Seventeen

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- Porque você está me perguntando isso? - ela rebate.

- Eu não sei.. eu sempre sou legal com você e você não foi nada alguém de ignorante comigo. Eu achei que poderíamos ser amigas.- isso foi muito idiota, meus dedos coçam a ponta do meu nariz enquanto espero a resposta.

- Nós? Amigas? - ela ri. - Não é óbvio que não podemos ser amigas?

- Não para mim.

- Bom, para começar você é muito preocupada, provavelmente cresceu em uma família perfeita, em uma casa de se parece com todas as outras do quarteirão, seus pais provavelmente compravam tudo que você queria, e você nunca ficou com nenhuma vontade. E essas suas roupas formais, sério, quem se veste assim aos 18 anos? - ela diz e meu queixo cai.

- Você não sabe nada sobre mim, minha vida não foi assim. Meu pai alcoólatra nos deixou quando eu tinha dez anos, e minha mãe teve que trabalhar muito para garantir que eu fosse para faculdade, consegui meu primeiro emprego aos 16 anos para ajudar a pagar as contas. E eu gosto das minhas roupas, me desculpa se não me visto como uma das piranhas que ficam ao seu redor! Para alguém que tenta tanto ser diferente, você com certeza é muito preconceituosa! - eu grito e posso ver ela apertando seus pulsos, eu sinto lágrimas brotarem em meus olhos e então limpo, antes que ela perceba.

- Quer saber, eu não quero ser sua amiga de qualquer maneira, Natasha. - eu digo enquanto giro a maçaneta. A vodka me deu coragem o suficiente para gritar com ela.

- Onde você está indo? - ela pergunta, como pode alguém ser tão imprevisível e mau humorada.

- Eu vou até o ponto de ônibus, para voltar para o dormitório e nunca, nunca mais voltar aqui. Eu cansei de tentar ser amiga de qualquer um de vocês!

- É muito tarde para pegar o ônibus sozinha.

- Você não pode estar falando sério, para de fingir que se importaria caso algo acontecesse comigo.- Eu dou risada, não consigo acompanhá-la.

- Não estou dizendo que me importo, só estou te avisando. É uma má ideia.

- Bom Natasha, eu não tenho outras opções, todo mundo está bêbado, inclusive eu mesma. - eu digo e as lágrimas saem, eu estou me sentindo humilhada pelo fato de que Natasha, acima de todas as outras pessoas já me viu chorando duas vezes.

- Você sempre chora em festas? - ela diz com um sorriso leve.

- Aparentemente, já que essas são as duas únicas festas que eu já fui. - eu digo e dessa vez abro a porta.

- Maximoff! - sua voz soa tão doce e baixa que eu quase nem escuto, sua expressão é indecifrável. O quarto começa a girar novamente e eu me seguro em um móvel.

- Você está bem? - ela pergunta. Eu assinto, ainda que esteja me sentindo enjoada.- Porque você não senta aqui por alguns minutos e depois você vai para o ponto de ônibus.

Eu nego com a cabeça e saio devagar do quarto e ela grita meu nome.

- Você pode sentar aqui.. Eu acho. - ela diz e solta um longo suspiro.

- Eu achei que ninguém era autorizado a ficar no seu quarto. - eu digo e sento no chão.

- Não vai acontecer novamente. - ela retruca, então ela já está de volta. Eu soluço e um pequeno sorriso aparece nos lábios da ruiva.

- Se você vomitar no meu quarto...- ela avisa.

- Acho que eu só preciso de um pouco de água. - eu digo e tento levantar.

- Toma. - ela diz e me entrega seu copo vermelho. Eu reviro meus olhos e empurro sua mão de leve.

- Eu disse água, não cerveja.

- Isso é água, eu não bebo. - eu solto um suspiro misturado com uma risada. Natasha não bebe? Eu não lembro de vê-la bebendo, mas ainda assim.

- Surpresa? - ela pergunta e eu assinto.

- Você não ficar aqui sentada dando uma de babá vai? - eu só quero ficar sozinha nesse meu momento bêbada. Eu estou começando a me sentir culpada por ter gritado com ela.

- Você realmente desperta o pior de mim. - eu digo em voz alta, porém não pretendia.

- Isso é duro..- ela diz em um tom sério. - Mas sim, eu vou ficar aqui de babá, você está bêbada pela primeira vez na sua vida, e tem o hábito de mexer nas minhas coisas quando eu não estou por perto. - ela diz e senta em sua cama. Eu pego o copo de água e tomo um gole, consigo sentir o gosto de menta, e não consigo evitar de imaginar qual é o gosto da boca de Natasha. "Deus, nunca irei beber de novo", eu me lembro mentalmente enquanto sento de novo no chão.

Depois de Você - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora