Ida ao mercado.

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Olha eu aqui atualizando para o nada <3
Aproveitem leitores imaginários akkakaka

Contém erros!


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Junhui nunca ligou muito para filmes de apocalipse, e se arrependia fortemente agora. Escondido atrás de algumas lixeiras ele observava um morto passar na rua cambaleando, cada vez que o bicho dava um passo o coração do chinês pulava uma batida. Não rezava antes do fim do mundo, mas nesses meses ele rezou para uma vida toda. Eles vem atrás dos vivos por quê ? Eles ouvem? Eles vêm? Sentem cheiro? A melhor opção que Jun pensou, infelizmente só agora, seria comer as plantas da mãe dele, melhor do que morrer por essas coisas.

Coisas que ele acreditava que não comiam gente, só mordiam, mas um quarteirão depois de sair de casa, quando ele ainda andava despreocupadamente, ele viu um velhinho sendo comido pelos monstros. Além de assustar o chinês, deixou ele triste, poxa.... Era só um velhinho!! E Junhui nem pode ajudar! Ele não é médico mas tem certeza que ninguém sobrevive depois de tantos pedaços retirados de si, e bem, o adolescente não conseguiria lutar contra tantos deles, seria suicídio.

- Você consegue....- Jun se preparou para correr.

O morto já chegou na outra rua e continuava com a caminhada matinal dele. Agora só faltava o Jun ter coragem de atravessar a rua. A fachada da loja de conveniência era azul, e Jun agradeceu mentalmente que tudo era de vidro, deixando-o ter uma visão completa da loja. E graças ao amiguinho dele lá em cima -ou embaixo, o Wen realmente não fazia questão- o ajudou e nenhum bicho estava na loja. Repetia mentalmente o plano. Entrar quietinho, pegar tudo, colocar num carrinho e voltar pra casa. Entrar. Pegar. E voltar. Simples e rápido.

- Saci, por favorzinho, me protege.

E com isso um adolescente pode ser visto saindo de um beco escuro e correndo para uma loja abandonada. Seria uma visão incomum, as dez da manhã, dois meses antes. Mas como ninguém estava ali para presenciar, pelo menos ninguém vivo, foi apenas um dia comum. O castanho suspirou aliviado quando conseguiu fechar a porta atrás de si, sorrindo pela primeira vez naquele dia infernal. Mas ele não tinha tempo para comemorar, tinha que seguir o plano. Olhando em volta, finalmente percebeu que a lojinha estava uma bagunça, tinha embalagens variadas no chão, muito pote quebrado, e até uma mão decepada perto do freezer de sorvete, nojento.

- Aqui vamos nós.

Wen não tinha tempo pra reparar nisso, logo pegou um carrinho que estava jogado perto do caixa, agradecendo por ele ser um carrinho silencioso. Primeiro passou no corredor dos freezers, pegou muita água, sucos e uns três refrigerantes para alegrar seu estômago. O Wen sorriu olhando satisfeito para o carrinho, jogando mais umas besteiras para alegrar seu coração. Como ele poderia furtar um mercado sem pegar Yakult?

- Agora, a comida.

Em apenas cinco minutos o menino conseguiu encher o carrinho, pegou tudo que era necessário para passar pelo menos dois meses em casa. Até três se ele estivesse disposto a comer menos e beber o próprio xixi, o que era algo bem provável já que a visão do velhinho sendo devorado ainda estava fresca em sua memória.

- Fase final: Voltar!

Até que ele não se saíra tão mal. Fez tudo em uns sete minutos, um recorde para si que amava perder tempo escolhendo entre chocolates e jujubas.

Infelizmente o chinês ficou tão distraído que não ouviu passos se aproximando.

Tão leves que precisaria de atenção para ouvi-los, tão próximos que precisaria de muita sorte para fugir a tempo. Mas o castanho que já estava virando o corredor para sair da loja, só percebeu que tinha algo ali quando esbarrou com tudo o carinho no ser. Logo entrou em desespero, os olhos arregalando e o coração batendo como um louco. Nem pensou quando pegou um pacote de feijão e arremessou com toda força na cara do bicho.

Um começo no fim  || junhaoOnde histórias criam vida. Descubra agora