronunciou o nome sem nenhuma emoção definida, olhando para o chão cinza.
Depois de falar uma vez, o fez novamente. Chamando o nome da pessoa que estaria disposto a ir até o inferno para achar, não que achasse que alguém com um sorriso daqueles iria para tal lugar. Seria injusto.
- Não que eu não vá me cansar na metade do caminho... - comentou sorrindo, andando até um carro perto para encostar, secando as lágrimas no caminho.
O sol estava forte, deixando tudo quente até demais. Logo viria uma chuva rápida, Minghao sabia. Por isso não importou-se em encostar na lataria que estava como brasa. O jeans surrado que vestia iria o proteger.
- Espero que tenha passado protetor. - comentou, pegando o caderninho de capa azul. - E que saiba que vai chover, você era tão lerdinho.
Sorriu, limpando os cantos dos olhos de novo. Junhui era tão... fofo.
- Queria que fosse um apocalipse menos perigoso. - colou o caderno na testa, fechando os olhos no processo. - Assim eu não teria que me preocupar tanto com você.
Queria xingar o garoto por sair sozinho assim. O mesmo menino que jogou um pacote de feijão na sua cara há tanto tempo que às vezes se esquecia. Parecia uma eternidade que aquilo aconteceu. Esperava que Jun estivesse se defendendo com algo além de leguminosas.
- Será que você 'tá com alguém que mal conhece? - ficou irritado por um segundo, sentindo receio pela saúde do maior e ciúmes da situação. Mas logo se lembrou que mesmo sendo o ex-capitão do time de futebol, o cara mais falado e cobiçado da escola inteira, Junhui morreria se ficasse sozinho. - Tomara que esteja.
Queria estrangular Junhui por o fazer se sentir assim. Aí se lembrava que queria gritar igual uma patricinha quando se lembrava do beijo. Só para chorar como uma criança quando se lembrava da briga.
- Idiota! - arremessou o caderninho, nunca lido, com toda a força que tinha.
E como Minghao era um pouco fraco, o objeto bateu em um carro a poucos metros de si. Ficou olhando o objeto caído, com uma mistura de decepção e preguiça de ir buscar. Ficou olhando por uns instantes, xingando meio mundo e uma certa pessoa de cabelos castanhos, enquanto tentava trazer o caderninho para si com a força da mente. Enrolou durante um tempo, se deleitando com a memória de um Wen Junhui com a roupa do time, não sabia como não reparava no maior. Bem, até reparava mas nunca se sentiu interessado o suficiente para batalhar com várias pessoas pela boca do mais velho - e às vezes algo a mais-.
- Até que esse inferno serviu para alguma coisa. - comentou sem interesse, as palavras saindo com um gosto azedo.
Com muita relutância, se desencostou do carro e foi em direção ao caderno. Não sabia se odiava ou se amava o objeto, mas isso seria algo para pensar mais tarde. Pegou-o do chão, tirando a poeira com os dedos. Abriu ele apenas por costume, olhando a única página que teve coragem de ler.
- Não morre...- leu as palavras pela milésima vez.
Antes que voltasse a pensar em coisas sem sentido, foi para o trailer. Olhando a placa de todos os carros por perto. Seria uma boa ideia tirar o dia para dormir e comer biscoitos ruins, só precisava achar uma loja.
- Preciso de salsichas enlatadas. - externou sua conclusão, salivando só de pensar.
Estava abrindo a porta do trailer quando viu.
Travou na hora, pensando ser uma alucinação.
Mas aí outra se juntou à primeira e ele teve certeza.
- Eu não...- sua voz quebrou, seu rosto banhado em pura descrença.
Saiu correndo na mesma hora, de encontro para o que o assustou.

🧟

Junhui estava de banho tomado, o sangue bem longe de seu corpo. Mesmo que o cheiro ainda estivesse impregnado em sua alma. Tinha certeza que não esqueceria do cheiro da gosma, muito menos do som da carne sendo cortada. Era difícil esquecer esse tipo de coisa.
Mordeu os lábios, por um momento desejando que o casal de amigos estivesse ali.
Mingyu e Wonwoo fugiram o mais rápido possível, o loiro nem parecia abalado após chutar um cadáver com toda a força que tinha. Wonwoo não parecia preocupado com a cesta, agora esquecida dentro do estabelecimento. Sentia que só ele se importava.
Levantou a cabeça, olhando a chuva que caía do lado de fora, aquelas que tinham pouca água, mas muito vento. Do tipo que quebram galhos enormes. Longe dali, as árvores dançavam com o vento. E ainda sim era o tipo de chuva que só durava vinte minutos. Jun olhava para as nuvens cinzas que cobriam tudo, pensando. A barulheira não ajudava com o que se passava em sua mente, ela se encontrava tão bagunçada quanto a paisagem do outro lado do vidro .
- Aqui.
Pegou a caneca que o outro estendia para si, murmurando um agradecimento. Era estranho. Tinha medo de acordar desse sonho e descobrir que ainda estava lá, encarando os olhos brancos.
- Olha...- tentou buscar as palavras certas para dizer. Não sabia o que pensar, o que dizer, o que fazer. E duvidava que ele soubesse, se sentiria melhor de saber que ele também estava confuso.
- Não precisa ser agora. - o homem disse baixinho, olhando atentamente para Jun. Tentando lapidar em sua mente as feições angelicais. - Só me deixe olhar para você.
Abaixou os olhos, olhando para os pés descalços. Tomou um gole do líquido quente, se deliciando com o sabor do leite com açúcar. Engolia devagar, se sentindo mais acolhido com aquilo e menos assustado. Não tinha um motivo para se sentir desconfortável, era algo que nunca imaginou que aconteceria mas estava acontecendo.
Algo que queria que acontecesse mas que nunca passou de sonhos impossíveis em sua mente.
- Seu leite acabou. - o comentário fez Junhui o encarar, encontrando os olhos que ainda o fitavam.
Entregou a caneca, esticando os braços, hesitantemente. A outra pessoa nem se importou, pegou a porcelana da mão do Wen e a colocou em algum lugar que Jun não viu. As mãos, agora vazias, de Junhui estavam inquietas. Não sabiam se mexiam na borda da camisa ou nos fios de um tom único de castanho dourado.
O engraçado que Minghao apenas reparou no dourado hoje.
- Descanse. - disse se aproximando do maior. - Depois que se sentir melhor, vamos conversar.
Se afastou por segundos, apenas para pegar uma manta e a colocar nos ombros largos do jogador. Os dedos do ruivo tremiam, sentia seu coração bater como as asas de um beija-flor. Quando terminou de colocar o tecido no ombro do rapaz, sentiu algo tocar sua bochecha. Levantou os olhos assustado, não entendendo de primeira.
Só para se separar com os olhos castanhos o encarando com atenção. Os dedos quentes do Wen tocando com cautela sua bochecha, como se confirmassem que Minghao era real e não uma doce ilusão.
- Obrigada. - disse baixo, a pintinha acima dos lábios se movendo junto.
Junhui não teve coragem de levar as mãos para longe do menor e Minghao não teve coragem de se afastar.
- Eu que agradeço. - murmurou.
O ruivo logo encostou ao lado do Wen, acabando com o toque doce. Era melhor colar o corpo no maior, os dois rapazes se espremendo um contra o outro -mesmo que tivesse espaço de sobra-. Ficaram quietos, tentando memorizar até o barulho da respiração do outro. Esqueceram a chuva do lado de fora, o que importava era ali dentro.
Tudo só tinha sentido ao lado daquele corpo quente.









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Vocês esperaram mucho e hj ELES SE ACHARAM PRR ✧◝(⁰▿⁰)◜✧
Obrigada por terem paciência e não ter desistido da minha fic duvidosa!!!!
Kkkk era pra ser o hao desde sempre, até pensei em mudar a pessoa só pra irritar vcs >mas< vou seguir o roteiro!
Hoje que percebi que comecei a fic com foco no Jun, teoricamente, e agr o Minghao aparece tanto quanto a bixa kkk
Se gostou deixe seu voto!
Vou amar ver comentários~
Beijinhos do Tomatinho! (◠‿◕)



Um começo no fim  || junhaoOnde histórias criam vida. Descubra agora