92 - Forçando Intimidade

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* capítulo especial, narrado pela Val *

- P.o.v Beatriz Valverde -


Sexta-feira, 02/07

  Acordei há algumas horas. Estou terminando de arrumar minha mala, finalmente o meu pai vem me buscar.

  Passei alguns dias na casa da Joana, e agora à tarde vou viajar com o meu pai. O senhor Fernando.

  Joana é a minha mãe, apenas pelo nome, acredito que mãe de verdade é aquela que te cria, te dar amor e está sempre com você. A minha só é uma mulher que foi casada com meu pai e de vez em quando passo alguns dias na casa dela.

  Ela e o Fernando - meu pai - foram casados por quase quatro anos. Na metade desse ano, meu pai descobriu que a Joana vinha traindo ele há alguns meses, como eu tinha apenas três anos não entendi quando fui morar apenas com o Fernando.

  Mas como o tempo foi passando, comecei a entender as coisas e a raiva que eu já sentia por ela, aumentou ainda mais.

  Na verdade ela nunca foi presente na minha vida. Me deixava com a minha avó e saia para tudo quanto é lugar. Isso me magoou bastante, e eu que não sou de guardar rancor, fiquei com essa mágoa pra sempre.

  Me pego pensando, várias e várias vezes, em como tudo seria melhor se a "minha mãe" tivesse amado de verdade o meu pai. Com certeza eu não seria tão insegura para, praticamente, tudo. Principalmente garotos e garotas.

  Quando mudei de escola, tentei mostrar para as pessoas meu outro lado, e ser mais social. Uma das minhas escolhas foi o Felipe. Uma péssima escolha!

  Não estou sujando o seu nome, mas foi terrível sentir uma atração por ele e depois descobrir que a Bia estava afim dele. E tudo aquilo ser recíproco. Não posso negar que o Lipe é mega atraente - principalmente quando você o conhece -, se eu soubesse de todo esse rolo dele com a Beatriz,  não teria tentado algo.

  Depois que descobri me senti um pouco enganada, mas tudo isso foi passando, assim como qualquer vestígio de sentimento pelo Felipe. Agora fico super feliz pelos dois, só queria tê-los conhecido antes - o pessoal diz que eles trocavam várias alfinetadas.

  Agradeço que conseguimos seguir como amigos, e não ficou um clima estranho.

-

  Coloquei o meu celular no bolso,  peguei as malas e fui para a sala. Queria não ter que trombar com a Joana até chegar a hora de me despedir - o que faltava pouco.

  Mas toda a minha esperança foi por água a baixo quando a vi sentada no sofá. Maldita hora pra resolver vir pra sala.

Joana: Oi filha, senta aqui pra gente conversar - sorriu e de algumas batidinhas no estofado ao seu lado.

  Forcei um sorriso e sentei em uma poltrona, não muito perto nem muito distante.

Joana: Como você está? - puxou assunto.

Eu: Bem - apoiei o meu cotovelo no braço da poltrona.

Joana: Não está com fome? Tem comida na cozinha!

Eu: Não, valeu.

Joana: E como andam as coisas na escola? Algum namoradinho?  - fez a última pergunta com malícia.

  Sério mesmo? Ela está mesmo me perguntando isso? Escondi todo o meu mais sincero "vai se tratar" em uma expressão completamente neutra.

Eu: Não tenho nenhum. Prefiro focar nos estudos - isso não era mentira.

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