61 - Maninho

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Terça-Feira, 18/05

Não dormi nada além de 5 minutos. A raiva que venho sentindo daquela filha da puta só aumenta.

Tomei banho e me arrumei, descendo já com a mochila e meu celular carregado.

Vih: Bom dia, meu amor - sorriu.

Eu: Bom dia - passei reto, fui um pouco grossa.

Bre: Não é um bom dia, mãe - mostrou algo no celular pra ela.

Vih: Tá tudo bem? - me perguntou preocupada.

Eu: Eu prometo que explico quando chegar - peguei uma maçã - mas agora não é uma hora nada boa - fui em direção à porta.

Bre: Bia - me chamou mas eu ignorei.

Sai de casa comendo a maçã no caminho. Fui bem ignorante mas foi melhor assim.

Se eu ficasse para explicar, ou perdia todo meu ódio que pretendo descontar na Jane, ou brigaria com eles, me arrependendo em seguida.

Durante o caminho fui pensando sobre isso, e se era mesmo uma boa idéia gritar com ela ou simplesmente chamá-la pra conversar.

E a cada passo, a cada respiração e a cada segundo só tinha mais certeza de que queria acabar com ela.

Entrei na escola e os olhares começaram, ignorei todos eles e fui em direção à sala.

Xxx: Ooh Beatriz - algum menino do time de futebol me chamou rindo, mas eu ignorei.

Levantei o dedo do meio sem olhar pra pessoa e continuei meu caminho.

Cheguei na porta da sala e a Beatriz me olhou com desprezo, me aproximei dela.

Eu: Nós podemos conversar?

Val: Eu vi as outras publicações - falou sem me olhar - por que não me disse desde o início?

Eu: Não é tão simples, Val

Val: Acho que eu não tenho nada pra falar com você - levantou e saiu da sala.

Me xinguei mentalmente e sentei no meu lugar.

Lipe: Cê tá bem? - reconheci sua voz e levantei a cabeça - que pergunta idiota, Felipe - falou consigo mesmo.

Eu: Eu só preciso de um tempo...pra não quebrar a cara dela agora - o Levi e o meu irmão se aproximaram.

Bre: Nós ficamos preocupados - se referiu à ele e minha mãe e se sentou em seu lugar.

Eu: Desculpa - disse baixo e ele deu um sorriso.

Levi: Vai ficar tudo bem - forcei um sorriso.

Eu amo esse lado compreensivo dos meus amigos. Eles entendem que é questão de tempo e não retrucam toda a minha ignorância, o que evita que eu exploda de vez.

O professor chegou e a Beatriz voltou pra sala, sem falar uma palavra comigo e nem me olhar.

Entendo o lado dela e sei que deveria ter explicado desde o início. Mas espero que alguma das meninas consiga fazer ela escutar e saber o porquê disso tudo, já que eu não consigo.

[...]

O intervalo acabou e nós voltamos pra sala. Não esbarrei com a Jane e foi melhor assim.

A aula de matemática nunca foi legal, mas hoje ela se tornou tolerável. Até eu ver Jane passar pelo corredor. Pedi a professora pra ir ao banheiro e ela deixou depois de muito esforço e dizer que era uma "emergência feminina". Mesmo sendo mentira.

Por Que Ele?Onde histórias criam vida. Descubra agora