Love you, goodbye - cth

16 - uma avião para Alemanha

Clementine Marrie – 23, Janeiro de 2020

Apesar do tão insistente, inconveniente e até intrometida que minha mãe foi na vida, ela nunca mentiu para mim, nem mesmo quando desejei que o fizesse, sabe, pelo bem da nossa relação é claro.

Imagino que toda essa situação esteja sendo mais frustrante para mim do que seria para ela. Em minha defesa, e me surpreende ter uma, nunca entendi a insistência de Clarissa em me arranjar alguém, nunca entendi esse medo que ela tinha de que eu ficasse sozinha, como se ela não estivesse aqui, sendo basicamente a cola da nossa família, sem ela eu não me esforçaria em aguentar Anna e Aria já teria saído de casa o mais cedo possível.

Então eu comecei isso com a mentira de que estava apaixonada por Calum, hoje eu não sei mais quão desonesta essa afirmação é, mas segui mentindo para mim, para ele e para minha mãe.

Então menti ontem, quando disse que não era um encontro, que não devia criar expectativas, e pior que menti, eu mesma criei a expectativa por ele.

Então eu beijei Calum, é, eu gostaria de ter descoberto se sinto algo por ele antes de beijá-lo, pois ficou claro que ele sente algo por mim, isso não é muito bom, eu acredito. Certo, eu não só beijei Calum, eu o puxei para o elevador, peguei as chaves do quarto e coloquei o aviso de não perturbe na porta, eu fiz tudo isso e ainda menti quando ele perguntou se eu tinha certeza.

Olhe para mim agora, as dez da manhã com uma mala desfeita e refeita mil vezes, descontando o sentimento em um objeto, que é o meu maior hobby a essa altura. Agradecendo que Calum acordou primeiro e pulamos os questionamentos, que eu sei que vão acontecer assim que eu sair do quarto.

Eu pareço ter certeza de algo?

Tenho certeza que o beijei e que queria saber algo sobre isso, o que significa. Já estive com várias pessoas pela qual não sentia absolutamente nada, por que dessa vez é diferente? Por que parece ser diferente?

Estou me questionando tanto que me senti Calum.

A batida na porta me despertou, eram dez horas, tínhamos que sair do hotel agora, e então tínhamos um avião para pegar, iriamos para Alemanha, não gosto muito da Alemanha, não gosto muito da Europa num geral, não vejo tanta graça, gosto da Itália porque tive que gostar, gosto da Grécia porque é bonita e histórica, mas de resto não sei o que me agradaria. E Ashton vai para Los Angeles, não sei o que penso sobre Los Angeles ou todo o norte da américa no geral.

Ah, Ashton, também menti para ele.

Quanto mais penso sobre o assunto mais dúvidas aparecem, então apenas abri a porta para acabar logo com isso, e o vi, sorrindo como sempre, ele tem um sorriso muito bonito, não saturo de dizer isso.

"Oi" ele disse.

"Oi" respondi e voltei para o quarto, fechei as malas e olhei ao redor. Calum parecia ter algo para falar, e não duvido, achava que vomitaria perguntas a qualquer segundo, então me apressei para adiar isso enquanto pudesse.

"Bom dia!" Ashton falou sorridente e comecei qualquer assunto com ele para evitar Calum. Falamos sobre o almoço, sobre o vinho barato ainda ser muito bom, sobre Los Angeles, sobre a garota, Willow, a que ele ainda contava ter uma segunda chance, só porque ela curtiu algo dele, ele disse que se é assim que relações são medidas hoje em dia, então não tem problema ele acreditar que daria certo para ele.

Conversamos o caminho inteiro, sobre leis de transito, pistas duplas, sobre o lado do motorista ser diferente na américa. Conversei até com o taxista, mas uma hora chegamos ao aeroporto e o voo de Ash foi chamado.