Twenty nine

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  - Então, que tipo de comida você gosta? - Natasha pergunta e eu dou risada. Que pergunta normal ela está me fazendo, nós realmente não conhecemos uma a outra, além do fato de que somos completamente opostas. Eu pego meu cabelo, quase seco agora e prendo em um coque enquanto penso por uns segundos no que quero comer.

- Bom, qualquer coisa que eu conheça na verdade, e que não envolva ketchup. - eu digo e ela ri.

- Você não gosta de ketchup? Achei que todos os americanos deveriam gostar de ketchup.- ela brinca.

- Eu não tenho a menor ideia, mas é nojento! - eu olho para Natasha, sua mão ainda está em minha coxa e eu espero que ela nunca a tire.

- Vamos comer um jantar informal então? - ela pergunta e eu assinto.

Natasha tira a mão da minha coxa para aumentar o volume da música, mas ela para no meio do caminho e a coloca onde deveria novamente.

  - Então, o que você planeja fazer depois da faculdade? - ela me pergunta, ela já me perguntou isso antes, em seu quarto.

- Eu pretendo mudar para Connecticut imediatamente e talvez conseguir um emprego em uma casa de publicação ou talvez ser uma escritora. Eu sei que é bobo. - eu digo, imediatamente me envergonhando de tamanhas ambições.- Você já me perguntou isso, lembra?

  - Não, não é bobo. Eu conheço alguém que é CEO da Editora Vance, é um pouco longe mas talvez você devesse tentar uma vaga para um estágio lá, eu posso falar com ele.

- O que?! Você faria isso? - eu estou surpresa, mesmo que ela tenha sido legal na última hora isso é mais do que eu esperava.

- Sim. Não é grande coisa.- ela parece envergonhada. Não deve estar acostumada a fazer coisas legais para os outros.

  - Wow, obrigada! De verdade. Eu precisaria de conseguir um estágio em breve e isso seria incrível. - eu digo e bato palmas, ela ri e balança a cabeça.

- De nada.- ela para em um pequeno estacionamento, que continha uma pequena construção de tijolos no meio. - A comida aqui é incrível.- ela diz enquanto sai do carro. A ruiva anda até o porta malas e pega uma blusa branca, ela deve ter um estoque, e veste, afinal até agora ela estava usando apenas um sutiã rendado preto. Eu estava gostando tanto da mesma sem blusa que eu esqueci que eventualmente ela ia ter que vestir uma.

  Quando entramos no local, sentamos em uma das mesas, o ambiente parecia deserto. Uma moça mais velha nos entrega cardápios e Natasha pede hambúrguer e batatas fritas e eu acabo fazendo o mesmo.

- Bom né? - ela pergunta enquanto eu dou minha primeira mordida. Eu assinto e limpo minha boca. A comida aqui é realmente incrível, nós literalmente limpamos nossos pratos. A volta para o campus é tranquila, eu conto para Natasha sobre crescer em Staten Island, e ela diz que não conhece o local. Ela não está perdendo muito, é um lugar pequeno, todo mundo faz a mesma coisa e ninguém nunca sai. Exceto por mim, não pretendo voltar para lá. Ela não me oferece muitas informações sobre si, mas espero que em breve esse cenário mude. Ela parece bem curiosa sobre a minha vida quando eu era criança, e quando eu falo sobre meu pai alcoólatra ela franze as sobrancelhas. Eu já havia o mencionado antes quando estávamos brigando, mas agora entrei em um pouco mais de detalhes. Enquanto eu conto ela fica fazendo carinho em minha coxa, subindo e descendo sua mão gentilmente. Eu fico desapontada ao ver o logo da NYU conforme nos aproximamos do campus.

- Você se divertiu? - eu pergunto para ela, me sinto tão mais próxima da ruiva agora em comparação a algumas horas atrás. Eu sei que ela consegue ser legal quando quer.

- Yeah, na verdade sim. - Ela parece meio surpresa. - Eu te acompanharia até o seu quarto, porém não quero brincar de "verdade ou verdade" com Carol. - ela sorri e vira de lado para olhar para mim.

- Tudo bem, então eu te vejo amanhã.- Eu não tenho certeza se deveria inclinar para beijá-la ou algo do tipo e fico aliviada quando seus dedos passam por meu cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha. Eu me inclino em direção a ruiva e ela me beija. O beijo começa gentil e suave, mas logo começo a sentir uma onda de calor por meu corpo e eu simplesmente preciso de mais. Natasha segura meu braço e o puxa devagar, como se estivesse me chamando para o lado dela, eu imediatamente saio do meu banco e subo em seu colo, levantando sua blusa um pouco para colocar minha mão embaixo da mesma, sua pele está tão quente.

Sua língua massageia a minha e ela me envolve em uma espécie de abraço apertado, é quase dolorido, mas é uma dor que eu enfrentaria tranquilamente apenas para ficar perto dela. Ela geme em minha boca quando eu subo minhas mãos. Eu amo o fato de que consigo fazer ela gemer também, que eu tenho esse efeito nela. Nós somos interrompidas por um barulho no celular.

- Outro alarme? - ela brinca e eu dou risada.

- Não, é...Valquíria. - eu digo enquanto pego o telefone e olho a tela, a expressão de Natasha muda completamente e eu aperto o botão de recusar a ligação e jogo o aparelho na banco do passageiro. Eu não estou pensando em Valquíria agora. Eu a empurro para um cantinho em minha mente e me inclino novamente para continuar beijando a ruiva, mas ela para e me empurra para trás levemente.

- Eu acho que é melhor eu ir. - seu tom desperta calafrios em mim. Quando eu olho em seus olhos sua expressão é distante e o fogo em meu corpo é instantâneamente substituído por gelo.

  - Natasha, eu ignorei. Eu vou falar com ela sobre tudo isso, só não sei como nem quando, mas será em breve, eu prometo. - eu digo. No fundo da minha mente eu sei que deveria ter terminado com Valquíria no momento em que beijei Natasha pela primeira vez. Eu não posso a namorar se estou traindo a mesma, esse pensamento está sempre na minha mente como uma nuvem carregada e escura, e eu não quero isso. A maneira como eu me sinto por Natasha é outro motivo para eu não ficar com Valquíria mais, eu amo a Val, mas se eu realmente a amasse da maneira que ela merece ser amada, eu não teria desenvolvido esses sentimentos pela ruiva em primeiro lugar. Eu não quero machucar Valquíria, mas não tem como voltar atrás mais.

- Falar com ela sobre o que?

- Sobre tudo isso. - eu digo enquanto movimento minhas mãos no ar. - Sobre nós. - eu tento explicar.

- Nós? Você está tentando me dizer que vai terminar com ela, por nós? Eu e você?

O que? Minha cabeça começa a girar, eu sei que deveria sair do colo dela mas estou congelada.

- Você não quer que eu faça isso? - minha voz sai como um sussurro.

- Não, porque você faria isso? Quer dizer, se você quer terminar com ela vá em frente, mas não faça isso por mim.

- Eu só.. Eu pensei que..- eu começo a ficar sem palavras.

- Eu já te disse que eu não namoro, Maximoff.- ela diz. A única coisa que me faz sair do seu colo e o fato de que não quero que ela me veja chorar, de novo.

- Você é nojenta.- eu praticamente cuspo as palavras enquanto pego minhas coisas. Ela parece querer dizer algo, porém fica em silêncio. - Fique longe de mim a partir de agora, e eu estou falando sério. - eu digo e ela fecha seus olhos.

Eu ando o mais rápido possível para meu quarto, e consigo segurar as lágrimas até lá. Eu estou tão grata que o quarto está vazio, pois assim que fecho a porta eu deslizo na mesma e começo a chorar. Como eu pude ser tão idiota? Eu sabia quem ela era quando concordei em ficar sozinha com a mesma. Só porque ela foi legal comigo. O que eu estava esperando, que ela seria minha namorada? Eu rio entre as lágrimas de quão idiota e ingênua eu sou. Eu realmente nem posso ficar brava com Natasha, ela já havia dito que não namorava, mas eu pensei que como tivemos um tempo juntas e foi tão bom, achei que poderíamos ter algo a mais. Aparentemente era apenas encenação, só para que ela conseguisse tirar minha calça e eu fui idiota de deixar.

Depois de Você - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora