Two

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- Aqui estamos! - minha mãe diz em um gritinho conforme adentramos o campus.

Fico impressionada, a faculdade é tão bonita pessoalmente quanto nas fotos do site. Os prédios são modernos e bem bonitos. Pais em todos os lados chorando e abraçando seus filhos, algumas pessoas perdidas e calouros vestidos dos pés a cabeça com roupas da faculdade ocupavam todo local. O tamanho do campus era intimidador, porém tinha a esperança de que em algumas semanas eu já me sentiria em casa. A orientação é rápida e logo uma mulher que aparentava ter seus 40 anos me entrega uma chave, a chave do meu dormitório. Nesses minutos aqui já senti mais liberdade do que nos outros 18 anos da minha vida.

- Eu quero ver seu quarto antes de ir querida. Eu simplesmente não acredito, minha única filha, estudando na faculdade, morando sozinha em seu próprio quarto! - Minha mãe choraminga, enquanto seca seus olhos com cuidado para não borrar sua maquiagem. Valquíria nos segue, carregando minhas malas, conforme andamos pelos grandes corredores.

- Bom, lembre-se de tudo que te falei, não quero que você faça nada que vai arruinar seu futuro. - Ela checa a hora em seu relógio. Um relógio pelo qual ela provavelmente não poderia pagar, mas comprou mesmo assim.

- É o B22, nós estamos no corredor C. - eu digo.
Por sorte, avisto um grande B na parede.

- É por aqui - eu aviso e elas me seguem. Estou grata por ter trago apenas algumas roupas, um cobertor e meus livros favoritos, dessa forma Val não tem tanto peso para carregar.
- B22 - minha mãe bufa, seus saltos eram exageradamente altos, considerando o tanto que andamos.

Eu coloco a chave na abertura de madeira, e assim que a porta se abre, minha mãe fica boquiaberta. O quarto é pequeno, tem duas camas pequenas e duas escrivaninhas. Meus olhos pousam no motivo da surpresa de minha mãe. De um lado do quarto, pôsteres de bandas que eu nunca tinha ouvido falar ocupavam a parede, homens e mulheres tatuados e com piercings estavam retratados neles. Na cama, uma menina de cabelos loiros na altura dos ombros estava deitada, um delineado preto realçava seus olhos e em seu braço haviam algumas tatuagens.

- Oi! - a estranha diz, esboçando um sorriso - Meu nome é Carol. - Ela diz enquanto senta na cama.

- O..Oi.. Meu nome é Wanda...Maximoff. - meus modos devem ter ficado em casa.

- Bem vinda a NYU Wanda Maximoff, onde as camas são pequenas e as festas enormes! - a cabeça dela inclina e ela dá uma risadinha. O queixo de minha mãe está descansando no tapete e Val aparenta estar um pouco desconfortável. Carol levanta e ocupa o espaço entre mim e Val, me envolvendo com seus pequenos braços, não sabia muito bem como reagir àquilo, mas fiz o meu melhor para parecer simpática. Escutamos batidas na porta, enquanto Val solta minhas malas no chão, eu só espero que isso seja uma espécie de piada de mal gosto.

-Entrem!- minha nova colega de quarto grita, então um garoto e uma garota adentram o quarto.

Garotos no dormitório de garotas no primeiro dia? Talvez NYU não tenha sido a escolha certa. Eu acredito que, pela expressão de descrença no rosto de minha mãe, ela está pensando o mesmo. A pobre mulher parece estar prestes a desmaiar a qualquer momento. E eu não a culpo.

- Você é a colega de quarto de Carol? - o garoto de cabelos loiros pergunta. Ele não tem tantas tatuagens quanto a outra garota, porém as tem.

- Hmm, sim... Meu nome é Wanda.

- Eu sou o Steve. Não fique tão nervosa, afasta as pessoas. - ele diz com um sorriso no rosto enquanto toca meu ombro. - Você vai amar aqui. - O sorriso dele era caloroso, apesar de seu jeito me dar arrepios.

- Estou pronta gente. - Carol diz enquanto pega sua bolsa preta que estava em cima da cama.

Meus olhos vão em direção a garota que estava apoiada na porta. Ela tinha cabelos ruivos que caiam em cascata nos seus ombros, formando ondas perfeitas. Tinha vários piercings nas orelhas e um no nariz e penetrantes olhos verdes. Meus olhos descem para a blusa vermelha dela, que estava por baixo de seu casaco de couro, suas unhas vermelhas tamborilavam o batente da porta e ela parecia estar impaciente por alguma razão desconhecida. Fiquei esperando ela se apresentar, porém não o fez. Ao contrário do que eu esperava, ela tirou o celular do bolso de seu casaco e começou a mexer nele. Ela definitivamente não era tão amigável quanto os dois loiros.

- Te vejo por aí, Wanda. - o loiro diz, e então os três saem do quarto.

Finalmente pude soltar todo o ar que estava preso em meus pulmões. Dizer que eu estava desconfortável era pouco, bem pouco.

- Você vai arrumar um outro quarto! - minha mãe grita assim que a porta é fechada.

- Não, eu não vou! Não tem problema mãe. - Eu não sei como isso vai funcionar, porém sei que a última coisa que eu preciso é a minha mãe ursa dando um chilique no meu primeiro dia na faculdade. - Eu aposto que ela não vai estar por perto o tempo todo - eu digo, tentando convencer minha mãe e ao mesmo tempo, me convencer.

- Absolutamente não! - ela joga o cabelo castanho no ombro - Você não vai ficar no mesmo quarto que uma garota que permite punks assim em seu quarto!

- Mãe, por favor - eu peço olhando dentro dos olhos azuis dela e em seguida para Val. - Vamos ver como vai ser primeiro. - eu imploro. Ela dá uma última olhada no quarto, julgando as decorações do lado de Carol.

- Tá! - ela praticamente cospe as palavras, para a minha surpresa.

Depois de Você - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora