Depois de Você - Wantasha

Forty

~Não revisado~

Eu ando novamente até meu quarto e espero que Natasha tenha ido embora, eu não consigo nem olhar na cara dela. Sendo a pessoa horrível que ela é a mesma se encontra sentada na minha cama quando eu volto. Imagens nas quais eu bato a luminária em sua cabeça se passam por minha mente, mas eu não tenho energia para brigar com ela agora.

- Eu não vou pedir desculpas.- Natasha diz quando passo por ela e vou em direção a cama de Carol, não vou ficar na mesma cama que ela.

- Eu sei.- eu digo e deito.

Eu não vou deixar ela me arrastar para essa briga e eu nunca esperei que ela fosse se desculpar. Eu a conheço melhor agora. Bom, honestamente eu não conheço ela nem um pouco. Ontem a noite achei que ela era apenas uma garota abandonada pelo pai que usava dessa emoção para afastar as pessoas. Mas agora de manhã vi que ela é apenas uma pessoa horrível e cheia de ódio. Não tem nada de bom sobre Natasha, toda vez que eu achei que tinha era apenas porque ela me manipulou a achar isso.

- Ela precisava de saber.- ela diz e eu mordo meu lábio para evitar das lágrimas caírem. Eu continuo em silêncio enquanto escuto ela levantando e se movendo em minha direção.

- Só vai embora, Natasha.- quando olho para cima ela está de pé em minha frente e quando ela senta na cama eu pulo.

- Ela precisava de saber.- ela repete e sinto meu sangue ferver, eu sei que ela apenas está dizendo isso para parecer estar acima de mim.

- Porque Natasha? Porque ela precisava de saber? Como machucar ela poderia ser algo bom?? O fato dela não saber não te afetava de maneira alguma, você poderia ter continuado seu dia tranquilamente ficando na sua. Você não tinha o menor direito de fazer isso com ela, ou comigo!- eu sinto as lágrimas vindo novamente mas dessa vez não consigo pará-las.

- Eu gostaria de saber se fosse comigo.- seu tom é firme e frio.

- Pois é, mas você não é ela e nunca será. Eu fui idiota de pensar que você poderia ser um terço do que ela é. E desde quando você se importa com o que é certo?

- Não ouse me comparar com ela.- eu odeio a maneira como ela escolhe apenas uma das minhas afirmações para me responder. Ela se levanta e se move em minha direção e eu me afasto, mantendo uma boa distância dela.

- Não tem comparação. Você não entendeu isso até agora? Você é uma babaca cruel e nojenta que não se importa com ninguém além de você mesma e ela me ama. Ela está disposta a me perdoar pelos meus erros. Meus erros terríveis.

Natasha dá um passo para trás como se eu tivesse a empurrado.

- Te perdoar?

- Sim, ela vai me perdoar por isso, seu plano de vir aqui e separar a gente não funcionou, porque ela me ama e quer ficar comigo. Agora sai do meu quarto.

- Isso não era o que eu..Eu não estava- ela tenta dizer mas eu a interrompo. Já desperdicei muito tempo com ela.

- Sai daqui! Você provavelmente já deve estar planejando seu próximo movimento contra mim mas não vai funcionar porque eu não vou permitir isso mais! Agora sai da porra do meu quarto!- eu fico surpresa com minhas palavras duras mas eu não me sinto mal em usar elas contra Natasha.

- Não é isso que eu estou fazendo Wanda, depois de ontem a noite eu achei que...Não sei, que eu e você...- ela parece estar sem palavras, o que me surpreende. Parte de mim está morrendo de curiosidade para saber o que ela quer dizer, mas foi assim que me enrolei nessa teia para começo de conversa. Ela usa minha curiosidade contra mim, é um grande jogo para ela. Eu limpo meus olhos com raiva. Grata por não ter usado maquiagem ontem.

- Você não acha que vou acreditar nisso né? Que você se sente diferente em relação a mim comparado a antes? - eu preciso de parar e ela precisa de ir embora antes que ela enfie suas garras mais profundamente em mim.

- Claro que sim Wanda, você faz me sentir tão...

- Não! Eu não quero ouvir Natasha. Eu sei que você está mentindo, esse é seu jeito doentio de se livrar das coisas. Me fazer acreditar que você poderia se sentir do mesmo jeito que eu me sinto por você e de repente mudar de ideia. Eu sei como isso funciona agora e não vou deixar acontecer mais.

- Me sentir do mesmo jeito que você? Você está dizendo que...Tem sentimentos por mim?- seus olhos expressam um sentimento que parece ser esperança. Ela é uma atriz melhor do que eu imaginava.

Ela sabe que eu tenho, ela tem que saber disso. Que outro motivo eu teria para dar continuidade a essa ciclo tóxico? Eu percebi que nunca admiti direito meus sentimentos por Natasha para mim, e agora vou ter que os expor para ela, para que ela possa os destruí-los. De forma pior do que ela já destruiu.

- Sai Natasha, eu não vou pedir novamente. Se você não sair vou ligar para os seguranças do campus.- Eu sinto minhas paredes serem destruídas lentamente pelo jeito que ela está olhando para mim. Não posso deixar isso acontecer.

- Wanda, por favor me responde. - ela implora.

- Não me chame de Wanda! Esse nome é reservado para família e amigos, pessoas que se importam comigo! Agora vai embora!(n/a= era para ser um apelido ao invés do nome dela, mas não consegui pensar em nenhum para Wanda, se alguém tiver alguma sugestão fique a vontade)- eu grito bem mais alto do que havia planejado. Eu preciso que ela fique longe de mim, eu odeio quando ela me chama de Maximoff, mas odeio muito mais quando me chama de Wanda. Algo sobre a maneira como ela pronuncia, deixa tão íntimo e carinhoso. Que droga Wanda! Apenas pare.

- Por favor, eu preciso de saber se você...

- Que final de semana! Estou exausta!- Carol diz quando adentra o quarto. Seus olhos se estreitam em direção a Natasha quando ela nota as marcas de lágrimas em minhas bochechas.- O que aconteceu? O que você fez??- ela grita com Natasha.- Onde está Valquíria?

- Ela foi embora, assim como Natasha está prestes a fazer.

- Wanda...- Natasha começa.

- Carol por favor faça ela ir..- eu imploro e ela assente. O queixo de Natasha cai em irritação por eu ter usado Carol contra ela, ela provavelmente achou que tinha me encurralado novamente.

- Natasha, vamos.- ela diz quando pega seu braço e a arrasta até a porta. Eu me recuso a olhar para ela novamente, eu apenas encaro a parede até ouvir o barulho da porta fechando, então escuto suas vozes no corredor.

- Que porra Natasha? Eu falei para você ficar longe dela, ela é minha colega de quarto e não é como as outras garotas que você pega. Ela é inocente e honestamente, boa demais para você.- a loira diz para a ruiva, eu estou feliz e surpresa por ela ter me defendido assim.

Ainda assim , isso não alivia a dor no meu peito. Meu coração literalmente dói. Eu achei ter me sentido mal semana passada com Natasha, mas nada se compara com como estou me sentido agora. Eu odeio admitir, mas passar essa noite com Natasha realmente aumentou meus sentimentos em relação a ela. Ouvindo sua risada quando ela fazia cócegas em mim, o jeito gentil que ela me beijava, seus braços em volta de mim, o jeito que seus olhos fechavam quando passava meus dedos em sua pele, tudo fez com que o sentimento que eu tinha em relação a ela ficasse mais forte. Esses momentos íntimos entre a gente fizeram com que eu me importasse mais com ela, e fazem doer muito mais. E acima de tudo ter machucado Valquíria de um jeito que só rezando para ela me perdoar.

- Não é assim!- seu sotaque ficou mais forte e sua voz carrega raiva.

- Besteira Natasha, eu te conheço. Encontre outra pessoa para pegar, tem muitas outras garotas por ai. Ela não é o tipo de garota para você fazer isso, ela namora e é muito sensível para ser apenas uma amizade colorida.

Eu não gosto de ouvi-la dizer que sou muito sensível, mas acredito que ela esteja certa. Eu não fiz nada além de chorar desde que conheci Natasha e agora ela tentou arruinar meu relacionamento com Valquíria. Eu não tenho o que é necessário para ser apenas sua amizade colorida, independente de como ela faz eu me sentir. Eu tenho respeito por mim mesma para fazer isso, e sou muito emotiva.

- Tá bom, eu vou ficar longe dela. Mas não a traga para mais nenhuma festa em minha casa. Estou falando sério, não quero vê-la novamente e se eu ver vou arruiná-la. - ela praticamente cospe as palavras e eu escuto Carol colocar a mão na maceneta.