Twelve

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  Demoram alguns segundos para eu identificar onde estou quando acordo. A festa horrível e a noite pior ainda inundam minha memória. Carol continua desmaiada na cama e eu penso em simplesmente deixar ela lá enquanto arrumo um jeito de voltar para os dormitórios. Eu calço os sapatos e saio do quarto, será que deveria ir no quarto de Natasha ou tentar achar Steve? Será que Steve é parte da fraternidade? Eu nunca imaginava que Natasha seria, então ele pode ser também. O corredor está vazio e surpreendentemente limpo tendo como base a noite anterior, tive que desviar de corpos apagados no chão conforme andava.

- Steve? - eu chamo, torcendo para obter uma resposta. Tem no mínimo umas 25 pessoas dormindo nessa sala, o chão está cheio de copos e lixo. Quando eu finalmente chego na cozinha, me esforço para não sair limpando tudo. Os integrantes dessa fraternidade vão levar o dia inteiro para limpar isso, eu adoraria ver Natasha limpando a casa, então solto uma risadinha.

- Qual a graça? - eu me viro e, obviamente Natasha tinha adentrado a cozinha. Ela tinha um saco de lixo na mão e eu observava ela "varrendo" a bancada com o braço, despejando vários copos dentro do saco de lixo.

- Nada não.. Steve mora aqui também? - ela me ignora e continua limpando. Era provavelmente, a única pessoa acordada limpando, ela merece isso. - Mora ou não? - pergunto novamente, dessa vez um pouco mais impaciente. - Se você me responder logo onde Steve mora, mais rápido irei embora.

- Opa, agora você tem minha atenção. Mas não, ele não mora aqui, por acaso ele parece como um estudante de fraternidade para você?

- Não, mas você também não parece. - eu rebato e posso ver seu maxilar tensionar.

Ela ignora meu comentário e continua a limpar. - Tem algum ponto de ônibus na região? - pergunto sem esperar resposta.

- Sim, a um quarteirão de distância.

- Você pode me mostrar onde é?

- Não é tão difícil assim de achar. - ela fala e vejo os cantos de sua boca levantarem.

Eu rolo meus olhos e saio da cozinha. O momentâneo instante de "bondade" de Natasha ontem fez a grosseria voltar com força total hoje. Depois da noite que eu tive, não aguento mais ficar perto dela. Subo as escadas e vou acordar Carol, então voltamos para o andar de baixo.

- Natasha disse que tem um ponto de ônibus a um quarteirão daqui. - eu digo e ela ri.

- De jeito nenhum vamos pegar o ônibus. Ela provavelmente só estava pegando no seu pé.- ela diz enquanto apoiava sua mão em meu ombro. - Nat? Pode levar a gente de volta? Minha cabeça está latejando.

- Sim, claro, só me dá um minuto. - ela diz e meu queixo cai, pelo menos ela é legal com Carol. Eu imagino a quanto tempo elas devem ser amigas.

Durante a volta Carol canta algum rock que estava tocando no carro. Natasha abre todas as janelas, apesar de eu ter pedido para ela não fazer isso. Ela fica em silêncio durante todo o percurso, apenas tamborilando seus dedos no volante.

  - Mais tarde eu volto, Carol! - ela diz conforme a mesma sai do banco do passageiro. Ela assente e acena enquanto eu abro a minha porta.
 
  - Tchau, Maximoff. - ela diz com um sorrisinho debochado, eu reviro os olhos e saio do carro, voltando ao dormitório.

Depois de Você - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora