Depois de Você - Wantasha

Fourteen

 

  É quase sexta e minha primeira semana na faculdade já está acabando, estou feliz que a semana passou do jeito que passou. Eu planejo parar de estudar por um tempo e alugar alguns filmes, já que Carol provavelmente estará em alguma festa. Eu pego minha mochila e paro na cafeteria, pego um café para começar bem o dia.

  - Wanda não é? - a voz de uma garota surge atrás de mim enquanto espero na fila. Eu viro e me deparo com a  menina de cabelo rosa da festa, acho que Carol chamou ela de Molly.

- Yeah. - Eu respondo e me viro de volta.

- Você vai na festa hoje a noite? - ela pergunta e eu me viro em sua direção novamente e balanço minha cabeça negativamente.- Você deveria, vai ser incrível. - ela diz e sorri, passando seus pequenos dedos em sua grande tatuagem.

- É uma pena, eu sei que Tony queria te ver. - ela diz e eu não posso evitar de dar risada. - É verdade! Ele estava falando de você ontem!

- Eu duvido disso, mas mesmo se fosse verdade..Eu namoro. - eu digo, fazendo seu sorriso aumentar.

- É uma pena, nós poderíamos ter um encontro duplo. - ela diz e dá um sorrisinho, eu agradeço a Deus por meu pedido estar pronto, eu rapidamente pego meu café, que estava muito quente e eu queimo um pouco minhas mãos, saio andando e xingando baixinho.

Encontro duplo com quem? Molly e Natasha? Não obrigada, eu passo. Tony é legal, mas Valquíria é tudo para mim. Nós não nos falamos muito essa semana, devido a minha lotada agenda. Eu a mando uma rápida mensagem falando que sinto sua falta e caminho para a minha primeira aula.

O dia foi ótimo, Bruce e eu estamos nos encontrando na Livraria quando estamos a caminho da aula de literatura. Ele está encostado na grande parede de tijolos esperando, e quando eu chego ele abre um grande sorriso.

- Hoje eu vou sair uns 30 minutos mais cedo para pegar um vôo. Vou passar o final de semana em casa.- ele me diz sorrindo.

  - Isso é tão legal! - eu digo a ele, eu deveria ir para a casa nos finais de semana as vezes, mas no momento não tenho carro, então isso vai ter que esperar.

Como prometido, Bruce sai da aula mais cedo, e de repente a existência de Natasha ao meu lado fica bem mais real. Na faculdade podemos sentar onde quisermos, em uma cadeira diferente por dia. Porém ela sempre senta na frente, do meu lado. Eu sei que é só para me irritar, mas eu tenho a ignorado a semana toda.

- Semana que vem nós iremos começar a discutir "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen. - O professor Hill anuncia, e logo em seguida a aula acaba. Eu não posso evitar de ficar muito animada. Já li esse livro umas 10 vezes e é um dos meus favoritos.

  - Deixe me adivinhar, você ama o Sr.Darcy. - Natasha diz em um tom de zoação conforme saio da sala.

- Na verdade, eu gosto sim. - nós chegamos no cruzamento e eu olho para os dois lados antes de atravessar a rua.

- Claro que gosta. - ela diz, enquanto me segue.

- Eu tenho certeza que você não é capaz de compreender o apelo do Sr.Darcy.- Minha mente lembra da grande coleção de romances no quarto de Natasha. Eles não podem ser dela. Ou podem?

- Um homem que é rude e intolerante sendo transformado em um herói romântico? Isso é ridículo, se Elizabeth tivesse senso, mandava ele ir se foder.

Eu dou risada da sua escolha de palavras, mas tampo minha boca, me impedindo de fazer isso. Eu até estava gostando da nossa discussão, mas eu sei que é apenas uma questão de tempo para ela dizer alguma coisa ofensiva. Ela tem um brilho diferente no olhar, e eu não posso deixar de admirar sua beleza, com piercings e tudo.

- Então, você concorda que Elizabeth é uma idiota? - ela pergunta e levanta uma sombrancelha.

- Não. Para mim ela é uma das personagens mais fortes e complexas já escritas.- eu defendo. Ela começa a rir e eu a acompanho, alguma coisa passa em seu olhar e ela imediatamente para de rir.

- Te vejo por aí, Maximoff. - ela dá um giro com o calcanhar e vai embora. Antes que eu possa analisar suas ações, meu telefone toca. É Valquíria. Eu sinto uma culpa estranha enquanto eu atendo.

- Hey, Wanda. Eu ia te mandar uma mensagem, mas decidi te ligar. - sua voz soa como se ela estivesse em movimento.

- O que você está fazendo? Parece ocupada.

- Eu estou indo encontrar com alguns amigos no restaurante.

- Ah, ok. Eu não vou te ocupar, estou tão feliz que já é sexta e estou tão animada para o final de semana.

  - Você vai para outra festa? Sua mãe ainda está chateada. - Porque ela mencionou isso para a minha mãe? Eu gosto que ela e minha mãe sejam próximas, mas as vezes, ter ela como namorada é como ter uma irmã que fica de dedurando. Eu acabei de comparar ela com uma irmã? Foi uma longa semana.

- Não, eu não vou a uma festa. Estou com saudades.

- Também estou com saudades, Wanda, muitas. Depois me liga, ok?

Eu concordo e nós trocamos nossos te amo's antes de desligar.

  Quando eu volto para o quarto, Carol está se arrumando para alguma festa, na fraternidade de Natasha eu imagino. Eu entro na Netflix e começo a procurar que filme vou assistir hoje.

- Eu queria tanto que você fosse, prometo que não vamos ficar, só por um pouquinho. Assistir filmes nesse quarto pequeno em uma sexta a noite é tão deprimente. - ela reclama e eu dou risada. Ela continua a me implorar enquanto arruma seu cabelo e troca de roupa no mínimo umas três vezes. Ela acaba optando por um vestido vermelho que deixa bem pouco para a imaginação. A cor vermelha do vestido realmente fica bem bonita em contraste com os seus fios loiros. Eu odeio admitir, mas tenho admiro a sua confiança. Eu sei que até tenho um corpo legal, com as curvas no lugar e tudo mais, mas não me sinto confortável com ele do mesmo jeito que ela se sente. Eu tento usar roupas que escondem meu busto volumoso, enquanto ela tenta fazer com que  os seus seios tenham o máximo de atenção possível.

- Eu sei, é só que.. Ugh! Caraca, o que é isso?! - eu grito com o meu notebook, que agora tem a tela toda preta.

- Isso é um sinal de que você deveria vir, meu notebook está no quarto do Steve, você pode usar ele. - ela dá um sorrisinho e mexe no seu cabelo novamente. Eu realmente não quero ficar sozinha nesse dormitório em uma sexta a noite sem nada para fazer.

- Tá bom! Mas vamos voltar antes da meia noite. - eu reclamo e ela começa a pular e bater palminhas de entusiasmo.