68 - Cena de Filme

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Segunda-Feira, 24/05

Acordei e sem enrolar fui para o banho. Tive toda aquela rotina matinal até ir pra escola.

Na entrada conversei com o Pedro, ele reclamava porque eu não fui para o boliche e disse como foi chato ficar de vela. Ri um pouco dele e depois fui pra minha sala.

Felipe, Levi e Breno conversavam coisas sérias e tiravam algumas dúvidas. Vi a mochila da Val em sua cadeira mas ela não estava lá.

Eu: Sem querer interromper o papo sério de vocês - sentei na minha mesa - mas eu tenho uma pergunta séria - fechei minha cara.

Lipe: Lá vem merda - relaxou na cadeira.

Levi: Diz - pediu para que eu continuasse.

Eu: Se a bolacha é feita de água e sal, então o mar é um bolachão?  - mantive minha expressão séria.

O meu irmão e o Levi me olharam com tédio,  enquanto o Felipe se acabava de rir, atraindo um pouco a atenção da sala inteira, que estava totalmente em silêncio.

Lipe: Essa foi boa - fez um toque comigo e eu sorri.

Bre: O humor de vocês é específico demais!

Eu: Humor refinado, você não entenderia - brinquei.

Levi: Você tem sorte do Felipe gostar dessas piadas de tio do pavê - meu irmão assentiu.

Lipe: Eu sou o próprio tio do pavê - falamos ao mesmo tempo.

Eu: Ele é o próprio tio do pavê - falamos ao mesmo tempo.

O Levi e o Breno voltaram a conversar sobre o que falavam antes e eu fiquei na minha, enquanto o Felipe observava a conversa dos meninos. Ele se perdeu totalmente.

Vi a Val se aproximar e guardar suas poucas coisas espalhadas, na mochila.

Val: Foi boa, a temporada que passei com vocês - disse com drama na voz enquanto colocava a mochila nas costas.

Eu: Pra onde você vai? - levantei da mesa.

Val: Fui transferida pra outra sala, por conta dos horários - andou em direção à porta e eu a segui - troquei de lugar com outra pessoa.

Eu: Quem?

Olhei pra frente e no mesmo momento Jane entrou na sala.

Jane: Euzinha - sorriu falso e deu alguns tapinhas no meu ombro, enquanto passava por mim.

Aquilo parecia cena de filme, eu não sei qual o meu papel, mas tenho certeza que minha personagem está prestes a se dar mal. De novo.

Respirei fundo pra não puxar o cabelo dela.

Val: Sinto muito, mas ela era a única disposta a mudar - assenti.

Eu: A culpa não é sua - sorri fraco - foi bom ter você nessa sala - falei com drama e ela me abraçou.

Val: Não precisa fingir que não sente nada pelo Felipe na minha frente - falou baixo, ainda no Abraço - é, eu percebi ontem.

Eu: Mas e você? - nos separamos.

Val: Eu estou bem - sorriu - e sei que nenhum dos dois quer esconder o que sente - olhei rápido para o Felipe.

Ele estava distraído, sorrindo e conversando com os meninos. Era praticamente impossível não se apaixonar nem um pouquinho naquele sorriso, ainda mais quando você conhece ele de verdade.

Por Que Ele?Onde histórias criam vida. Descubra agora