87 - Confiança e Trovões

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Val: Isso é entediante - encarou o teto.

  Soltei uma risada baixa pelo drama que a Val vinha fazendo.

  Alguns minutos depois ouvi a campainha e fui abrir a porta. Há uns 10 minutos começou a chover, e só está engrossando,  então fui o mais rápido possível até a porta.

  Vi a Larissa levemente encharcada, o que é bem estranho considerando que ela deveria ter se molhado completamente.

Lari: Eu disse que vinha - deu de ombros e eu dei passagem.

Eu: Não botava fé - confessei.

Lari: Na moral? Chamou eles mas me deixou de fora?! - fingiu estar brava.

Val: Lari!  - sorriu e veio na direção dela, abraçá-la.

Lari: Pelo menos você!  - retribuiu o abraço.

Lipe: Qual é doidona, pegou chuva.

Lari: Se alguém tivesse me dado uma carona, talvez eu não tivesse pegado - disse em tom de indireta.

  E que indireta mais direta, ein, Larissa.

Eu: Tá, você chegou então nós podemos ir lá pra cima - as meninas assentiram.

  Pegamos o brigadeiro na geladeira, três colheres e subimos direto pro meu quarto.

  O som da chuva estava um pouco alto, mas quando fechei a porta, ele diminuiu. E isso nos ajudou na hora da conversa.

  Sentamos na minha cama em um tipo de triângulo, colocamos o prato no meio, e começamos a conversar e comer.

Val: E.B., quem vai primeiro? - Larissa olhou com a testa franzida.

Eu: Emergência de Brigadeiro - expliquei.

Lari: E como assim "quem vai primeiro?" - isso eu não saberia explicar.

Val: Vocês nunca fizeram isso? - negamos com a cabeça - Meu Deus, em qual planeta vocês vivem?! - riu de nós.

Eu: Geralmente comemos o brigadeiro fazendo nada.

Val: Tá, funciona assim; quem pegar uma colher de brigadeiro, tem a vez. E pode falar qualquer coisa, por exemplo, sobre algum garoto, dúvida, desabafo... - assentimos.

Lari: Isso é muito clichêzinho.

Val: Bom, eu e as minhas amigas fazíamos isso na minha outra cidade. Vale a pena tentar.

  Acabamos concordando em fazer algo tão brega. Afinal, nomear algo com noite das garotas já era bem brega.

  A Val começou. Ela disse algo sobre sua antiga escola, mas não prestei tanta atenção porque meu pai me ligou. Ele e a minha mãe tinham ido ao mercado, comprar algumas coisas, e falaram que vão chegar um pouco mais tarde por conta da chuva.

  Pelo o que entendi, era impossível passar por uma rua, pois a chuva fez uma..."piscininha". Me pediram para avisar ao Breno e eu mandei uma mensagem. Não estou afim de estragar o clima que estamos criando aqui.

  Por mais que pareça algo de patricinhas de algum filme, estava divertido - até porque são minhas amigas, brigadeiro e conversa.

  Continuamos com as confissões, comentários e perguntas aleatórias - sem contar com as risadas, parecíamos três hienas.

  Era uma coisa mais tranquila, e tudo fluiu naturalmente. Eu me senti realmente a vontade. Não que eu não me sentisse antes, mas tivemos uma conversa tão natural que foi incrível.

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