Clementine Amélia – 31, dezembro de 2019
Eu particularmente odeio fogos de artifício, para ser sincera tudo que faça muito barulho, é um incomodo muito desnecessário, por que não podemos só ficar feliz que entramos em um outro ano ao invés de começar isso já sendo inconvenientes para outras pessoas?
Não que nos tempos modernos alguém se importe com isso claramente, mas não posso criar expectativas em relação ao mundo, e se crio não posso me frustrar quando elas não forem atendidas. A vida é uma grande frustração afinal, mas nós não nos ajudamos.
Então é uma resolução, de ano novo, aprender a abrir mão do que preciso, ou talvez aprender do que preciso abrir mão. Com certeza não dos cannolis.
No entanto eu amo esse clima que construímos aqui em casa para as festas, é cheio, mas extremamente agradável, e tem mais comida do que possivelmente você vai ver na sua vida, não dizendo que dure muito até meia noite.
Clarissa passou por mim de novo, sem precisar falar nada, ela me olhou dizendo para que eu parasse de comer os doces antes dos convidados chegassem, mas a questão é o seguinte, tem cannolis o suficiente para alimentar umas duas famílias, duas vezes.
Eu não sei se minha mãe vê isso como uma tradição, porque todo ano ela faz essa grande festa, onde chama inúmeras pessoas que não conhece, algumas que sabe o nome, e poucas da família, então ela faz muita comida, então deixam para trás muita bagunça, as manhãs do dia primeiro são dedicadas a ouvir reclamações sobre isso. Mas ela não para.
Acho que gosta da casa cheia, todos sabem que esse terraço vai estar em festa no final de ano, e natal, e qualquer outro feriado que ela achar a chance. Eu dou o desconto de que ela conhece muita gente, por causa do seu trabalho, é a guia turística mais amada da Itália. Mas não é como se isso desse um passo livre para lotar nossa casa de estranhos.
O cannoli tirado da minha mão e a notificação do meu celular me fizeram despertar para a realidade agora mais populosa. Mamãe montava o caraoquê e eu já podia me arrepender de trazer aquela maldita tequila de novo, são mais tradições eu acho. Uma pena que todo ano esquecem de filmar.
Alessandra tentava arrumar os cabos das luzes penduradas com os fios que Clary tentava conectar, nenhuma das duas sabia o que estava fazendo, são boas mães e péssimas organizadoras. Eu sinto que Aria fingia socorre-los, como irmã mais nova é a missão dela sempre.
"É ele de novo" Anna não perguntou, ela apenas se esticou vendo a mensagem no meu celular, e sorriu o tomando da minha mão antes que eu tivesse a chance de chamar ela de intrometida, certo que ela só me deu mais motivos.
Eu não ia ver a mensagem porque eu sabia de quem era, e olha, eu não estou tentando me defender ou dizer que estou certa na história, mas acho que eu deixei claro que não, que as coisas acabaram, e mesmo tendo pelo menos uma noite depois disso, coisas de uma noite não devem passar disso, para de mensagem de feliz ano novo, ou mensagens todos os dias.
"Sabe Clem, só responder não mata." Então ela começou a digitar, eu adoraria intervir aquilo mas eu estou particularmente curiosa no que isso vai dar.
Então peguei um kibe da mesa, eu devia sair de perto das comidas mas acabo fazendo turno aqui. Me permiti observar Anna fazendo toda aquela arte de se meter na minha vida sabendo que a meta de ajudar não vai ser alcançada.
Eu sempre achei que a irmã mais velha devia ser essa que assume a responsabilidade de se preocupar com as outras, eu nunca me dispus, no entanto Anna Elyse gosta de fingir que ela faz isso enquanto todas da casa sabemos que isso é papel de Aria. Na verdade, todas nos preocupamos uma com a outra, mas acredito que Aria tem isso a mais por ser muito ansiosa, não compartilho essa ideia com ela.
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Love you, goodbye - cth
Romansa"Eu sinto sua falta nas minhas músicas" Não era uma afirmação alegre, mas ela ainda riu, primeiro sorriu e depois soltou todo o nervosismo dentro de si com uma risada alta. Poderia ter dito apenas que sentia falta dela como uma pessoa normal. "Entã...