8 - Genova

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Clementine Amélia – 2, Janeiro de 2020

Eu tenho certeza que Calum entendeu quando eu disse Genova, não tinha necessidade de confirmar quatro vezes. Na verdade eu estava tentando entender o que não estava claro aqui, eu sei que eu peguei um caminho diferente, mas eu quero mostrar os melhores lugares daqui e pensei em Genova. Ainda estou pacientemente aturando uma outra versão de Calum cedo na manhã, eu preferia o sonolento e preguiçoso que fazia o que eu dizia e não esse energizado por muito café e com tanta disposição.

"Clem! É Genova mesmo? Tipo, você me trouxe aqui para revelar que na verdade a sua avó é uma rainha?"

"O que?" Ele perdeu o juízo eu tenho certeza.

"Diário de uma princesa! Não diga que nunca assistiu!" O encarei por mais alguns segundos até perceber que ele realmente falava sério, as coisas que eu tenho que ouvir por cause de Calum.

"Hood, aquilo é Genóvia! Não Genova!" Ele pareceu muito decepcionado enquanto arrastava a mala dele, acontece que desde que chegou em Roma Calum não a desfez, então quando estávamos saindo de lá isso até ajudou. Eu ainda estou contando se trouxe peças o suficiente.

"Podemos ir para Genóvia então?" agora ele riu comigo e eu neguei.

"Isso não fica na Itália, nem sei se é um lugar mesmo."

"Ah achei que soubesse de tudo." Ele disse irônico e eu dei de ombros, não tudo, muita coisa, mas não tudo.

Foram longas três horas até aqui, eu acho que irritei Calum o acordando cedo de tanto bater em sua porta, ele me recepcionou bem mal humorado, mas eu entendo para ser sincera. Não tomamos o café da manhã no hotel porque não somos ricos para isso, e o café é sempre horrível. Foi tempo o suficiente para Calum estar com fome de novo, e mais uma vez, me encher com isso.

Cutuquei ele quando vi a entrada do hotel e Calum me seguiu. Eu nunca de fato estive aqui antes, o único hotel que fiquei em Genova era euros mais barato e longe daqui, mas pensei em algo mais chique não é?

"Isso tem muita cara de caro, Clem, por que estamos entrando?"

"Por que não vamos pagar." Ele me olhou com olhos arregalados e duas sobrancelhas erguidas, murmurando algo sobre nunca ter imaginado que eu tinha algum histórico ou habilidade criminal, acho que ele viaja um pouco nas ideias de vez em quando. "Eu conheço uma pessoa que trabalha aqui, ou que o pai é o dono na verdade. De qualquer jeito, ele me deve muitos favores." Não que isso tenha amenizado as paranoias na cabeça de Calum.

"Clementine!" Michael falou saindo de trás do balcão, onde ele fingia ajudar no trabalho, e abriu os braços em minha direção. Logo entramos num abraço apertado e familiar, interrompido pelo limpar de garganta de Calum que pedia explicações. "É ele?" Eu assenti.

"Vocês... vão me matar ou algo assim?"

"Gostei do senso de humor." Ah mas você não tem ideia Michael. "Então, tentei meu melhor mas só consegui um quarto, espero que não seja um problema." Segui Mike para trás do balcão enquanto Calum se apoiou nos encarando estranho.

"Ah, Calum, esse é meu irmão, meio irmão, Michael."

"Seu... O que?" Ele poderia se esforçar para ignorar ao invés de começar com mais perguntas não é? Não, não seria ele se fosse assim. Mike deixou a chave em minhas mãos e nós seguimos até o elevador.

"Como está Alessandra?"

"Bem, feliz em me ver sair, e com outra pessoa." Ele riu, de mim e não comigo, ele é péssimo. "Como está Matt?"

Love you, goodbye - cthOnde histórias criam vida. Descubra agora