Você me chamou de que?

15.

– Eren, você voltou pra casa! – Carla estourou em um choro caindo de joelhos em frente ao próprio filho endurecido no lugar e completamente confuso.

Levi ficou irritado com aquela cena estúpida, primeiro a mulher humilha Eren através de uma agressão horrível, expulsa-o de casa sem mais nem menos, desconsidera-o como filho e agora tem tamanha coragem de choramingar arrependida assim na frente dele? Não mesmo. O Ackerman gentilmente afastou Eren que ainda estava confuso de perto da mulher e a olhou com frieza, isso foi suficiente para Carla se levantar e limpar o próprio rosto acabado.

– Eren não está voltando pra casa, senhora Jaeger. – Levi respondeu simples sem tirar a frieza do tom de voz, da mesma maneira seu semblante permanecia. – Apenas viemos buscar as coisas dele, como ordenado por seu marido. – novamente simples e frio, Levi estava irritado demais para tentar exibir alguma gentileza sequer com ela. – Se não se lembra, o senhor Jaeger deixou bem claro para que Eren retirasse suas coisas daqui e não perturbasse mais, tch.

Armin quieto até o momento acariciou o ombro do Jaeger mais novo que permanecia estático atrás de Levi, tentando transpassar calma e coragem a ele. Eren parecia assustado com a reação absurdamente estúpida da própria mãe, a mulher realmente chorou arrependida em sua frente depois de ter lhe dado dois tapas por simplesmente ter tentado exigir um mínimo de respeito? Que merda.

– Eu somente... – Carla tentou se explicar mas falhou miseravelmente nisso, então apenas decidiu deixar com que os três entrassem de uma vez.

Uma vez que já estavam dentro da casa, Carla ofereceu para todos uma xícara de chá que ninguém aceitou. Armin e Levi não possuíam vontade, já Eren não tinha cabeça para nada, não quando a feição destruída de sua mãe o atormentava e a culpa lhe atingia. Não tinha culpa nisso, certo? Rapidamente esfregou a ponta do indicador contra a têmpora tentando esvaziar sua mente, queria ir embora dali o quanto antes e por isso resolveu apressar as coisas.

– Armin, Levi. – Eren chamou os dois num sopro. – Vamos! Meu quarto fica por aqui...

O amorenado não tardou em se afastar da mãe para acompanhar os dois até seu quarto, no entanto, Carla foi rápida em segurar sua blusa pedindo silenciosamente para que ficasse. Armin teve de segurar Levi pelos ombros para que ele não afastasse grosseiramente a mulher para longe de Eren.

– Por favor, fique. Vamos conversar... – Carla pediu em voz alta dessa vez, sua voz tornando a ficar trêmula e isso fez Eren cerrar os punhos, sentindo-se um pouco culpado.

– Eren, você não precisa ficar se não quiser. – Arlert falou calmamente se colocando na frente do baixinho que exalava uma irritação fodida. – Mas caso queira escutá-la, eu e o irritadinho aqui podemos arrumar suas coisas enquanto isso, não se preocupe.

A Jaeger mais velha aos poucos foi soltando o aperto na roupa de Eren enquanto que segurava firmemente outro choro, o garoto se vendo livre disso, deixou um longo suspiro de indecisão escapar de seus lábios. Curtos segundos depois de pensar brutalmente no que deveria fazer, Eren sorriu para Armin e balançou a cabeça devagar positivamente, decidiu que iria escutar as palavras de Carla de uma vez. Mas de qualquer forma, não permitiria que ela tocasse em si e muito menos que lhe agredisse novamente.

– Eu vou ficar, meu quarto é na primeira porta a direita. Obrigado, Armin. – ele informou e agradeceu ao loiro que desejou-lhe boa sorte antes de subir as escadas.

Se por um lado, Armin apoiava a decisão de Eren, do outro, Levi se via totalmente negado a apoiar. Como Eren ainda tinha a porra da capacidade de escutar as palavras provavelmente falsas da mulher? O que diabos ele estava pensando afinal? O garoto se aproximou do baixinho carrancudo devagar e segurou-o pelos ombros como Armin fazia segundos atrás, Levi o encarou seriamente como se só com aquele olhar, o Jaeger seria capaz de entender e assim eliminar suas terríveis dúvidas. No fim, Eren apenas acabou rindo do quão bravo Levi parecia estar consigo.